Dados divulgados nesta semana pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indicam que, no Brasil, a produção da indústria eletroeletrônica caiu 43,7% em abril de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é mais uma consequência da pandemia de coronavírus (COVID-19).
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Considerando apenas o setor de eletrônicos, a queda foi de 43,8%; na área de elétrica, de 43,6%. Na comparação de ambos os segmentos em abril com o mês anterior, o recuo foi de 30,3%. E olha que a indústria já apresentava queda de produção em março: esse foi o mês em que o impacto da pandemia começou a ter efeitos realmente significativos sobre o setor.
Em fevereiro, a indústria de eletrônicos no Brasil já enfrentava alguns problemas, mas inerentes ao atraso no recebimento de insumos e componentes de origem chinesa: como a China encarava uma rigorosa quarentena na época, a produção e a logística desses itens foram prejudicadas.
A partir de março, a indústria passou a ser afetada pelas ações de isolamento social e quarentena no Brasil. A queda de produção não ocorre só por conta da paralisação total ou parcial de fábricas, mas também por fatores como a redução na demanda por determinados eletrônicos.
Esse cenário deve durar mais tempo. Não por acaso, 68% das empresas consultadas pela Abinee entre 26 e 29 de maio projetam queda de produção em 2020 na comparação com 2019. Outras 25% falam em estabilidade e apenas 7% estimam crescimento.
Sem nenhuma surpresa, a crise também afeta empregos. Em abril, houve demissões em 30% da indústria eletroeletrônica por causa da crise oriunda da pandemia. Essa porcentagem se repetiu em maio.
Por outro lado, a sondagem mais recente da Abinee aponta que 70% das empresas do setor estão adotando medidas para evitar demissões, como antecipação de férias, acordos de redução da jornada de trabalho ou de salários, uso de banco de horas e contratação de linhas de crédito para folha de pagamento.
Comentários da Comunidade
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Tanto faz. Pra mim o que interessa mesmo é que caiam os preços, isso sim.
Considerando que a demanda deve ter caído também (já que um monte de gente perdeu renda), fica elas por elas.
Por causa da pandemia ou do Dólar nas alturas? Tudo está mais caro. Notebooks por exemplo, modelos que eu encontrava por R$2600 a 3 anos atrás hoje estão por quase R$4000.