Operadora virtual Veek ressurge com plano só de WhatsApp

Veek firma nova parceria com Americanet; plano mensal custa R$ 15 e permite acesso apenas ao WhatsApp

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
WhatsApp (imagem: Pixabay)

A operadora virtual Veek mostra seus sinais de relançamento graças a uma nova parceria com a Americanet: a MVNO aposta em usuários que gastam pouco com recarga, lançando um plano de R$ 15 mensais exclusivamente com acesso ao WhatsApp – isso mesmo, sem minutos, SMS ou dados para qualquer outro serviço.

Assim como na operação anterior, a nova Veek será acessada e mantida pelos seus clientes exclusivamente através de aplicativo para smartphone, desde a adesão, portabilidade, atendimento e compra de recargas via cartão de crédito. O atendimento continuará sendo feito pela TIM, que é a operadora parceira da Americanet. A Veek mira em clientes que utilizem o celular exclusivamente com serviços digitais.

A operação comercial ainda não começou; por enquanto, a Veek busca usuários beta e disponibiliza um formulário em seu site para interessados em usar o plano antecipadamente.

Plano só de WhatsApp ilimitado

O plano mais básico da Veek deve custar R$ 15 por mês, dando acesso ilimitado ao WhatsApp e incluindo chamadas de vídeos e voz, mas sem qualquer megabyte disponível para navegação em outros sites e serviços, nem sequer minutos para chamadas de voz tradicionais ou SMS.

Quem quiser navegar na internet ou fazer ligações pode recarregar com “gigacoins”, que incluem chamadas telefônicas e SMS ilimitados, além de franquia de dados. Esses são os preços:

Quantidade de gigacoin Franquia de internet Valor da recarga
1 gigacoin 1 GB R$ 25
3 gigacoins 3 GB R$ 35
6 gigacoins 6 GB R$ 50
12 gigacoins 12 GB R$ 90

Os pacotes duram 30 dias. No entanto, clientes que fizerem novas recargas antes da validade da franquia irão acumular os dados não-utilizados.

Estratégia diferente e plano ruim

Alberto Blanco, fundador da Veek e ex-diretor de marketing da Oi, diz em entrevista ao Mobile Time que a operadora mira nos clientes que só mantêm linha de celular para ter um número e usá-lo em aplicativos como Facebook e WhatsApp, e fazem uso da rede Wi-Fi para acessar a internet. Ele afirma que a Veek quer conquistar os assinantes de operadoras tradicionais com saldo zero, que hoje acumulam entre 20% a 25% da base pré-paga de cada empresa.

O grande problema é que a Veek mira no tipo de consumidor que não costuma assinar planos mensais, e sim de tarifação diária. Outra grande barreira é o pagamento exclusivo através de cartão de crédito.

Quem usar internet além de WhatsApp e fazer ligações precisa arcar com, pelo menos, R$ 40, que é o valor do plano básico mais 1 gigacoin. Só que isso é caríssimo considerando qualquer operadora tradicional. Veja por exemplo o Vivo Turbo quinzenal, com 3 GB de internet (6 GB no mês) por R$ 14,99 para cada 15 dias (R$ 30 no mês). O plano também inclui WhatsApp ilimitado, possui ligações ilimitadas e ainda dá bônus de internet na recarga.

Mesmo mirando no consumidor que só quer WhatsApp, o plano da Veek ainda é ruim. O Vivo Easy, que conta com a mesma barreira do cartão de crédito, vende 30 diárias de WhatsApp por R$ 9,90 que não têm data de validade — ou seja, são consumidas apenas quando o cliente utiliza o serviço.

O que é Veek?

A Veek atuava no mercado brasileiro como uma operadora móvel virtual com planos cobrando por minuto, SMS ou megabyte de dados. A MVNO era baseada na Surf Telecom, que utiliza a rede da TIM – a configuração é bem similar à Correios Celular. No entanto, houve um desentendimento com a Surf Telecom, levando à interrupção da venda de chip e suspensão das operações para a base de clientes.

O ponto mais controverso era a estratégia de “marketing multinível”, na qual divulgadores receberiam uma porcentagem de recarga. Ainda assim, a Veek perdurou entre julho de 2017 e julho de 2019, quando os clientes existentes foram migrados para a operadora virtual GospelCel.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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