Os preços de celulares no Brasil cresceram até 266% no 1º trimestre de 2020. Segundo um levantamento da IDC divulgado nesta sexta-feira (3), o comércio e os valores de telefones móveis sofreram os impactos devido aos efeitos da pandemia de COVID-19 (novo coronavírus). As vendas no mercado cinza, porém, subiram.
Os resultados são parte do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1 2020, que analisa o mercado nacional de celulares no primeiro trimestre de 2020. De acordo com o levantamento, o preço dos smartphones em geral teve crescimento de 15,1% no período, devido ao aumento do dólar. A média de valor no período é de R$ 1.473.
Entre os mais vendidos estão os smartphones intermediários premium, com valores na faixa de R$ 1.000 e R$ 1.999, cujo aumento de preço é de 53%. Os números surpreendem, porém, ao analisar o segmento premium (de R$ 2.000 a R$ 2.999), cujo acréscimo nos valores é de 266,5%. Os feature phones ficaram 62,1% mais caros.
Já em relação às vendas, o mercado em geral apresentou queda de 8,7%. Apesar do crescimento em janeiro de 2020 (+14%), o comércio teve retração de 4% e 27% em fevereiro e março, respectivamente, devido às restrições para conter a pandemia no mundo. O acumulado do período é de 10,4 milhões de telefones móveis distribuídos.
Ao todo, 9,8 milhões de smartphones foram comercializados nos três primeiros meses de 2020, 7,8% a menos que o ano anterior. A queda é maior ao considerar o mercado de feature phones, que acumulou 544 mil vendas, mas apresentou retração de 22,4% no período.
A receita, ainda assim, subiu no primeiro trimestre de 2020. No período, o mercado de smartphones concentrou R$ 14,5 bilhões, um crescimento de 6,25%. Os feature phones, por sua vez, acumularam R$ 96 milhões no exercício, aumento de 25,9% em relação à 2019.
Mercado cinza: vendas disparam em 2020
As vendas de smartphones no mercado cinza cresceram 135% no primeiro trimestre de 2020. Ainda de acordo com o estudo, foram vendidos mais de 1,1 milhão de unidades no comércio paralelo. Além disso, os preços desses telefones apresentaram queda 10% em relação à 2019.
De acordo com o analista Renato Meireles, “o maior movimento foi em janeiro, consequência dos lançamentos mundiais ofertados também no mercado paralelo. Nos meses seguintes, com o fechamento das fábricas chinesas, houve queda no abastecimento e nas vendas”.
Os resultados não são os mesmos para os feature phones, que acumularam 30 mil vendas no mercado paralelo, redução de 86%. O preço médio, no entanto, também apresentou queda no exercício, de 31,5%. Segundo o analista, “as fabricantes brasileiras têm feito ações junto aos canais de venda oficiais e estão tirando a força do mercado paralelo”.
Com informações: Telesíntese e MobileTime
Comentários da Comunidade
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Como havia falado, lojas e fabricantes estão se aproveitando da situação para praticar preços absurdos. Tudo bem que o dólar subiu 50% e que a produção nas fábricas chinesas despencou, mas a demanda também caiu bastante devido ao desemprego e mesmo assim houve aumentos de até 266%.
E já desconfiava que o cartel de lojas, fabricantes e do governo tenta impedir a todo custo atrapalhar o mercado cinza, afinal onde já se viu querer comprar um produto melhor pagando menos, absurdo!
Pior, o dólar nem subiu 50%, no ano a agora é pouco mais de 30%. E o mercado cinza disparou tudo apesar da matéria dizer que baixou. Nacionais e importados estão no mesmo trilho da roubalheira, fica complicado assim
Meu telefone atual já tem 2 anos de uso. Só vou trocá-lo daqui a uns 2 anos ou mais. Não sei quando vou arrumar um emprego. Smartphone é um tipo de produto que tem que ser comprado com muita calma.
Pois é, mesmo o mercado paralelo disparou o preço, vendedores do Mercado Livre que o digam. Reajustaram insanamente os preços mesmo do que já estava em estoque, comprado com dólar mais baixo.
Não sou de chamar empresário de vilão, cada um cobra o quanto quiser, mas estão avacalhando sem dúvidas. No Brasil a demanda cai e os preços aumentam, infelizmente as regras básicas da Economia não se aplicam aqui. Só mesmo um boicote em larga escala pra ver se os preços voltam a um patamar mais justo.
O Brasil tem essas particularidades que nenhum outro país tem. Se não vende, aumenta os preços. O mercado automotivo foi sempre assim em épocas de crises. Algumas fabricantes de celulares que estão por aqui praticam o verdadeiro capitalismo lá na Índia, com mercado disputado a tapas e preços realmente competitivos.
Já li por aí que aqui na ‘terra brasilis’ há o fator status e ostentação que as fabricantes levam em consideração para definir os preços finais de seus produtos. E o pior, se tiver o preço competitivo na prateleira, é capaz do consumidor comprar o concorrente ao lado por deduzir que o barato tem qualidade inferior.
Você tira pelos preços de smartphones no ML, dispararam no mínimo 50% a mais do valor de antes, e o mesmo smartphone na China teve aumento de preço apenas devido a cotação do dólar ou até menos.
Mercado automotivo acontece isso porque não é realmente livre, pois há muita interferência estatal e as fabricantes são protegidas pelo governo da concorrência externa, já que o Brasil é extremamente protecionista.
Outra coisa que me deixa fulo é que enquanto lá fora o fabricante ou lojista tenta faturar com alto volume de vendas, democratizando o acesso aos produtos, aqui no Lisarb tentam obter a maior margem de lucro possível vendendo a menor quantidade possível.
Já desisti de tentar compreender o capitalismo tupiniquim, pois ele simplesmente não funciona aqui. Não é só culpa do governo parasita, o próprio empresário brasileiro avacalha também, ser consumidor nesse país é uma tarefa hercúlea.
com esse corona as estradas estão mais vazias o aumento de cargar sonegadas apreendidas aumento. Todas semana tem video de cargas de Redmi e toneladas de drogas presas. Essas cargas de redmi presas vai fazer o preso aumentar.
Não tem como vc não repassar o valor mesmo com estoque, pq dai acaba o estoque vão repor como?
Mercado fechado explica isso, importar carro é impossivel por isso metem o preço que querem.
Eletronico vc corre o risco de perder tudo na fronteira, por isso o custo é mais alto, se quer cel por preço razoavel importa vc mesmo e espera 3 meses por causa da merda da receita federal.
Tudo bem, concordo, mas o que explica aumentar em 100 ou 200% os preços? Fazem isso porque tem tonto pra pagar? Outra jabuticaba é que quando o dólar ou o preço lá fora cai, os importadores, distribuidores ou lojistas não repassam a redução ou repassam muito lentamente, ao contrário do que acontece lá fora, quando o consumidor percebe imediatamente redução nos preços. Imagino que há muitos atravessadores nessa cadeia.
Cara, me dá depressão morar no Bostil, será que estou pedindo muito ao querer que o capitalismo aqui funcionasse como lá fora? Nem me importo tanto da nossa moeda não valer mais nada, só queria que as leis da Economia valessem aqui.
E o pior é que o risco dos preços nunca mais voltarem ao patamar de antes ,é grande. Aqui no Brasil é fácil ocorrer uma escalada de preços para além do aceitável. Mas normalizadas as condições que desencadearam a alta dos preços, o processo de queda não é verificado na mesma velocidade e proporção. Quase sempre é assim…
Eu reparei o aumento absurdo esses dias.
Comprei o Samsung Galaxy Note 10 Plus por por R$ 3,200 em Abril. Neste momento o aparelho está custando R$ 4.500, ou seja, aumentou em R$ 1.300, 40% de aumento no valor, de uma fabricante que possui produção local, resultando em menor interferência do dólar.
Ou seja, o custo Brasil é sem precedentes.
Na minha cidade (Teresina) tem várias pequenas lojas que vendem apenas produtos Xiaomi, pulseiras, fones e celulares. Enquanto na loja oficial um Note 8 custa R$ 2.200, na lojinha local custa R$ 1.500.
O preço alto não é culpa dos representantes oficiais. A pandemia, o dólar alto, o alto custo aduaneiro com burocracia e impostos, mas também a margem de lucro (eles não vão vende de graça, né) fazem o preço ficar alto mesmo. Infelizmente esse é o Brasil.
Se fosse só o preço dos celulares que disparou… hahaha
Pois é, enquanto isso o IPCA do mês de maio foi de -0,38% no país, com Belo Horizonte ficando em -0,60%.
Engraçado… em Curitiba eu vi o preço do Arroz, Feijão, Trigo, etc ter um bom aumento… Esses ultimos 6 meses deu uma piorada boa. hahaha
Descobri que até arroz e feijão são importados, pois subiram bastante de preço. E não estou nem falando de produtos como frango e carne, que subiram de preço devido à exportação para a a China. Aliás, o fato da China embargar esses produtos é muito bom, para ver se assim o preço no mercado doméstico baixa.
Enquanto o pão, feito com farinha de trigo que vem em grande parte da Argentina, e que realmente é cotada em dólar, não subiu muito. Em resumo, reajustaram absurdamente os preços de malandragem mesmo, mesmo produtos nacionais com pouca ou nenhuma matéria-prima importada.
Imagina que vc comprou com o dolar a 5,00, depois o dolar cai pra 4,50, não tem como vc repassar o preço com o estoque que vc pagou a 5,00…
Cara só quando o Brasil tiver liberdade economica, até lá o Brasil não corre o risco de dar certo.
Mas vendem com o dólar a 5 reais o estoque comprado a 4,50, lá no exterior é uma via de duas mãos, aqui no Brasil só funciona na hora de subir preços. E se ainda aumentassem os preços na mesma proporção da alta do dólar estava bom, mas como mencionei várias vezes, já vi produtos que ficaram quase 200% mais caros. Nada justifica esses preços insanos, estão aproveitando a incerteza e metendo a faca sem dó.
Nunca me esqueço daquela bendita enchente no Sudeste Asiático em 2011, que inundou fábricas de HDs e SSDs, levando a uma grande queda na produção e um aumento considerável nos preços desses componentes aqui e no exterior, até aí tudo bem.
O problema é que mesmo após normalizar a produção, nunca mais os preços baixaram aqui, mesmo considerando flutuação do dólar. Simplesmente distribuidores ou os lojistas no Brasil se “acostumaram” com os novos preços e ficou por isso mesmo, no final só fez aumentar sua margem de lucro. Enquanto lá fora os preços baixaram para o que eram tão cedo a produção voltou ao patamar pré-enchente.
Realmente aqui é tudo mais dificil, mas não da pra vc baixar o preço junto com a queda do dolar, afinal o seu estoque foi comprado com dolar mais alto.
Burocracia aqui atrapalha toda a economia, se fosse facil e rapido importar não teriamos esses problemas.
E outra governos impoem cota de importação, lembra quando feijão estava uma fortuna? Então o governo foi la e falou não vão importar feijão mais barato, vai ter que comprar caro pra proteger a agricultura nacional