Bugs da Intel motivaram Apple a migrar para ARM, diz ex-funcionário

O ex-engenheiro da Intel diz que a Apple era a maior reportadora de erros encontrados na sexta geração de processadores da empresa

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Apple Silicon (ARM). Imagem: Divulgação/Apple

Um ex-funcionário da Intel diz que um motivador para a Apple escolher ter seus próprios chips ARM em seus computadores aconteceu na sexta geração de chips da empresa, os Skylake. O problema aconteceu em bugs encontrados, muitos deles.

A família de processadores Skylake da Intel foi anunciada em 2015, com litografia de 14 nanômetros e foco nas memórias DDR4, mas com problemas também, principalmente na garantia de qualidade dos chips que a Apple comprava da Intel – fazia isso desde 2005, quando deixou de lado os PowerPCs e adotou o x86 da Intel.

“Era anormalmente ruim. Nós éramos citados muitas vezes por coisas pequenas dentro do Skylake. Basicamente, nossos colegas da Apple se tornaram maior relatador de problemas na arquitetura. E isso foi ruim, muito ruim”, disse François Piednoël, ex-engenheiro da Intel. “Quando seu cliente começa a encontrar quase tantos erros quanto você, você não está no lugar certo”, completa.

“Para mim, este é o ponto de inflexão. É aqui que os caras da Apple, que sempre pensam em mudar, olharam e disseram: ‘Bem, provavelmente precisamos fazê-lo’. Basicamente a garantia de qualidade ruim do Skylake é a responsável por eles se afastarem da plataforma”, complementa.

Trazer o processador para a própria Apple não é algo novo na empresa, ela já faz isso desde o lançamento do primeiro iPad e do iPhone 4, quando inseriu o Apple A4 no chip e assim diminuiu a dependência da Samsung. Desde então todo iPhone, iPod Touch e iPad já utiliza uma variante de algum Apple A, inclusive o iPad Pro mais recente que vem com o A12Z Bionic, que garante edição de vídeos em 4K como se fosse comer um chiclete enquanto anda de bicicleta.

Junte este provável descontentamento com a Intel e a experiência que a Apple começou a colher cinco anos antes, para chegar na WWDC deste ano onde a empresa diz que deixará de utilizar processadores da Intel em 2022.

Com informações: PCGamer.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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