Vivo tem lucro de R$ 5 bilhões em 2019 com alta no pós-pago

Vivo tem queda de receita com tecnologias antigas (TV por satélite e xDSL), enquanto serviços por fibra registram crescimento

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Vivo

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou os resultados financeiros do último trimestre de 2019: a operadora encerrou o ano com lucro líquido contábil de R$ 5 bilhões. Ela adicionou clientes no pós-pago e teve desconexões no pré-pago, focando em “negócios de maior valor”. A internet via fibra óptica cresceu, assim como a TV por assinatura via IPTV; enquanto tecnologias legadas, como banda larga por xDSL e TV via satélite, registraram queda.

O lucro líquido contábil teve redução de 44% em relação a 2018, quando a Vivo conseguiu uma vitória judicial que rendeu R$ 3 bilhões em créditos fiscais, graças à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS.

A operadora também sofreu um grande impacto com a mudança do padrão contábil para o IFRS-16. No modelo antigo, ela teria lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, com alta de 2,5% na comparação anual com 2019.

Veja os destaques financeiros do ano de 2019, mostrados na metodologia pró-forma, que permite dados comparáveis com 2018:

Indicador 2018 2019 Diferença
Receita operacional líquida R$ 43,44 bilhões R$ 44,2 bilhões +1,9%
Custos operacionais R$ 25,7 bilhões R$ 28,03 bilhões +9,4%
EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização 17,73 bilhões R$ 16,2 bilhões -8,9%
Lucro líquido R$ 8,87 bilhões R$ 5,3 bilhões -40,6%
Capex (investimentos) R$ 8,19 bilhões R$ 8,84 bilhões +7,9%
Clientes (total de acessos) 95,1 milhões 93,6 milhões -1,6%

Ao isolar apenas o quarto trimestre e considerando o novo modelo contábil, o lucro líquido foi de R$ 1,27 bilhão, queda de 14% em relação ao mesmo período de 2018. A receita operacional líquida foi de R$ 11,3 bilhões, alta de quase 3%.

Pós-pago da Vivo cresce e pré-pago cai

O braço de telefonia móvel corresponde à maior parte da receita líquida da operadora, gerando R$ 7,45 bilhões no quarto trimestre (+6%) e R$ 28,6 bilhões no ano (+5%). A Vivo diz que esse crescimento é devido aos recentes aumentos de preço.

A empresa terminou o ano com 74,5 milhões de acessos móveis (+2%), dos quais 43,1 milhões são linhas do pós-pago e controle, enquanto 31,4 milhões são pré-pagas. O market share da operadora foi de 32,9%.

No pós-pago, houve crescimento de 7% com 875 mil novos acessos, enquanto o pré-pago segue a tendência de desconexões e teve retração de 4%. A Vivo diz que o desempenho comercial “está relacionado ao foco da companhia em negócios de maior valor”. Na categoria M2M (dispositivos de internet das coisas) foram 10,1 milhões de acessos, alta de 23% na comparação com 2018; o market share no segmento é de 41%.

A Vivo é vice-líder em tecnologia 4G, com 3.206 cidades cobertas no fim de 2019. Ela só perde para a TIM, que contempla 3.477 municípios com a rede de quarta geração. O 4,5G está presente em 1.208 cidades, enquanto a operadora é líder na cobertura com tecnologia 3G, que atinge 4.502 cidades.

Vivo sofre queda em TV por assinatura

No segmento de serviços fixos, a Vivo teve receita líquida anual de R$ 14,6 bilhões, queda de 3%.

A banda larga é responsável pelo maior faturamento do segmento: a operadora encerrou 2019 com receita de R$ 5,7 bilhões e com crescimento de quase 10%. O serviço entregue via fibra óptica (FTTH) teve alta de 46%, mas a tecnologia xDSL — que continua representando a maior parte da receita — teve queda de 3,4%.

O segmento de TV por assinatura registrou queda de 5%, puxado principalmente pelo desempenho negativo de 25% pelos acessos DTH (TV via satélite), tecnologia que deixou de ser vendida e é desestimulada pela operadora mas que gerou R$ 940 milhões. A tecnologia IPTV gerou R$ 887 milhões de receita, com crescimento de 32%.

Os serviços de voz também sofreram retração: eles correspondem a R$ 5,29 bilhões da receita, queda de 18% em relação a 2018.

A Vivo fechou o ano com 6,9 milhões de acessos de banda larga fixa, 7% a menos que no ano anterior. Do montante, 4,43 milhões de acessos utilizam tecnologia xDSL, enquanto 2,47 milhões são atendidos por fibra.

A queda no total de acessos foi impulsionada pelas desconexões de clientes xDSL, que teve retração de 20%. O serviço via fibra óptica, no entanto, cresceu 31%. Em 2019, a operadora ativou rede de fibra em 43 novas cidades em 12 estados, completando o total de 164 municípios com tecnologia FTTH.

Na TV por assinatura, a história da banda larga se repete: dos 1,3 milhão de acessos, houve queda de 39% na tecnologia DTH e alta de 239% em IPTV. Os acessos IPTV, no entanto, já são maioria: existem 715 mil clientes de TV via fibra, enquanto 605 mil utilizam TV via satélite.

Com informações: Telefônica Brasil.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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