The Last of Us Part II – Até onde você iria por vingança?

Sequência direta de The Last of Us, segundo jogo traz novidades nos combates e história perturbadora

Vivi Werneck
Por
• Atualizado há 10 meses
the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Como começar a falar de The Last of Us Part II? O jogo foi alvo de uma enxurrada de críticas por conta de spoilers vazados, que por sinal foram mudando com o passar do tempo. É bom deixar claro que o título – independente de ter visto ou não os tais spoilers – vale ser jogado. TLoU2 é intenso, cruel, sombrio e vai te drenar emocionalmente como nenhum outro game de sobrevivência. O lançamento é exclusivo do PS4 e traz as opções de dublagem e legendas em PT-BR.

Antes de começarmos de fato este review, gostaria de pontuar algumas coisas importantes: por questões de continuidade da história, há alguns spoilers dos acontecimentos do primeiro jogo, já que o segundo é uma continuação direta. Entretanto, não há spoilers de The Last of Us Part II neste texto.

Só mais uma coisa: normalmente, utilizo prints próprios nos meus reviews. Porém, seguindo a determinação do documento de embargo do jogo, as imagens aqui foram cedidas pela própria Sony.

Dito isso, vamos lá…

Até onde você iria por vingança?

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

No primeiro The Last of Us, vimos que o ponto chave da narrativa era a esperança de uma cura para a doença causada por um fungo que arrasou a humanidade. Para isso, Joel e Ellie cruzaram parte dos Estados Unidos em busca de um grupo chamado Fireflies – que poderiam, em teoria, criar uma vacina.

No entanto, o que descobrimos apenas no final, assim como Joel, é que para fazer a tal vacina Ellie precisaria ser sacrificada – para que se fosse estudado o porquê da menina (que devia ter uns 14 anos, no primeiro jogo) ser imune à infecção. O resultado já se sabe: Joel se recusou a entregar Ellie e varreu (leia-se matou) todos do hospital, onde estavam, para resgatar a menina.

The Last of Us Part II começa em Jackson, uma cidade tranquila em que as pessoas estão tentando viver o mais próximo da normalidade possível. Este é o local que a dupla parte para encontrar no final do primeiro jogo. É lá que vivem Ellie (agora uma jovem com seus 19 anos), Joel, Tommy (ambos já bem mais velhos) e dois novos personagens, que serão bem importantes ao longo da história: Dina e Jesse.

É claro que o jogador logo perceberá que toda aquela calmaria, com Ellie e Dina saindo para patrulhar as redondezas da cidade, e matar alguns infectados no processo (dentre um flerte e outro), não vai durar muito tempo. Do ponto de vista da construção das personagens, esses momentos iniciais são importantes para mostrar a ligação afetiva (de amizade ou amorosa) entre eles e, claro, para criar em você um sentimento de empatia.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Depois da calmaria vem a tempestade…

Agora é aquele momento delicado, desta parte do review sobre a história, em que tenho que avaliar muito bem o que vou escrever. Algo (que alguns já podem saber ou não) muito extraordinariamente ruim e traumatizante acontecerá à Ellie, logo no início. E quando digo traumatizante, me refiro visualmente também (falarei adiante, com mais detalhes, sobre as representações visuais de violência do jogo).

Este acontecimento é o gancho que a narrativa precisava ter para dar algum sentido muito forte à saída da jovem, de praticamente um santuário de plenitude (que aparenta ser Jackson), para encarar o pandemônio de caos e destruição que está o restante do mundo a volta. É como se o que aconteceu não tivesse acontecido… Não teria jogo! Porque nem no auge do delírio da insanidade alguém optaria por passar, “só pela aventura”, pelo que ela passou ao chegar a Seattle.

E é justamente em Seattle que Ellie estará a maior parte do tempo, seja seguindo pistas, explorando ou tentando sobreviver às novas ameaças que a cercam, que vão além dos infectados (falaremos mais deles adiante). Durante esse processo, que realmente vai levar um bom tempo, por várias vezes me questionei se faria as mesmas escolhas que ela, se sacrificaria o mesmo que ela por conta de uma vingança.

The Last of Us Part II é uma história de obsessão, um sentimento tão fortemente enraizado dentro de algumas pessoas que as impede de usar a razão, mesmo quando tudo à volta indica que está prestes a cair num buraco sem fundo… E sem volta. Quando é o momento para simplesmente deixar para lá e seguir a vida? Será que a vingança traz o sentimento de conforto que muitos procuram?

A narrativa de TLoU2 irá levantar esses temas, além do companheirismo (sim, também há coisas boas), amizades improváveis, romances, traumas, decisões difíceis, a desumanização, tribalismo (a ideia do “juntos somos mais fortes”), perda e, quem sabe, redenção.

Violência gráfica ao extremo

The Last of Us Part II é um jogo com classificação 18 anos e não é para menos. Se no primeiro game muitos se impressionaram com as várias cenas de violência, mesmo algumas sendo amenizadas por um ângulo diferente da câmera (por exemplo), nesta continuação o “grotesco”, ou o gore, não foi maquiado.

As cutscenes, especificamente as com cenas de extrema violência (que infelizmente não posso dar detalhes por motivos óbvios), estão impactantes a ponto de causar desconforto. Até mesmo durante o gameplay é possível observar todo o trabalho que a Naughty Dog teve em te deixar se sentindo mal com os detalhes.

Dentre as “partes para te fazer se sentir mal” nos combates (que darei mais detalhes a frente) estão cenas, por exemplo, em que Ellie estrangula uma pessoa e esta se debate pela vida em busca de ar até os olhos se revirarem e ela morrer, ou quando você precisa matar um cachorro (que está te atacando) e escuta algum adversário gritar o nome do animal em desespero e chorar pelo amigo caído, enquanto corre em sua direção para continuar o trabalho dele e tentar te matar.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Você não vai se sentir bem (moralmente falando) fazendo muitas coisas nesse jogo. Isso é um fato e olha que os exemplos que dei acima são até bem comuns, ao longo da campanha. Se o objetivo dos desenvolvedores foi o de te chocar com a ideia de “sobreviver a qualquer custo num ambiente hostil”, então parabéns Naughty Dog, você conseguiu. Estou até agora me sentindo um lixo pelos cachorrinhos que precisei abater (dentre outras coisas).

Infectados e novos grupos armados

O universo da série The Last of Us sempre foi mais focado nas relações humanas (ou o que sobrou disso) num mundo pós-apocalíptico hipotético, mas a grande ameaça que representam os infectados é constante e o jogo vai sempre te lembrar disso. Especialmente quando mais precisar explorar algum local abandonado em busca de preciosos e escassos recursos.

Alguns infectados (não confundir com zumbis) do jogo anterior estão de volta, como os Runners e Clickers. Vale ressaltar o ótimo trabalho de sonorização de cada um deles facilitando que você os identifique, mesmo sem poder vê-los. Destaque especial para os grunhidos de dor e sofrimento dos Runners e os estalos de engasgo perturbadores dos Clickers.

Os Runners agora também podem atacar em hordas. Não chega a ser um tsunami de bichos ao mesmo tempo, como em Days Gone, mas você perceberá rapidamente que – às vezes – a melhor estratégia é fugir. Como eles são rápidos, quando em grupo, os Runners podem facilmente te cercar e, se isso acontecer, é morte quase certa.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Acrescente agora os “adoráveis” Stalkers, que como o nome diz, sempre ficam à espreita, te cercando e vigiando. Eles não vão te atacar diretamente, num primeiro momento, e sim esperar quando estiver distraído para dar o bote e olha… Eles dão muito dano, mas podem ser facilmente abatidos (se conseguir achá-los) com um tiro na cabeça. Ah, os Stalkers, como se movimentam de forma silenciosa, não podem ser detectados pelo “radar” espacial de Ellie.

No time dos infectados “tipo tanker”, como os Bloaters (que também estão de volta), outra novidade são os Shamblers. Essas criaturas, que pertencem ao estágio 4 dos infectados, são mais raras, mais resistentes a dano e perigosas que os Clickers. Os Shamblers podem lançar ácido e, quando abatidos, explodem uma nuvem de ácido no processo.

Há mais um infectado novo em The Last of Us Part II, mas como ele faz parte da história e apenas aparece bem mais a frente na campanha, vou te deixar descobri-lo sozinho. Não quero estragar essa experiência única na sua vida. Eu, sinceramente, espero que você esteja bem estocado de qualquer coisa que dê dano de fogo e armas de grosso calibre quando o encontrar. Boa sorte.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Novas facções, antigos problemas

No primeiro jogo, o grande grupo militarizado em foco eram os Fireflies. Já nesta continuação, você irá se deparar (na maior parte do gameplay) com duas novas facções extremamente hostis uma com a outra:

  • WLF: altamente militarizados, numerosos, com poder bélico altíssimo para as circunstâncias em que vivem (onde esse pessoal ainda encontra tanta arma e munição?), possuem várias bases espalhadas por Seattle e são o único grupo que também usa cães treinados para detectar inimigos;
  • Seraphites: avessos às tecnologias do “antigo mundo”, eles se comportam como caçadores dando preferência a armas corpo a corpo e silenciosas, como o arco e flecha. Os Seraphites se comunicam entre si com assobios, sempre alertando o outro da sua localização. Quando um assobio não é respondido é comum que eles se reagrupem para ir até o último local que escutaram o indivíduo perdido.

É importante enfatizar que a inteligência artificial dos adversários, de ambas as facções, está bem elaborada. Quando Ellie é detectada por algum inimigo, este partirá para cima dela, mas antes alertará todo o grupo da sua presença e localização. Se estiver embaixo de algum veículo, se escondendo na grama alta ou atrás de alguma parede, a pessoa que te encontrou gritará aos outros exatamente onde está.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Combates ágeis e melhor uso do ambiente

Pegando o gancho do tópico anterior, ser detectado por um grande grupo de inimigos é um convite ao desespero e desperdício de recursos, em alguns casos. Se isso acontecer, você pode se arriscar a encará-los de frente (se tiver munição e habilidade de esquiva suficientes para isso), tentar despistá-los novamente e abatê-los com mais estratégia e risco calculado ou… Simplesmente fugir, quando possível, e poupar sua munição para combates inevitáveis. O jogo te dá essa flexibilidade de abordagens.

É sempre bom ter em mente que, apesar de Ellie ser mais experiente e ágil em TLoU2, ela não é tanker, ao contrário de Joel no primeiro jogo. Se não tiver mais balas nas suas armas ou estiver sem alguma arma corpo a corpo à disposição (como um pé de cabra ou um machado, por exemplo), ela vai atacar os inimigos com uma faquinha borboleta – que é muito mais eficaz em ataques furtivos. Então, pense bem se quer mesmo encarnar o Rambo em meio a uma multidão armada que quer o seu sangue.

Ao invés disso, Ellie agora pode usar bem o ambiente a seu favor. Observe ao seu redor por locais onde a grama é mais alta, se esconda e rasteje por ali (cuidado: inimigos muito próximos conseguem vê-la agachada) para um ataque furtivo a quem passar por perto. Suba em veículos ou prédios para uma visão melhor dos inimigos, pule (sim, você pode pular finalmente!) por sobre obstáculos e proteja-se de tiros mais rapidamente.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Outra novidade no gameplay é que a jovem também aprendeu a nadar e, em alguns momentos, será necessário mergulhar em rios para encontrar passagens secretas. Além disso e, para facilitar a locomoção (e até para dar uma “desculpa narrativa” e fazer o tempo passar um pouco mais rápido), Ellie poderá usar barcos e até um cavalo para explorar e, eventualmente, fugir.

O sistema de movimentação da personagem é bem interessante. Mesmo correndo em círculos e andando para trás, Ellie nunca vira as costas totalmente para o ambiente. Você dá alguns passos para trás (ainda olhando para sua frente) e só depois gira o corpo para a nova direção que quer seguir. Num ambiente hostil, essa é uma boa maneira de não ser flanqueada tão facilmente e, no caso de uma surpresa inesperada enquanto recua, te dá a chance de um contra-ataque mais rápido.

Em resumo: ela não se movimenta no estilo “pião”, ou seja, dando voltas em torno de si.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Habilidades e aprimoramentos

Sempre que tiver a oportunidade, explore a sua volta. Lembre-se que, por mais que tenha muita história, este é um jogo de sobrevivência e cada parafuso e pedaço de tecido que encontrar vale ouro para upgrades. Assim como no primeiro game, você até tem à disposição algumas armas de fogo iniciais e munição, mas estas balas não vão durar muito.

Revire gavetas, armários, prateleiras, restos mortais (pois é, isso também) e colete tudo o que conseguir carregar. Use esses recursos para criar molotovs, bombas, dar mais durabilidade e poder de dano a armas corpo a corpo e por aí vai.

Os parafusos que encontrar servem para upgrades das suas armas (sem ser a corpo a corpo) e somente podem ser usados quando encontrar mesas de trabalho específicas pelo mapa. Não há muitas dessas mesas por aí e nem são tão fáceis de encontrar. Isso te leva a pensar muito bem em qual upgrade fazer por vez: não se sabe quando terá outra oportunidade ou mesmo se terá recursos para isso.

Também é importante ficar de olho para achar pílulas durante a exploração. De uma forma bem curiosa, esses remédios te conferem habilidades especiais mesmo já com a validade vencida há anos.

Ellie pode desbloquear algumas árvores de skills que conferem alguns atributos específicos e bem úteis, como: sobrevivência, criação, furtividade, e precisão e explosivos (que vai te ajudar a, por exemplo, fazer flechas explosivas). Para desbloquear cada skill tree é necessário encontrar revistas que te ensinam essas habilidades.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

No calor do conflito e com a munição acabando, o simples fato de abaixar para abrir a mochila e trocar de arma pode representar sua morte. Vasculhe os lugares em busca de cintos e coldres para conseguir pendurar mais armas em você e agilizar essas trocas.

Histórias escondidas e easter eggs

Explorar o mapa também te dá a chance de ler anotações, cartas e outros documentos que contam um pouco a história daquele local e da luta por sobrevivência (ou o último lamento antes da morte) de muitas pessoas que passaram por ali. Isso é algo que também se viu muito no jogo anterior.

Por mais que o game seja linear, ele permite até uma boa dose de exploração dentro de edifícios, lojas, grutas e até esgotos. E você terá a opção de querer se arriscar ou não. Se ficar perdido por muito tempo (já que não existe um mini mapa), o jogo te dá dicas de como proceder com algum personagem dizendo algo do tipo “e que tal aquela passagem?”, ou coisa do tipo.

Vasculhar as ruínas do antigo mundo também reservam algumas surpresas e há vários easter eggs por aí, como um já mostrado pela própria Naughty Dog (o “último PS Vita”). Se tiver tempo e, principalmente, se encontrar algum cofre, vale muito a pena buscar pela combinação: há sempre valiosos recursos guardados.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Belas panorâmicas e trilha sonora imersiva

Como último jogo da Naughty Dog para o PlayStation 4, The Last of Us Part II conseguiu criar um mundo decaído com belas panorâmicas e é notório os efeitos das passagens de tempo e clima das locações. Da neve em Jackson às chuvas e correntezas em Seattle, o trabalho feito com o clima do jogo, neste caso literalmente, torna a atmosfera ainda mais imersiva e, porque não dizer, opressiva.

A animação das pessoas e infectados, especialmente em cutscenes, está bem feita e isso sempre foi um dos destaques do estúdio, que investe pesado na captura de movimentos e usa atores para interpretar seus personagens. Até mesmo os cachorros também passaram por este processo, ao menos é o que indicam os créditos após terminar o jogo.

A trilha sonora oficial, em estilo Country com umas pitadas de Blues, e a sonorização geral são um show à parte. Por alguns momentos, você joga apenas ouvindo os sons dos seus passos, canos gotejando ou o ranger de portas e janelas. A sensação de solidão beira o insuportável.

Esse clima só é quebrado quando algo muito importante está prestes a acontecer ou uma ameaça está próxima. Nesses casos, o tom muda radicalmente para uma trilha que te causa ansiedade, urgência e a necessidade louca de sair daquela situação o mais rápido possível.

the last of us part 2 / divulgação - sony

No entanto, como a perfeição é uma ilusão, alguns problemas também aconteceram. Com exceção das cutscenes, por vezes foi possível notar problemas com as texturas de alguns objetos e folhagens, especialmente olhando de perto ou quando se posiciona Ellie bem próxima a uma parede, por exemplo. No geral, a ambientação visual é bem agradável, porém não chega a ser o que a Rockstar fez em Red Dead Redemption II.

Também notei um bug (que aconteceu algumas poucas vezes) em que a pistola desapareceu da mão de Ellie, que continuava em posição como se ainda estivesse empunhando a arma. O curioso é que também dava para mirar e atirar com a pistola invisível. Só consegui resolver o problema trocando entre as armas algumas vezes. Vamos ver se no patch do lançamento isso será resolvido.

Precisamos falar sobre sentimentos

Do ponto de vista de jogadora e uma grande apreciadora de games focados em narrativa, terminei minha jornada em The Last of Us Part II (ao longo de quase 28 horas) me sentindo mal. Na verdade, com um grande vazio interior por tudo o que vi e fui obrigada a experimentar, já que não tive a opção de escolher diferente.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

Se eu tomaria as mesma decisões de Ellie em tudo? Certamente que não. Se a culpo totalmente pelas decisões que tomou? Não saberia responder. A série The Last of Us mostra uma realidade fictícia do que alguns fariam para sobreviver ou, no caso desta continuação, do que seriam capazes de fazer por vingança.

É cristalino o sofrimento estampado no rosto de Ellie e como, com o passar do tempo, esta obsessão por se livrar de um trauma causa a ela ainda mais dor. Mas qual seria o limite? Ou como disse no início do texto, quando é o momento para deixar para lá e seguir a vida?

Esta foi uma experiência que me esgotou emocionalmente de uma forma que fiquei aliviada quando acabou. Não sei se você passará pela mesma situação, mas particularmente me envolvo com a narrativa de uma forma que é, ao mesmo tempo, uma benção e uma maldição.

Não consegui ter paz em nenhum momento jogando. A atmosfera é, às vezes, tão opressiva que só se consegue respirar ao pausar o game. Até quando tudo aparenta estar calmo, não dá para baixar a guarda. Em resumo: assim que se tenta relaxar, o jogo te dá uma nova sacudida e te lembra que você não está ali a passeio.

As mortes de alguns personagens que se estava, até pouco tempo rindo e interagindo, são tão extremamente brutais e repentinas que te assustam, por vezes, mais que os próprios infectados.

the last of us part 2 / Divulgação - Sony

A dor maior é não ter tempo sequer para sofrer pelo companheiro(a) caído(a), pois é necessário fugir para não ser o próximo. É o desespero de perder um(a) amigo(a) sem poder fazer nada, sem ao menos poder passar por um momento de luto.

Não consigo afirmar exatamente se me diverti (no sentido literal da palavra) jogando TLoU2. Dizer que sobrevivi à experiência que o game me proporcionou seria mais real.

Conclusão

Queria poder falar bem mais sobre esse jogo (que chega oficialmente dia 19 de junho), mas o embargo para a publicação deste review me impede. Há muito mais em The Last of Us Part II do que você leu até aqui. Quem sabe no futuro, após algum tempo de já ter sido lançado, não retomo essa discussão. Há vozes importantes desta narrativa que também merecem ser ouvidas.

Finalmente, se quiser jogar, não se prive disso por conta dos possíveis spoilers vazados. Tenha a sua própria experiência e tire suas conclusões (há um New Game+ também). Só espero que esteja bem, psicologicamente falando, antes de embarcar nessa montanha-russa de emoções.

Prós

  • História angustiante, traumática e envolvente
  • Novo gameplay é mais ágil e versátil
  • Trilha sonora oficial e sonorização dão o toque especial
  • Melhor uso do ambiente a volta a seu favor

Contras

  • Problemas com as texturas de alguns objetos e folhagens (quando vistos de perto)
  • Às vezes, coisas mais simples na história se arrastam demais para acontecer
  • Bug da pistola invisível
Nota Final 9
Áudio
10
Desafio
9
Diversão
9
Inovação
8
Jogabilidade
10
Replay
8
Visual
9

Receba mais sobre The Last of Us na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.

Relacionados