Oi pede adiamento do leilão de frequências para 5G

Em consulta pública, Oi pede postergação do edital de frequências de 5G por conta da crise causada pela pandemia de coronavírus

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Oi no Rock in Rio (Imagem: Tecnoblog)

Durante a consulta pública ao edital do próximo leilão de frequências da Anatel, a Oi fez um pedido para postergar a licitação: a operadora teme que a crise causada pela pandemia de coronavírus (Covid-19) afete a capacidade de investimentos no 5G. Ela cogita usar redes móveis de quinta geração para levar banda larga onde não há fibra óptica.

A Oi pede para a Anatel avaliar uma postergação, considerando que “o momento vivido pela economia mundial traz um quadro de previsões pessimistas e de incertezas”, e que “afeta a capacidade de investimentos dos futuros adquirentes do direito de uso das faixas”.

Como aponta o TeleSíntese, a Oi ainda diz que a consulta pública não trouxe respostas para diversas questões que possam definir sua estratégia de participação. Isso inclui os resultados dos testes de campo sobre a convivência entre a TV aberta via satélite e o 5G; e os compromissos de cobertura em municípios e estradas.

Oi pode usar 5G em vez de fibra em algumas cidades

A operadora não passa pelo seu melhor momento financeiro: em processo de recuperação judicial, os resultados financeiros do último ano registram queda na receita e aumento da dívida líquida. Além disso, a divisão móvel está à venda, e Claro, TIM e Vivo participam de um processo de compra.

A Oi concentra esforços para expandir sua rede de fibra óptica e levar banda larga de alta velocidade e TV por assinatura com tecnologia IPTV, substituindo sua rede legada das companhias estatais que utiliza cabos metálicos. Com isso, ela espera reerguer suas receitas, mas precisa de dinheiro em caixa para a construção da nova rede – e isso precisa acontecer o mais rápido possível, tendo em vista que os pequenos provedores já dominam em número de acessos.

Em oportunidade passada, executivos da Oi afirmaram a possibilidade de utilizar a tecnologia 5G para oferecer banda larga fixa nos locais onde a Oi Fibra ainda não chega. A tecnologia permite altas velocidades e poderia servir como “termômetro” sobre onde o investimento em FTTH (fibra até a casa do cliente) traz maior retorno.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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