TIM Live força migração de cobre para fibra em bairros do Rio de Janeiro

Aviso publicado em jornal estabelece prazo de 60 dias para migração de cobre para fibra na banda larga TIM Live

Lucas Braga
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• Atualizado há 6 meses
TIM deverá alcançar nota 8 em índice de qualidade percebida

A TIM publicou um comunicado no jornal O Globo desta terça-feira (5) informando sobre a mudança de tecnologia da banda larga TIM Live em bairros do Rio de Janeiro e Duque de Caxias. A operadora alega dificuldades de manter o serviço através da tecnologia VDSL2+ via par metálico de cobre, alegando furtos de cabos; e avisa que clientes deverão migrar para a fibra óptica até julho.

O comunicado informa que a nova tecnologia de fibra óptica possui “ofertas ainda melhores”, e que o serviço com transmissão via rede de cobre será descontinuado em 60 dias. Os clientes devem ligar para 103 41 para agendar a nova instalação. Veja a lista completa dos bairros afetados pela mudança:

  • Rio de Janeiro: Bangu, Irajá, Jacarepaguá, Madureira, Méier, Rio Comprido, São Cristóvão, Tijuca e Vila Isabel
  • Duque de Caxias: Bar dos Cavalheiros, Centro, Vila São Luiz e Periquito

TIM Live sofre com furto de cabos de cobre

O leitor Renan Rufino, que enviou foto do comunicado para o Tecnoblog, entrou em contato com o suporte da TIM no Facebook. A operadora respondeu que a substituição para a fibra óptica se deve por conta do alto índice de furtos de cabos. Os clientes das regiões já foram contatados e informados sobre a migração do plano, e a rede de cobre permanecerá ativa até 4 de julho de 2020.

A notícia pegou alguns clientes de surpresa, principalmente por conta do prazo máximo. Ainda que a mudança traga benefícios ao consumidor, nem todo mundo quer receber um técnico instalador em casa durante a pandemia de coronavírus (COVID-19), visto que o isolamento social é recomendado pelas autoridades de saúde, governo do Estado e prefeituras.

Além disso, podem ocorrer casos de inviabilidade técnica para instalação. Existem casas e prédios com tubulação de serviços de telefonia já obstruídos e que não foram projetados para receber uma nova rede de fibra óptica. Com tecnologia xDSL, a TIM conseguia aproveitar a rede telefônica já existente nas construções para assim fornecer seus serviços sem muita mão-de-obra.

TIM manterá serviço por cobre durante isolamento social

O Tecnoblog entrou em contato com a TIM para esclarecer se ela realmente irá desligar a rede de cobre nos próximos 60 dias, além de questionar qual a atitude da empresa nos casos de instalação em locais com tubulação obstruída. Além disso, também perguntamos se a operadora irá manter os mesmos planos e condições atuais para clientes que não desejarem aderir a um novo plano.

Em nota, TIM respondeu que irá manter o serviço durante todo o período de isolamento social para todos os clientes com acesso via cobre que não optarem por fazer a mudança, ao contrário do que diz o comunicado aos clientes.

No entanto, não houve resposta sobre como seria o processo para clientes que não possuem viabilidade técnica para receber fibra óptica nas edificações. A TIM não respondeu se irá manter os planos atuais dos clientes, como velocidade, condições de contrato e período de fidelização, mas informa que a mudança de tecnologia não trará aumento de custo e permitirá uma serviço de qualidade superior.

A mudança de planos é algo que pode preocupar os heavy-users: recentemente, o contrato da operadora foi alterado e rebaixou o limite de uso excessivo de 17 terabytes para 2 terabytes. Conforme revelado anteriormente pelo Tecnoblog, a operadora chegou a cancelar o serviço de clientes que consumiram acima de 2 terabytes, mesmo com contrato antigo.

Fibra ainda é minoria dos acessos da TIM Live

É natural que a sobreposição da rede de cobre para fibra ocorra ao longo do tempo, tal como nas operadoras Vivo e Oi. No entanto, a TIM ainda é pequena na tecnologia: dados de março da Anatel revelam que apenas 19,9% de seus acessos de banda larga fixa no município do Rio de Janeiro utilizam fibra, enquanto 80% são no par metálico. Em Duque de Caxias, a fibra óptica só esteve presente em 9,5% dos acessos, contra 90,5% através de cobre.

Já no Brasil como um todo, 35,2% dos acessos da TIM utilizam fibra, contra 64,7% que continuam no par metálico. O número de fibra é crescente porque a operadora adotou a tecnologia FTTH (fibra até a casa do cliente) como padrão para os novos mercados em que estreou.

Comunicado publicado no jornal O Globo de 5 de maio de 2020:

Íntegra do posicionamento da operadora

“Sempre atenta a melhor experiência também dos clientes TIM Live, a TIM comunicou hoje (5/4) aos usuários que são atendidos com a tecnologia FTTC (conexão via cobre) de algumas regiões das cidades do Rio de Janeiro e de Duque de Caixas uma iniciativa que permite oferta de um serviço de qualidade superior, sem aumento de custo, ao que os clientes já possuíam, e garantia da continuidade do atendimento com internet ultra banda larga para os usuários destas localidades.

Motivada também por furtos de equipamentos e cabos de cobre nestas áreas, fato esse que pode afetar a qualidade ou até mesmo causar inoperância na prestação do serviço prestado, a TIM optou por descontinuar o serviço de banda larga apenas com tecnologia FTTC nos locais para atender ainda melhor seus clientes com a excelência comprovada no mercado dos serviços TIM Live. A migração gradual dos usuários acontecerá nos próximos 60 dias e os clientes serão informados da mudança por meio de comunicação por Jornal, SMS, E-mail MKT, Carta e até a visita de técnicos presencialmente nos locais. A TIM ressalta ainda que todos os usuários contemplados pela migração poderão usufruir ainda de uma oferta especial, que contempla um plano de maior velocidade com preços iguais ou inferiores ao praticado atualmente. Por fim, os clientes que não optarem por fazer a mudança continuarão a ser atendidos pela operadora com a tecnologia FTTC durante todo período de isolamento social, mesmo que esse prazo ultrapasse os sessenta dias estipulados pela operadora.”

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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