Exclusivo: Akamai vê uso de internet crescer 112% no Brasil durante pandemia

Com mais pessoas usando internet para trabalhar e estudar, a empresa alerta para os riscos de ciberataques

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 4 meses

O período de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus levou à adoção de ferramentas para o home office e, consequentemente, a um consumo maior de dados. A Akamai, plataforma de armazenamento em nuvem responsável por 30% do tráfego online mundial, registrou em abril um aumento de 112% no uso de rede no Brasil em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a empresa, a alta foi causada porque mais pessoas passaram a usar a internet para trabalhar, estudar, fazer compras e se divertir. A comunicação com familiares, amigos, colegas de trabalho e professores por meio de chamadas de vídeo fez plataformas como Zoom, Microsoft Teams e Google Meet ganharem milhões de usuários na pandemia.

O NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) aponta que a qualidade da internet no Brasil segue estável. A velocidade média de download caiu em 17 de março, após estados anunciarem as medidas de distanciamento, mas voltou ao seu patamar convencional depois da redução na qualidade de serviços de streaming.

No relatório mais recente, divulgado na segunda-feira (8), o país registrou, em média, velocidade de download de 21,9 Mbps, velocidade de upload de 14,8 Mbps e latência de 27,7 ms. O levantamento foi realizado entre 1º e 7 de junho em 2.850 municípios brasileiros.

Maior uso de internet aumenta riscos à segurança

Com mais pessoas adotando o modelo de home office, cresce também a atividade de cibercriminosos em busca de informações de empresas. A ideia é aproveitar a vulnerabilidade de computadores pessoais para invadir contas de e-mail e acessar documentos sigilosos, como contratos e acordos judiciais. Uma das estratégias envolve o uso de endereços de e-mail falsos associados a serviços de chamadas de vídeo.

O diretor geral da Akamai América Latina, Claudio Baumann, afirma ao Tecnoblog que o isolamento ofereceu novos alvos para ataques. “Durante o isolamento social, há uma quantidade maior de pessoas acessando sites de entregas, e-commerces, bancos e outros”, afirma. “É muito importante estar atento a mensagens recebidas solicitando ou oferecendo vantagens para acessar um determinado site, já que ela pode ser a porta de entrada para uma ação maliciosa”.

O executivo destaca que muitas empresas migraram para o home office de forma repentina, sem planejar a segurança de seus dados da forma adequada. O ideal, segundo ele, é orientar funcionários sobre as práticas mais comuns em ataques cibernéticos e manter várias camadas de defesa para evitar que os dados sejam comprometidos e que reduzir o impacto aos negócios em um eventual ataque.

“Faça backup dos seus dados e faça backup do seu backup. Para alguns, isso pode parecer óbvio, mas o malware pode criptografar os backups armazenados nos servidores de rede”, diz Baumann. “Contar com uma única camada de segurança contra essa barreira em evolução não é uma prática recomendada. A utilização de várias camadas de segurança significa que, se uma camada não bloquear um ataque, você terá sobreposições adicionais que podem atenuar a ameaça”.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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