Google e Apple se unem para monitorar COVID-19 via Android e iOS

Google e Apple criam "rastreamento de contato" com base em Bluetooth para monitorar casos do novo coronavírus (COVID-19)

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos
Bluetooth no iPhone

Google e Apple estão trabalhando juntas em uma tecnologia chamada “rastreamento de contatos”, baseada na proximidade de dispositivos Bluetooth, para monitorar casos do novo coronavírus (COVID-19). Inicialmente, haverá um conjunto de APIs para iOS e Android que poderão ser usadas em aplicativos de autoridades de saúde pública; depois, a ideia é incorporar isso nos sistemas operacionais.

Como funciona o rastreamento de contato

A solução proposta por Google e Apple é baseada no padrão Bluetooth Low Energy, e consiste em receber códigos de identificação para detectar dispositivos Bluetooth próximos. Isso se chama “detecção de contato”: esse “contato” não tem a ver com sua agenda; trata-se da conexão que os dois aparelhos conseguem fazer se estiverem próximos um do outro.

Os celulares ou tablets com Android e iOS vão emitir um código de identificação que é modificado a cada 15 minutos para preservar a privacidade. Se o hardware permitir, a recomendação é que esse código mude dentro de um intervalo aleatório entre 10 e 20 minutos, tornando improvável a detecção do local através do Bluetooth.

O código de identificação (rolling proximity identifier) é gerado a partir de uma chave diária. Ela, por sua vez, é criada a cada 24 horas com base em uma chave de rastreamento única que pertence a cada aparelho.

Se o dono do dispositivo tiver teste positivo para o vírus do COVID-19, sua chave diária será enviada a um servidor. Dessa forma, o sistema tem um parâmetro para identificar se esse dispositivo esteve próximo do seu celular ou tablet: ou seja, você saberá se cruzou com alguém infectado, mas sem descobrir a identidade da pessoa.

Rastreamento de contato

Google e Apple lançarão APIs

As duas empresas notam que essa solução não exige a localização do usuário. Além disso, os códigos de identificação vindos de outros dispositivos devem ser processados localmente, sem depender da nuvem. Por fim, é o usuário quem decide se vai contribuir (ou não) para o rastreamento de contato.

Em maio, Google e Apple lançarão APIs que funcionam entre dispositivos Android e iOS dentro de aplicativos de autoridades de saúde pública; as especificações técnicas estão disponíveis aqui. Nos meses seguintes, as duas companhias vão incorporar o rastreamento de contatos via Bluetooth em seus sistemas operacionais móveis.

“Como a COVID-19 pode ser transmitida tendo contato próximo com indivíduos afetados, as organizações de saúde pública entenderam o rastreamento de contatos como uma ferramenta valiosa para ajudar a conter a disseminação da doença”, explicam Google e Apple em comunicado conjunto.

A Europa anunciou um protocolo chamado PEPP-PT (Pan-European Privacy-Preserving Proximity Tracing) para acompanhar casos de COVID-19 nas proximidades sem violar a privacidade. O governo da França trabalha em um app chamado Stop Covid para avisar ao usuário se ele esteve perto de alguém que contraiu a doença causada pelo novo coronavírus.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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