Amazon é acusada de copiar produtos de empresas que vendem em seu site

A empresa teria aproveitado os dados de seu marketplace para criar produtos e explorar novos segmentos

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Caixas da Amazon (Imagem: Christoph Scholz/Flickr)

A Amazon usa sua plataforma para vender por conta própria e oferece o marketplace, espaço para outros vendedores anunciarem seus produtos. Essa relação pode piorar após a gigante do varejo ser acusada de usar dados desses parceiros para lançar produtos próprios.

Segundo o Wall Street Journal, funcionários da Amazon usaram dados de vendedores independentes no site da companhia para saber quais produtos garantiriam mais lucro. A informação foi confirmada por 20 ex-funcionários e um funcionário da empresa, além de documentos.

Todos indicam que a companhia aproveitou as informações do marketplace para criar novos produtos, definir preços e planejar a expansão para outros segmentos. O problema é que, além de oferecer uma vantagem indevida, a prática viola as políticas da empresa.

Um dos exemplos envolve um organizador de porta-malas popular na Amazon. A companhia teria usado dados de um parceiro, como número de itens vendidos e despesas com marketing e logística, para lançar a sua versão do produto.

Em outro caso, a empresa teria obtido relatórios sobre uma cadeira de escritório, também vendida por um parceiro. De acordo com a reportagem, um funcionário teria analisado cerca de um ano das vendas antes da Amazon passar a vender sua própria cadeira.

Amazon teria lançado organizador de porta-malas a partir de dados de parceiro (Reprodução/Wall Street Journal)

Os relatos indicam que alguns executivos costumavam desrespeitar a ordem de não acessar informações de revendedores. Se os dados estivessem indisponíveis, bastava pedir relatórios para analistas ou gerar dados supostamente agregados, que, em tese, não tratariam de um vendedor específico.

Ainda segundo o Wall Street Journal, há mais de 45 marcas e 243 mil produtos fabricados em nome da Amazon. Eles equivalem a 1% de seu faturamento anual, excluindo produtos como Echo, Kindle e Ring. Segundo os funcionários, a empresa pretende aumentar a participação dos itens com sua própria marca para 10% até 2022.

O que diz a Amazon

A empresa confirmou que reúne uma série de informações sobre os parceiros. “Como outros varejistas, analisamos os dados de vendas e lojas para oferecer aos nossos clientes a melhor experiência possível”, afirmou ao WSJ.

“Porém, proibimos estritamente nossos funcionários de usarem dados não públicos e específicos do vendedor para determinar quais produtos de marca própria serão lançados”. A empresa informou ainda que abrirá uma investigação interna para analisar as alegações.

Vale lembrar que, em julho de 2019, durante um depoimento ao Congresso americano, um executivo da Amazon garantiu que a companhia não usava os dados para obter vantagens sobre seus parceiros. A depender do julgamento dos parlamentares sobre essa fala, a empresa poderá sofrer penalizações.

Com informações: Engadget.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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