O Banco Central vem trabalhando pelo menos desde 2018 em um sistema de pagamentos instantâneos que deverá substituir (ou complementar) os métodos atuais. Em entrevista recente à GloboNews, Roberto Campos Neto, presidente da instituição, revelou que o novo sistema já tem nome: PIX.
Campos Neto revelou que o nome foi escolhido recentemente e que o plano é lançar o novo sistema até o fim de 2020. Na ocasião, a novidade será apresentada com nome, marca e identidade visual. Porém, quando convidado a falar mais sobre o assunto, o presidente do Banco Central preferiu se conter. “Já falei que vai chamar ‘PIX’, eu nem sei se podia”, disse.
Felizmente, alguns detalhes desse novo sistema já são conhecidos. Sabe-se, por exemplo, que o PIX permitirá pagamentos e transferências de valores 24 horas por dia, inclusive em finais de semana e feriados.
É um avanço considerável na comparação com os já clássicos sistemas TED (Transferência Eletrônica Disponível) e DOC (Documento de Ordem de Crédito), que funcionam apenas em dias úteis.
Dá para dizer o mesmo em relação ao boleto bancário. Pagamentos desse tipo podem levar até três dias úteis para serem compensados. Com o PIX, esse processo deverá ser imediato.
Outro avanço importante é a compatibilidade do PIX com transferências e pagamentos instantâneos via QR Code que, no Brasil, já vem sendo usado por plataformas como PicPay e Mercado Pago, só para citar alguns exemplos relacionados a fintechs.
Pagamentos instantâneos via QR Code deverão ser liberados no PIX já em 2020, provavelmente, junto com o lançamento do sistema. Em 2021, o sistema permitirá transferências de dinheiro via QR Code. Para o mesmo ano, é esperado que o PIX suporte transações via aproximação (tecnologias NFC e MST).
Um detalhe que não pode passar despercebido: o Banco Central não pretende limitar o PIX aos bancos, mas também dar acesso ao sistema às fintechs. De modo geral, a intenção do órgão é estimular a competitividade no setor.
Não por acaso, Campos Neto comentou que o Banco Central estuda até a criação de um sistema de cashback no Brasil.
Com informações: Valor Investe.
Comentários da Comunidade
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Eu queria que todos os setores do Brasil fossem tão eficientes assim quanto são no sistema financeiro.
Para quem vive fazendo transferências/pagamentos direto vai ser uma puta revolução. Se entregar tudo o que promete, obviamente.
Eu sei que não deveria, mas tô com tanta expectativa por esse novo sistema.
Estou com sentimentos conflitantes.
Por um lado, um sistema desse é um baita avanço e vai ser ótimo!
Por outro, é um estalar de dedos pra voltar a CPMF e ser mais um meio de arrecadar dinheiro pra corrupção, caixa 2, dinheiro na cueca e qualquer outra forma de desvio de dinheiro público.
Não acho que eles iriam colocar algo assim, se colocarem, pode fazer com que o custo dele fique mais alto em relação aos demais métodos e acabe não sendo usado por conta dos valores, algo que eles querem melhorar é o custo absurdo do TED.
Ao menos é o que espero
Eu não duvido de nada.
Entre no Google notícias e pesquise por CMPF, está polarizado, alguns parlamentares querem a volta enquanto outros não.
Também acho que é malandragem do governo pra facilitar o retorno de CPMF ou um tributo similar.
Tudo bem que o Mercado Pago evoluiu bastante e hoje oferece um serviço interessante, inclusive com rendimentos financeiros. Mas ele pode ser considerado uma fintech, mesmo sendo uma empresa super velha?
Eu acho que a volta da CPMF é uma boa sob ponto se vista da fiscalização. Tipo, se ela fosse cobrada simbolicamente. Tipo, 0,05% em cima das transações.
Quanto ao sistema, isso vai nos por em pé de igualdade com a Ásia em sistema de pagamento. Lá se faz tudo por QR Code. Os boletos virão tudo com QR Code agora.
Ps: Só falta a prestadoras de serviços públicos melhorarem a impressão, pq se não, não vai adiantar nada (no caso de quem ainda usa boletos físicos).
Volta de imposto não é boa sob ponto de vista nenhum. E com certeza a alíquota seria bem maior, e pagaria tanto que envia, quanto quem recebe, é um tributo complemente injusto. Um eventual retorno da CPMF iria afastar o cliente das carteiras digitais e causar um retrocesso, fazendo as pessoas voltarem a usar dinheiro em espécie, que por mim nem existia mais.
Bom mesmo seria se existissem condições reais pro fim do dinheiro e só existisse circulação de moeda digital. Com isso seria o fim da sonegação fiscal e da lavagem de dinheiro e de quebra acabariam ou diminuiriam crimes como roubo de dinheiro.
Eu não consigo imaginar onde, em qual cenário, um imposto seria uma forma de fiscalização.
As transações serão online, digitais, com rastreabilidade de 100% (é só vincular a necessidade do envio ser apenas para um CPF ou CNPJ).
Pra um imposto sobre movimentações financeiras ser justificado, apenas se o modelo tributário do país passasse de ser pelo consumo e tributasse a renda.
@xavier, um dos principais “prós” do CPMF era a impossibilidade de sonegação, que permitia o cruzamento de dados com imposto de renda e movimentação de patrimônio para investigação de lavagem de dinheiro. Era um método infalível pra combate à corrupção e ao crime organizado.
Banco Inter é uma fintech e existe desde 1994, sob outro formato.
Mal posso esperar para chegar no dia que poderemos falar: nossa, lembra naquela época que a gente tinha que esperar um dia pra cair o dinheiro de uma transferência, ou três para compensar um boleto bancário?
Espero que esse dia esteja logo aí com esse sistema. Na era do imediatismo, esse sistema será bem-vindo.