Huawei deve usar processadores MediaTek devido a sanções dos EUA

Um dos principais fabricantes de chips Kirin para a Huawei é responsável por essa mudança: TSMC, que tem clientes americanos também

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Huawei P30 Pro (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A Huawei pode acabar escolhendo processadores feitos pela MediaTek em mais aparelhos, um movimento que tende a atrapalhar o desenvolvimento de seus próprios chips, os Kirin. A mudança é resultado da recente alteração no embargo imposto pelos Estados Unidos dentro da guerra comercial que trava com a China.

Fontes afirmaram para a imprensa asiática que a conversa entre Huawei e MediaTek, fabricante taiwanesa, já está acontecendo e que o suprimento de processadores acontecerá como um suporte para a queda na fabricação dos Kirin. Atualmente alguns modelos da linha Honor, que é da própria Huawei, já utilizam processadores MediaTek.

Estes modelos são intermediários mais simples, com conexão 4G. Com a maior participação em outros aparelhos, a Huawei pretende alcançar gadgets intermediários mais potentes e que contam com 5G embarcado. Outros produtos da própria fabricante chinesa também utilizam chips MediaTek, principalmente os focados em internet das coisas (IoT).

A mudança de processadores vem acontecendo desde o ano passado, quando o objetivo da empresa chinesa era de diminuir a dependência de partes de seus aparelhos que contam com fabricação de peças americanas. Pedidos recentes da Huawei para a MediaTek já estão 300% maiores do que a média dos últimos anos, diz uma das fontes.

TSMC está no fogo cruzado com a Huawei

A TSMC produz todos os chips Kirin mais potentes e mesmo que operando de Taiwan, a empresa prefere seguir as diretrizes americanas para evitar também sofrer algum tipo de embargo. Zhao Haijun, um dos diretores executivos da empresa, diz que este alinhamento com o outro lado do oceano pacífico já acontece desde antes do ano 2000.

Além da Huawei, a TSMC tem clientes importantes como Apple, Qualcomm, Nvidia, AMD e até a Alphabet. Perder todos estes contratos por conta da guerra comercial não deve ser interessante.

Com informações: Nikkei.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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