A essa altura, é provável que você já saiba que o Zoom está cheio de falhas de segurança e privacidade. Um dos problemas mais sérios, a invasão de videochamadas, é tão comum que ganhou até nome: zoombombing. Há casos no Brasil. Uma das invasões mais recentes por aqui exibiu fotos de Hitler durante uma reunião online sobre a Covid-19.

De acordo com a Folha de S.Paulo, o evento online foi promovido pela Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) em parceria com a Agência Bori e tinha como objetivo esclarecer dúvidas de jornalistas a respeito da Covid-19. Cerca de 60 pessoas participaram da videoconferência, realizada na tarde da última segunda-feira (6).

Participantes relatam que, após 50 minutos de transmissão, o evento foi invadido. “A tela ficou ‘full screen’ e havia uma criança gritando. Aí colocaram a busca do Google com imagens de Hitler e, depois, saudações nazistas”, disse um dos presentes à Folha.

O evento chegou a ser interrompido por conta do incidente, mas foi retomado pouco tempo depois.

Não há detalhes técnicos sobre o que aconteceu, mas tudo indica que esse foi mais um caso típico de zoombombing. São numerosos os relatos de reuniões mundo afora realizadas via Zoom que foram invadidas em circunstâncias parecidas.

Essas invasões podem levar à exposição de informações dos usuários, mas, na maioria dos casos, o objetivo é causar perturbação. Há registros de várias abordagens: exibição de imagens pornográficas, uso de linguagem ofensiva, disseminação de mensagens de ódio, entre outros. Os casos são tão numerosos que até o FBI emitiu alertas sobre o zoombombing.

Zoom

É possível diminuir o risco de invasões exigindo senha para acesso às reuniões ou que os usuários sejam autenticados (tenham conta no Zoom), restringindo o compartilhamento de tela, desativando a função de chat e evitando a divulgação pública do código (ID) da reunião, por exemplo.

Mas, dependendo do evento, essas medidas podem ser pouco práticas, principalmente se a transmissão contar com um número muito grande de participantes.

Por isso, a orientação de especialistas em segurança tem sido a de evitar ou reduzir, tanto quanto possível, o uso do Zoom, até porque o zoombombing é apenas um dos problemas relacionados ao serviço. Embora a companhia já esteja trabalhando na solução de determinadas falhas, ainda não dá para considerar a plataforma realmente segura.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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