O Banco Central anunciou nesta terça-feira (23) que o WhatsApp Pagamentos deverá ser suspenso em todo o Brasil: a instituição pretende “avaliar eventuais riscos” e teme que, sem uma análise prévia, a novidade poderia causar “danos irreparáveis” à concorrência e à privacidade. O serviço, associado à carteira Facebook Pay, começou a ser liberado na semana passada para clientes do Nubank, Sicredi e Banco do Brasil.
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A ordem do Bacen é para a Visa e a Mastercard: as bandeiras deverão suspender imediatamente todas as atividades relacionadas ao WhatsApp Pagamentos; ele foi liberado inicialmente para 1,5 milhão de usuários. Caso isso não seja cumprido, as duas empresas estarão sujeitas a multa e a processo administrativo.
Vale notar que o serviço foi suspenso de forma temporária no Brasil; ele não foi proibido. O Bacen planeja “avaliar eventuais riscos para o funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e verificar a observância dos princípios e das regras previstas na Lei nº 12.865, de 2013”. Esta lei define o Sistema de Pagamentos Brasileiro e estabelece as funções do Banco Central.
WhatsApp Pagamentos “poderia gerar danos irreparáveis”
Sem uma análise prévia, o WhatsApp Pagamentos “poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados”, afirma a instituição.
O Bacen justifica a decisão dizendo que quer “preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”.
Na semana passada, o Bacen disse que via potencial para incorporar o recurso do WhatsApp aos pagamentos instantâneos do PIX. No entanto, havia o receio de “qualquer iniciativa que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos”.
O WhatsApp Pagamentos e o Facebook Pay foram lançados com suporte a cartões de débito e crédito do Nubank, Sicredi, Woop e Banco do Brasil. Os pagamentos são processados pela Cielo, que cobra 3,99% sobre o valor das transações feitas por empresas no WhatsApp Business; para pessoas físicas, as transferências são gratuitas.
Rumores dizem que Bradesco, Santander e Itaú Unibanco fizeram testes do WhatsApp Pagamentos, mas saíram do projeto antes do lançamento. Havia planos de incluir suporte em breve a cartões do Banco Inter, C6 e Neon, além da bandeira Elo.
Comentários da Comunidade
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Medida pode até ser impopular a princípio, mas é importante. O PIX vindo no final do ano e o Facebook resolve por acaso liberar pagamento por WhatsApp no Brasil antes de todos os outros países do mundo…
Deixar Facebook cuidar de dados já é um problema, imagina ele cuidando de dinheiro.
O WhatsApp Pay já existe há vários meses na Índia.
Quis dizer Facebook Pay, né?? Whatsapp Pay por enquanto só existe exclusivamente no Brasil
Isso vai ser descontinuado aqui no Brasil ou vai ser incorporado ao PiX no fim do ano, do jeito que foi feito vai criar um monopólio do Facebook e a Cielo, e qual a razão de escolher a Cielo e não abrir para concorrentes? Muito estranho! No mais não confio meus dados pessoais ao Facebook, não uso nenhum da suas rede sociais e mensageiros consequentemente não usaria o whatsapp pay, mas quem seria louco de confiar seus dados financeiros a uma empresa que sempre está envolvida em vazamento de dados e manipulação eleições, Cambridge Analytica que o diga.
Cripto moeda Libra e agora isso qual o interesse dela em entrar no sistema financeiro?! Fico com um pé atrás.
Acho que está certo de suspender e avaliar, pois a fragmentação pode aconter de lugares ou pessoas só aceitarem pagamento por WhatsApp pela sua praticidade, dando maior controle dos dados ao Facebook, maior concentração de mercado da Cielo, diminuindo a concorrência de certa forma, e prejudicando quem opta por não utilizar o serviço do Facebook, parecido como ocorre na China, onde muitos lugares aceitam apenas o Wechat pay.
Não foi proibido. Foi suspenso para avaliação.
Pode ser que a avaliação conclua que uma proibição é o melhor caminho? Pode, mas ainda não foi proibido.
Seria um salto muito grande proibir concordo mas a parceria entre ela e a Cielo (sem da chance para concorrentes) será bem analisada pela Bacen, tem um risco muito grande de monopólio.
Muita gente. Seja porque não liga pra isso, seja porque não tem muita opção.
Tem gente que usa porque precisa pra manter contato com família e amigos, tem gente que usa porque é uma das ferramentas de trabalho.
E se o Whatsapp pay for adotado em massa no país, essa mesma gente que usa whatsapp por não ter opção vai ter que adotar o pay mesmo que não goste. Por exemplo, um freelancer que não aceite Whatsapp pay nesse cenário vai sofrer, então ele vai ser forçado a adotar.
Tem isso também muitos nem sabe do escândalos do Facebook e como vc disse muitos nem liga para isso por desinformação ou não, não é uma inovação do Facebook sei que já existe a muito tempo isso lá na China com o WeChat mas lá existe um monopólio? Lá o WeChat fez parceira só com uma empresa para só ela viabilizar pagamento dentro do aplicativo(Cielo deles)?
Melhor continuar pagando as coisas com cheque.
“O Estado sabe o que faz.”
Zero sentido.
O estado brasileiro tentanto interferir novamente em uma inovação só porque não sabe como ela funciona, ou porque ficou com inveja das empresas privadas terem lançado uma solução similar ao Pix mas de forma “antecipada”, ou porque os concorrentes fizeram um lobby para bloquear.
Não tem nada demais, na prática é TED simplificado. Picpay, Mercado Pago, PagSeguro, Paypal, entre tantos outros estão aí no mercado há anos fazendo operações similares. Os próprios bancos têm em seus apps uma opção de escanear sua agenda de contatos e já sugerir amigos que podem receber pagamentos.
os caras viram uma oportunidade grande de perderem a boquinha deles ($$$) ai foram lá e barraram o serviço.
Engraçado que, na mesma semana o próprio Banco Central disse q a iniciativa era boa e que iria ficar de olho na possibilidade de integrar WhatsApp com o novo sistema de pagamento deles chamado PIX, disse até que a iniciativa iria ajudar principalmente negócios de micro-empreendedores, 1 semana depois vão lá e barram o serviço. Estranho em!?
Isso é lobby dos bancos, puro e simples.
O ponto é ser inter-bancário, transferência interna existe em qualquer banco há literalmente décadas…o TED assim como PIX é um sistema universal que facilita entrada de concorrentes no jogo. Se cada um pudesse fazer o que bem quisesse, os bancões poderiam simplesmente parar de transferir dinheiro para os concorrentes, especialmente fintechs e matá-las no nascimento.
Esse caso do WhatsApp vai se arrastar por um bom tempo. Não duvidaria que só liberassem após o lançamento do PIX.
Mas de todo esse imbróglio vai servir para dar precedentes para outros futuros meios de pagamento, desembarcaram por terras verdes amarelas. E que seja feita a concorrência. Muito antes do Card, o imassage já contava com o pay cash. Porém apenas nos US.
É mais ou menos (igual) ao WeChat na China.
Eles já estão bem na frente na questão de pagamentos por esses canais, o Brasil até que está melhor que outros países em parte graças a revolução das Fintechs aqui com o Nubank.
Tem país que nem pagamento contactless possui ainda.
Mas essa reação é um “medo” recorrente do estado brasileiro perder controle, essa preocupação com a concorrência desleal em parte é verdadeira, mas geralmente é desculpa para arrumar alguma forma de criar mais uma taxação, ou como disse @imhotep “Isso é lobby dos bancos, puro e simples.”
Mas é registrada gente. Nenhum banco movimenta dinheiro sem registros.
Quem executa a operação é a Cielo e os bancos parceiros, não é “debaixo do pano” feito pelo Facebook.
Internamente deve ser um TED ou uma operação de débito normal.
Este que é o ponto.
A justificativa de muita gente é que o povo é burro e pode cair em fraudes.
Escuto isso desde os anos 90 qd cartões de crédito se popularizaram. Pra quem não se lembra, o cartão não tinha chip. A compra era feita passando o cartão por um papel carbono, onde ficavam gravados o número do cartão em alto relevo. Sem senha, sem nada. Quase ninguém pedia identidade pra conferir com o nome no cartão.
Eu acho que a falta de conhecimento em tecnologia e a falta de educação financeira no Brasil não podem ser desculpas pra evoluir.
Ou então fiquem aí usando cheques e pagando 10 reais de Ted (nem todo mundo tem conta em fintech e desconhece os benefícios destas).
Se passa por uma processadora de pagamentos, como a Cielo, já não é um “Ted simplificado”. Ainda mais por não permitir a interoperabilidade com outros bancos e meios que não aderirem.
O problema nem são as fraudes, pois sempre vai existir, como a que surgiu com a contact less, que na Europa já há um golpe em que aproximam a máquina de cartão da região em que fica a carteira da pessoa, e como geralmente até 50 EUR não pede senha, aprova a transação sem a pessoa nem mesmo perceber, muitas vezes, tanto é que surgiram as carteiras com proteção rfid pra evitar isso.
Então, como eu disse, mero lobby dos grandes bancos.
A gente tem fraude no Inter, no Nubank, PagSeguro, Paypal, q nem são muito divulgadas.
Duvido q aquele teclado do Itaú não tenha falhas.
Mas como se trata do facebook, q é uma empresa mundial, chama toda essa atenção e atrai o ciúme de quem tem as cartas no país.
Mas o problema é que, no teclado do Itaú, se faz um ted/doc normal, no Nubank, tem a facilidade de transferência a partir do número de celular só para quem tem nubank. Já no caso do pagamento por WhatsApp, pode ser que venha a ter pessoas a só aceitar esse meio de pagamento, por mais que por enquanto seja entre bancos. E como o WhatsApp tem grande impacto na população brasileira(vide o que aconteceu quando foi bloqueado), ele tem potencial pra mudar a forma como fazemos pagamento no Brasil, e caso eu não utilize, serei prejudicado. Acho que uma plataforma como o WhatsApp não deveria ter autonomia para isso, pois seria mais um serviço dependente dele.
Sobre juros e registro de informações, isso não será um problema, pois como as transações são entre bancos, e tem uma processadora (Cielo), eles tem acesso a informações, e já tem as taxas que já cobram.
É exatamente isso! É o super protecionismo do estado brasileiro. As vezes o pessoal pega umas coisas para regular só porque é famoso.
Vou dar um exemplo idiota de falha que já aconteceu com meus amigos no Picpay e ninguém não tá nem aí: lá só exibe o nome de usuário das pessoas, já aconteceu diversas vezes de amigos mandarem dinheiro para a pessoa errada, e o Banco Central em nenhum momento interviu no Picpay para “avaliar eventuais riscos” e checar se haveria “danos irreparáveis”. Além disso tem um problema gigante de privacidade que você não pode esconder a sua transação para outras pessoas, fica lá na timeline visível para todo mundo, você só pode esconder o valor da transação.
Quem escolheu não participar foram os grandes bancos, o Facebook não tem nada haver com isso. Tá lá disponível para as empresas que querem fazer parceria.
Igual o Nubank que até hoje não se juntou ao Google Pay / Apple Pay, foi opção do Nubank, e o Banco Central não foi lá obrigar o Google ou a Apple a fazer parceria com todo mundo.
Usa quem quer.
Quem não quiser vai continuar usando cartão de crédito, dinheiro vivo, transferência. Uma coisa não exclui a outra.
Foi-se o tempo em q uma loja só aceitava Visa e quem só tinha Mastercard não poderia comprar, ou melhor, poderia sim, só pagar em dinheiro vivo.
Aliás, se querem falar de dano irreparável, é só ver os lugares q não aceitam cartão e só aceitam dinheiro vivo (conheço muitos em SP). Isso é só uma forma de receber sem pagar imposto (com a desculpa de economizar com taxa de banco e cartão), pois a maioria das pessoas não pede nota fiscal, como em bares e restaurantes.
O Estado brasileiro trata os seus cidadãos como retardados e pensa que sabe o que é melhor pra ele do que o próprio cidadão. O governo brasileiro a todo instante tenta regular a vida do cidadão.
Ou é lobby dos bancões ou que acho ser mais provável, governo considerou que não dá pra controlar e xeretar esse sistema de pagamentos pra garantir a mordida no imposto de renda.
Aqui na minha cidade tem uma penca de lojas que cobrava mais caro se o cliente quisesse nota fiscal, não sei até que ponto é legal essa distinção.
A lei permite diferenciar preço entre pagamento em dinheiro e pagamento em cartão (antigamente isso era proibido).
Mas preços diferentes para emitir ou não nota fiscal é só sonegação de imposto mesmo.
Eu não sei como é o backend, se tem uma empresa só por trás dos pagamentos ou se é a própria Tencent que faz (o que não me supreenderia, já que essa empresa tem braço em tudo que é segmento).
Mas é fato que tem loja que só aceita Wechat pay ou Alipay, por exemplo. Cartão de crédito/débito é pouco usado lá e dinheiro está caindo cada vez mais em desuso também. Tem lugar que só aceita dinheiro se for exato porque não tem troco. Então a coisa fica complicada, ainda mais pra estrangeiro.
Desculpa mas isso não faz o menor sentido. Então as grandes empresas não podem inovar em alguma coisa ? Imagina uma invenção pra android ou pra windows, ia mudar tudo ?
Como disseram acho que é puro e simples lobby bancário.
Você entende que os lugares que aceitam somente um meio de pagamento são exceções? O Whatsapp Pagamentos tem grandes chances de inverter essa lógica, em que a maioria dos estabelecimentos aceitaria só o Whatsapp e a exceção ficaria pra quem aceita múltiplos meio de pagamento. Ele é um risco sim e pode causar um dano irreparável pelo alcance e predominância que pode vir a exercer no futuro.
Isso não faz sentido nenhum!!! Só se a vantagem pro comerciante fosse absurda!!! Ninguém vai deixar de aceitar outras formas de pagamento com as mesmas taxas de outros bancos/bandeiras/maquinas.
Duvido muito.
Empresário não perde venda por conta de forma de pagamento.
É óbvio!! Eu quero é vender e ponto. Já viu a história da coca cola e etc? Nem sei se é verdade mas faz todo sentido: Você vai num lugar e pergunta: tem coca? Se sim ok, se não vai embora. Eu, como vendedor, vou procurar o picpay, zapzap pay ou etc se a taxa for melhor e se todo mundo quiser pagar com ele mas isso não vai fazer eu ser exclusivo pra aceitar somente ele só se o Zuck quiser me dar uma grana por isso
Podem, só não podem abusar da sua posição, assim como faz o correio, e assim como tentaram os grandes bancos com o Nubank no começo. Aí que entra o bacen, verificar se há a possibilidade de interferência com os meios de pagamento, permitindo ou não, ou mesmo regulando, para que haja espaço pra concorrência, e não um monopólio.
Como você mesmo disse em outra resposta, você não acha que o banco iria querer deixar de vender, já que iria ter mais pessoas utilizando o serviço dele e ele podendo cobrar taxas, seja do Facebook, seja do usuário? Acho que justamente outros grandes bancos não participaram da iniciativa com medo de ocorrer o aconteu, ser suspenso ou ser barrado.
Quando comecei usar o PayPal, que começou a revolução Fin, bastava associar seu cartão internacional e pronto, usava a plataforma para fazer compras na plataforma e o governo nem tem que se meter, a responsabilidade é da operadora do cartão em lidar com o PayPal.
Depois veio pagseguro, mercadopago, etc…
Não teve toda essa repercussão, não que eu lembre, e funcionava bem, funciona até hoje e ninguém morreu.
Mas agora que o Whatsapp quer entrar na brincadeira por que não pode? Algo estranho mesmo.
Isso é defesa da livre concorrência. Longe de defender os bancos, mas o BC precisa criar regras para concorrência justa entre as partes.
Cara de novo: isso é defesa de livre mercado. O whatsapp pay da maneira como foi acordado é monopólio e vai controlar mercado. E a economia não pode ter um dono, seja banco ou fintech todos precisam ter as mesas oportunidades.
Então… monopólio ocorre quando se extingue qualquer outra opção, ou se obtém maioria esmagadora do mercado. Não acredito que o Zapp tenha capacidade de extinguir as outras opções de pagamento nem hoje, nem num futuro próximo. Isso só aconteceria se oferecerem algo tão vantajoso, que não vai ter como ofertar algo melhor. Quem não quer receber ou pagar no Zapp usa outro meio e pronto. Do lado do vendedor, e ele só aceitar MasterCard ele perde vendas da Visa, assim vale para o Zapp, se o cliente não quiser pagar com esse meio ele perde a venda, assim tem que aceitar outros meios, por isso, não me parece que todas as pessoas e empresas vão usar apenas um meio, ou seja, não há monopólio, mesmo que o Zapp faça parceria com apenas um gateway.
Vc está errado. Usa quem quiser. Quem não quiser não usa. E vão continuar existindo as outras formas de pagamento como cartão, cheque, dinheiro vivo, outros apps, etc.
Sempre q o governo quer regular demais uma coisa, isso fica mais caro para a população. É por isso q temos pouquíssimos bancos e um oligopólio q todo mundo finge q não existe ou fala q é “consolidação do mercado”.
Não estou falando de estado mínimo, pois até isso já foi deixado de lado nas escolas de economia.
Estou falando de deixar as coisas acontecerem e apenas regulamentar (coisa q já é, tanto q temos outros apps de pagamento como picpay e similares).