Oi aumenta acessos de clientes com fibra óptica em 11,6% durante 2019

Nas capitais, fibra teve aumento de 13,1% nos acessos; Oi precisa aumentar o ritmo de conversão para não perder receitas

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Oi Fibra chega a Campinas

A Oi está seguindo um plano estratégico para o triênio 2019-2021 que consiste basicamente em se transformar numa grande operadora de fibra óptica: ela terminou o ano de 2019 com aumento de 11,6% em acessos por FTTH (fiber to the home) frente aos antigos cabos metálicos.

As informações foram apuradas pelo Tecnoblog através da Anatel. Assim como a Vivo, a Oi usa a tecnologia FTTH para levar fibra óptica até a casa do cliente serviços de banda larga fixa com velocidades de 50 Mb/s a 200 Mb/s, TV por assinatura com tecnologia IPTV e telefonia fixa.

A fibra óptica deve substituir os cabos metálicos, que, através de tecnologia xDSL, entregam velocidades de até 35 Mb/s (em condições ideais).

Crescimento médio da Oi nas capitais é de 13%

Isolando as capitais onde a Oi atua, o crescimento da base de FTTH é de 13,1%. O município com o maior salto foi Macapá/AP, que possuía 6,2% na base de fibra e passou para 39,1%. A cidade com a maior proporção de acessos de fibra óptica na operadora é São Luís/MA (47,9%), seguida de Fortaleza/CE e Manaus/AM (ambas com 42,7%).

Enquanto isso, Florianópolis/SC teve o pior desempenho na proporção de acessos de fibra, encerrando o ano com 3,3% da base de banda larga e crescimento de apenas 0,9%.

As capitais com maior número de assinantes de banda larga da Oi são Rio de Janeiro (479 mil) e Belo Horizonte (205 mil). Nessas cidades, a presença de fibra é de 21,5% e 20,5%, respectivamente. A Oi não atua em São Paulo com serviços de telefonia fixa e banda larga por não possuir a concessão no estado, que pertence à Vivo.

Oi precisa converter clientes de cobre para fibra

Embora a Oi tenha alcançado um desempenho levemente superior que o da Vivo, é necessário que a operadora se esforce mais em expandir a fibra óptica para não continuar perdendo receita.

Esta é uma tarefa difícil: além de enfrentar um processo de recuperação judicial com dívidas a perder de vista, ela é uma concessionária com atuação no país inteiro com exceção do estado de São Paulo. A rede metálica está presente em diversos municípios pequenos, onde o investimento não tem retorno a curto ou médio prazo.

A rede metálica está sucateada em diversas regiões: são raros os casos de clientes que conseguem contratar as maiores velocidades usando xDSL. A Oi anuncia banda larga no par metálico de até 35 Mb/s, mas dependendo do município ou da distância do modem até a central telefônica, a operadora não consegue vender algo maior que 1 Mb/s pela falta de viabilidade técnica.

Se a Oi não expandir a fibra óptica num ritmo mais rápido, vai perder clientes atuais para os pequenos provedores que conseguem entregar velocidades de dezenas de megabits a um preço similar ou até menor. E os últimos resultados financeiros mostram que a maior parte da receita líquida veio de clientes residenciais.

Atualmente, a operadora trabalha unicamente com o plano de 200 Mb/s a R$ 99,90 mensais, já incluindo uma linha de telefone fixo com ligações ilimitadas. A banda larga de fibra óptica da Oi vem recebendo elogios, inclusive alcançando bons resultados no ranking de velocidades da Netflix.

A principal desvantagem do serviço da Oi é a velocidade de upload: enquanto a Vivo Fibra de 200 Mb/s possui 100 Mb/s de upload, a Oi Fibra chega no máximo a 15 Mb/s.

Crescimento da Oi em acessos por fibra óptica

Capitais atendidas pela Oi com fibra óptica e xDSL % de acessos por fibra
janeiro/2019
% de acessos por fibra
dezembro/2019
Crescimento de acessos por fibra em 2019
AC – Rio Branco 1% 22% 21%
AL – Maceió 16,3% 18,1% 1,8%
AP – Macapá 6,2% 39,1% 32,9%
AM – Manaus 13,4% 42,7% 29,3%
BA – Salvador 12,2% 33,3% 21,1%
CE – Fortaleza 17,5% 42,7% 25,2%
DF – Brasília 2,4% 14,6% 10,6%
ES – Vitória 19,2% 21,5% 2,3%
GO – Goiânia 1,9% 11,3% 9,4%
MA – São Luís 12,7% 47,9% 35,2%
MT – Cuiabá 3,4% 4,4% 1%
MS – Campo Grande 4,2% 5,2% 1%
MG – Belo Horizonte 12,8% 20,5% 7,7%
PA – Belém 6,9% 25,2% 24,3%
PB – João Pessoa 18,7 23,4% 4,7%
PR – Curitiba 3,7% 18% 14,3%
PE – Recife 30,2% 39,7% 9,5%
PI – Teresina 7,9% 26% 19,1%
RJ – Rio de Janeiro 12% 21,5% 9,5%
RN – Natal 14,9% 18,8% 3,9%
RS – Porto Alegre 4,6% 14% 9,4%
RO – Porto Velho 1,2% 37,8% 6,6%
RR – Boa Vista 3,5% 31,1% 27,6%
SC – Florianópolis 2,4% 3,3% 0,9%
SE – Aracaju 12,2% 14,7% 2,5%
TO – Palmas 1,3% 24,7% 23,4%
Total – capitais 9,7% 22,8% 13,1%
Total – todos os municípios 7,8% 19,4% 11,6%

Com informações: Anatel.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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