Twitter bate recorde de usuários, mas tem prejuízo na pandemia

Twitter registra 166 milhões de usuários ativos “monetizáveis” e fatura US$ 808 milhões, mas fecha no vermelho

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Twitter

Muita gente em casa e muitas autoridades públicas criando polêmica no Twitter: é o cenário perfeito para o crescimento da rede social. A empresa divulgou nesta quinta-feira (30) seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2020 com um aumento recorde no número de usuários ativos monetizáveis, que já somam 166 milhões por dia. Ainda assim, as contas fecharam no vermelho.

O Twitter tem uma métrica peculiar de audiência: os usuários ativos diários monetizáveis (mDAU, na sigla em inglês) são aqueles que podem ver anúncios. Isso inclui os usuários da interface web e dos aplicativos oficiais, mas exclui aqueles que acompanham o Twitter por meio de clientes de terceiros. O aumento em relação ao primeiro trimestre de 2019 foi de 24%, maior crescimento da história.

Segundo a rede social, a aceleração no crescimento foi mais forte em março, quando a epidemia de COVID-19 se tornou global. Além disso, o Twitter fez melhorias para atrair mais usuários, organizando melhor os trending topics e lançando os Fleets, inicialmente apenas no Brasil, para mensagens, fotos e vídeos efêmeros que somem depois de 24 horas.

Twitter / Usuários ativos monetizáveis

Já o financeiro não anda tão bem. A receita do Twitter entre janeiro e março de 2020 foi de US$ 808 milhões, um crescimento de 3% ao ano (em uma comparação totalmente injusta, só para referência, o Facebook faturou US$ 17,74 bilhões, aumento de 17%). No período, houve prejuízo operacional de US$ 7 milhões, contra um lucro de US$ 94 milhões no primeiro trimestre de 2019.

A empresa culpa a pandemia de coronavírus pela queda na receita. Segundo o Twitter, entre 11 de março de 2020, quando a maioria dos eventos ao redor do mundo começou a ser cancelada, até o final daquele mês, a baixa no faturamento com publicidade foi de 27% quando comparada com a mesma época de 2019. Vale lembrar que mais de quatro quintos da receita do Twitter vêm dos anúncios.

Assim como outras companhias, o Twitter não se arrisca em fornecer estimativas financeiras para o resto do ano — na verdade, a empresa nem sequer divulgou expectativas para o segundo trimestre. Em meio à crise, a rede social planeja focar em recursos que geram mais receita; além disso, o plano para aumentar o número de funcionários em 20% este ano será reduzido.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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