O que é AdBlock?

Você provavelmente já sabe o que é o AdBlock ; entenda também por que bloqueadores de anúncios são tão polêmicos em toda a internet

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 1 ano
Stop - anúncios

Na internet, a publicidade está por todos os lados. Banners, de todos os tipos e tamanhos são distribuídos por redes como Google Ads e Facebook Ads — esteja você no computador ou no celular. Pipocam, também, aos montes, os famosos Ad Blockers.

Tanto páginas de notícias e blogs, como o Tecnoblog, e plataformas gratuitas como as redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram e outros) dependem dos valores gerados por essa publicidade digital para financiar sua permanência na internet e equipes.

A estratégia é “simples”: visualizações e cliques rendem dinheiro. Quanto mais, melhor. Para obter sucesso, mineram-se dados dos usuários e visitantes para oferecer os tais anúncios direcionados, cada vez mais certeiros. São os velhos cookies de publicidade.

Até aí, como diria a música, “Morreu Neves”…

Todo mundo já sabe mais ou menos como essa roda gira. Entretanto, com o tempo (e o abuso de alguns), os usuários começaram a ficar cansados de serem impactados por anúncios, muitos em pop-up, sobrepondo o conteúdo que gostariam de consumir.

No início, era comum “alugar/comprar banners” em cada site que uma marca desejava anunciar. Redes e publicidade como Google Ads, Facebook Ads, Twitter Ads e outras surgiram para facilitar a contratação e distribuição desses banners nas plataformas.

O que é AdBlock ?

Ficou mais fácil anunciar, mas também ficou fácil enjoar dos anúncios. Foi então que surgiu, em 2006, o AdBlock Plus, incluso na lista de complementos do Mozilla Firefox.

O que é AdBlock?

O AdBlock é um bloqueador de anúncios, em forma de extensão (plugin) e disponível para diversos navegadores de internet incluindo na lista Google Chrome, Safari, Firefox e Opera. Ele já funcionou no Internet Explorer, hoje substituído pelo Microsoft Edge.

A proposta era de apenas oferecer uma extensão para navegador, gratuita, que permitisse “personalize a experiência na web”. Ou seja, decidir quais anúncios você está interessado em ver. Quase sempre, culminando em bloquear todos os anúncios.

De fato, o AdBlock não é de todo “malvadão”. De acordo com os desenvolvedores, é possível usar listas de filtros e desbloquear sites, usando um conjunto de regras que informam ao navegador quais elementos bloquear. É possível bloquear pouco ou tudo.

Adblock Plus é a mesma coisa que AdBlock?

Em resumo, não. Ambos são bloqueadores de anúncios, mas são projetos separados. O Adblock Plus é uma versão do projeto original de “bloqueador de anúncios”, enquanto o AdBlock (sem Plus) nasceu em 2009, para o Google Chrome.

Só tem o AdBlock? Tem alguns… Outro bloqueador de anúncios famoso é o UBlock, que se denomina “o melhor bloqueador de anúncios”, não deixando passar nada no filtro.

Como desbloquear o AdBlock / Screenshot

O resultado disso, no final da ponta, é ruim para quem depende da publicidade para gerar renda — valores que pagam custos da produção do conteúdo e da manutenção da infraestrutura e que podem ou não serem compartilhados com a rede de anúncios.

Os bloqueadores de anúncios são o terror dos anunciantes, eles causam impactos negativos em campanhas. Isto é, prejuízo. O AdBlock e outras soluções de bloqueios tentam reduzir esses impactos distribuindo parte das doações ao donos do conteúdo.

Contudo, oferecem estruturas em que cobram de redes de anunciantes uma taxa para que sejam testados os anúncios e checados se são aceitáveis para passe-livre.

Bloqueador de anúncios abusivos do Chrome

Como detentor do navegador de internet mais popular do mundo, o Google incluiu um bloqueador de anúncios nativo no Chrome, que bloqueia as propagandas invasivas.

O buscador tomou essa iniciativa após uma pesquisa com 25 mil usuários que definiu o que são anúncios invasivos. Usando o bloqueador de anúncios nativo do navegador, você permite apenas a publicidade dentro das normas definidas pelo Google.

É um alternativa para quem não quer usar AdBlock. Na prática, o sistema não bloqueia anúncios que não incomodam e a tendência é de que os sites, cada vez mais, respeitem as regras e não trabalhem com formatos de publicidade que caiam no bloqueio de ads.

Anti – AdBlock

Se você já usou AdBlock sabe muito bem que há sites que bloqueiam o conteúdo se você está usando a extensão. No lugar do conteúdo, são exibidas mensagens pedindo para o visitante desativar o AdBlock e, só então, poderá seguir para a URL visitada.

Outras redes, que não adotaram essa abordagem, tentam alterar o código da publicidade para enganar os bloqueadores de anúncios — uma corrida de gato e rato.

Usualmente, o Facebook é citado no blog do bloqueador em tom de crítica. A rede social está sempre tentando burlar bloqueadores de anúncios e fazer o rato escapar.

Sobre a postura de Mark Zuckerberg, Ben Williams que é executivo, minimiza.

Facebook com AdBlock

“É uma jogada infeliz, porque leva a um caminho obscuro e contra a escolha do usuário. Mas, também não há razão para exagerar: os jogos de gato e rato na tecnologia existem desde que os spammers tentam burlar os filtros de spam”, argumenta em post de 2016.

Você também já deve ter visto outros plugins que prometem bloquear os bloqueadores de anúncio, algo como o anti-anti-adblock. Acrescentamos o cachorro, ao gato e rato.

Dados da eyeo GmbH

A eyeo GmbH, empresa que opera o AdBlock Plus, afirma, com base em dados de 2019, que 57% dos usuários online pesquisados nos Estados Unidos preferem bloquear os anúncios considerados indesejáveis do que bloquear todos, enquanto 71% disseram entender que editores de conteúdo precisam de publicidade para mantê-los gratuitos.

Sendo que 83% dos usuários de bloqueio de anúncios nos Estados Unidos ficariam irritados se um site o desativasse sem permissão; 61% disseram que não voltariam a esse site novamente. Apenas 38% dos usuários on-line consultados em território norte-americano desativariam o plugin do bloqueador de anúncios se solicitado por um site.

Anúncios Aceitáveis

O que o AdBlock faz para tentar amenizar essa situação? A proposta de “lista branca”.

A companhia afirma que não se pode pagar para entrar nela, pelo contrário. Sites pequenos teriam o benefício da avaliação gratuitamente. Sites maiores, porém, devem contribuir com valores pois “gerenciar essa lista requer um esforço significativo”.

“Não acreditamos que todos os anúncios são ruins e reconhecemos que muitos financiam websites. É por isso que acreditamos que o bloqueio parcial de anúncios é melhor do que o bloqueio completo dos mesmos. Em 2011, após discussões com os usuários Adblock Plus e nossa comunidade em geral, começamos a implementar a iniciativa de Anúncios Aceitáveis”, explica o site oficial do bloqueador mais famoso.

De acordo com o AdBlock, a iniciativa define critérios rigorosos que identificam anúncios “não intrusivos”. Graças à iniciativa, os usuários do Adblock Plus têm a opção de exibir “anúncios certificados” que são parte da iniciativa de Anúncios Aceitáveis.

AcceptableAds.com - AdBlock

“Desde 2017, a iniciativa de Anúncios Aceitáveis é regida por um comitê independente que quer tornar a publicidade melhor. Para saber mais, visite AcceptableAds.com“, completam. Há uma lista de anúncios aceitáveis já aprovados no fórum da plataforma.

Anunciantes e editores que desejam aderir ao critério dos “Anúncios Aceitáveis” podem fazer uma solicitação para que o site seja adicionado à lista branca gratuitamente.

O AdBlock afirma que só as grandes empresas que possuem mais de 10 milhões de impressões de anúncios são obrigadas a pagar a taxa mensal de financiamento.

Segmentação de público

O número crescente de usuários que optam por bloqueadores de anúncios sacudiu o mercado de publicidade em busca de novos formatos que não gerem tanto desconforto — ou não a ponto de fazer alguém baixar uma extensão para impedi-los. O YouTube, por exemplo, criou anúncios de só seis segundos (mas que não podem ser pulados).

O uso de anúncios direcionados, mais certeiros e que, por consequência, tendem a agradar mais o visitante de um site, é um dos fatores que tem contribuído para a evolução dos anúncios digitais. Isso quer dizer que, quanto maior for a segmentação e maior a relevância para o visitante de um site, menor é a repulsa pela marca.

Vila Sésamo / Cookie Monster / o que são cookies

Como funciona a segmentação de público em anúncios?

Lembra que falei de cookies? Eles mesmos… Eles ajudam, muito, a publicidade.

O que são cookies?

De acordo com o Google, cookies são pequenos arquivos de texto armazenados no navegador do usuário. A maior parte deles contém um identificador exclusivo chamado de ID do cookie, uma string de caracteres que os sites e servidores associam ao navegador em que o cookie é armazenado. Isso permite que sites e servidores façam a distinção de um navegador para outros, que armazenam os cookies diferentes, e reconheçam cada navegador de acordo com o ID exclusivo.

Se você realiza uma compra em uma loja online, por exemplo, um cookie permite que o site “se lembre” dos itens que você adicionou ao carrinho de compras virtual.

Se você define preferências em uma página de internet, um cookie permite que ele “se lembre” dessas preferências na sua próxima visita e haja de acordo com elas.

Se você faz login em um site, ele pode usar um cookie para reconhecer seu navegador posteriormente. Assim, você não precisará fazer login de novo.

O Google Ad Sense, por exemplo, usa cookies para melhorar a publicidade. Entre as aplicações comuns dos cookies, estão: segmentar publicidade com base no que é relevante (para o usuário), melhorar os relatórios sobre o desempenho da campanha (para o anunciante) e evitar rodar anúncios que o usuário já viu (bom para ambos).

Ou seja, em resumo, os sites estão trabalhando para que os anúncios não sejam tão invasivos e mais úteis. Enquanto isso, o que podemos fazer é desativar o AdBlock em sites que amamos — como o Tecnoblog.net 😉 — para mantê-los funcionando.

Agora você já sabe o que é AdBlock e seus impactos na internet.

Faça boas escolhas.

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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