Celular pós-pago e internet fixa perdem assinantes em abril

Vivo ultrapassa TIM e lidera pré-pago; operadoras de pequeno porte foram mais afetadas na desconexão de banda larga fixa

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
iPhone e chips de celular

A Anatel divulgou os dados de acessos dos serviços de telefonia referente ao mês abril de 2020: as operadoras desligaram cerca de 700 mil linhas móveis e, pela primeira vez em muitos anos, a base de celulares pós-pago caiu e o pré-pago cresceu. As assinaturas de internet fixa tiveram queda no mesmo período, afetando principalmente as prestadoras locais de banda larga.

O pós-pago — que inclui os planos controle na classificação da Anatel — estava prestes a ultrapassar o pré-pago, com diferença de 0,5% entre as categorias. No entanto, com a chegada da pandemia de coronavírus (COVID-19) e o isolamento social em prática, usuários do pós e controle cancelaram suas assinaturas ou migraram para um plano pré.

A operadora que mais desligou linhas pós-pagas foi a Vivo, com cerca de 280 mil desativações, seguida pela TIM, com 150 mil linhas a menos. Oi e Claro foram as menos afetadas, com 40 mil e 20 mil desativações, respectivamente.

No pré-pago, a Oi foi a operadora que mais cresceu, com 40 mil linhas adicionadas, seguida pela Vivo com pouco mais de 20 mil novas linhas. Em abril, a TIM desativou 217 mil chips, enquanto a Claro perdeu 12 mil clientes da categoria.

TIM perde liderança no pré-pago

Com todas as desconexões, a TIM perdeu a liderança no segmento pré-pago para a Vivo. Em março, a TIM tinha 31,15 milhões de linhas, contra 31,02 milhões da Vivo. Em abril, a Vivo aparece no primeiro lugar com 31,02 milhões de chips, enquanto a TIM caiu para a segunda posição com 30,94 milhões de linhas.

Isso pode ter acontecido por dois motivos. A Vivo é líder no segmento pós-pago; com a pandemia, clientes do pós preferiram manter a linha com a operadora em vez de cancelar ou fazer portabilidade.

Outra razão é que o atual portfólio pré-pago da Vivo pode ser mais interessante que o da TIM: é possível ter 6 GB de internet por mês com R$ 30 no Vivo Turbo quinzenal, ou 8 GB por R$ 40. Na TIM, com os mesmos R$ 40 é possível ter 4 GB de internet e outros 12 GB para usar durante a madrugada.

Assinaturas de banda larga caem em abril

As assinaturas de banda larga fixa também caíram no mês de evolução da pandemia no Brasil. Em março, o serviço tinha 33,2 milhões de acessos, enquanto o mês de abril fechou com 33 milhões de conexões de internet fixa.

A empresa menos impactada foi a Claro, que manteve a liderança e conseguiu crescer cerca de 20 mil acessos entre abril e março. A Vivo perdeu 70 mil acessos, enquanto a Oi recuou em 20 mil. As mais afetadas foram as pequenas prestadoras que, juntas, desconectaram mais de 210 mil modens de banda larga.

Os planos e valores citados na matéria são referentes a São Paulo (DDD 11) e podem variar conforme a região.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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