Apple desativa app de reconhecimento facial da Clearview AI no iOS

A Clearview AI usou o programa de desenvolvedores do iOS para liberar seu app para clientes, algo proibido pela Apple

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Clearview tem três bilhões de imagens para reconhecimento facial (Foto: Reprodução/CBS News)

A ferramenta de reconhecimento facial da Clearview AI, que identifica pessoas a partir de suas fotos em redes sociais, conta com versões para desktop e dispositivos móveis. Porém, uma violação de regra fez a Apple desativar o aplicativo da empresa para iOS.

A decisão foi tomada após o BuzzFeed News indicar que o aplicativo descumpriu diretrizes pela maneira como foi distribuído. Para evitar que a ferramenta fosse exibida na App Store, a Clearview AI a liberou para seus clientes por meio de um programa de desenvolvedores, o que é proibido pela Apple.

Após análise, a Apple suspendeu a conta e desativou o aplicativo. Ao BuzzFeed News, a empresa afirmou que o Developer Enterprise Program só pode ser usado internamente. Ao oferecerem apps para terceiros pela plataforma, os desenvolvedores ficam sujeitas ao cancelamento de suas contas.

As regras do Developer Enterprise Program indicam que os participantes “não podem usar, distribuir ou disponibilizar seus aplicativos de uso interno para terceiros de qualquer forma”. O CEO da Clearview AI, Hoan Ton-That, informou que a empresa está em contato com a Apple para cumprir todas as regras.

A violação é a mesma que levou a uma punição ao Facebook em 2019. Na ocasião, a empresa de Mark Zuckerberg utilizou o Developer Enterprise Program para coletar dados de celulare de adolescentes e adultos pelo aplicativo Facebook Research.

Os participantes autorizavam a coleta dessas informações e, em troca, recebiam até US$ 20 por mês. A prática levou à revogação do certificado do Facebook no programa de desenvolvedores porque a Apple permite apenas seu uso para desenvolvimento e teste de software.

A Clearview AI se tornou conhecida no início deste ano e já recebeu críticas de outras empresas. Isso porque coletou três bilhões de fotos de redes sociais como Facebook, YouTube e Twitter, que exgem o fim da prática por entender que ela viola seus termos de serviço.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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