Apple deve comprar mais filmes exclusivos após sucesso de Greyhound

Filme da Segunda Guerra Mundial com Tom Hanks custou US$ 70 milhões para ser exclusivo do Apple TV+

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Apple TV+

Depois de gastar US$ 70 milhões para comprar os direitos de Greyhound, filme estrelado e escrito por Tom Hanks que se passa na Segunda Guerra Mundial, a Apple deverá investir ainda mais em conteúdo: a estratégia do Apple TV+ estaria sendo reformulada para receber mais produções “blockbusters”, em um modelo mais parecido com o adotado pela Netflix.

Greyhound seria lançado pela Sony nos cinemas dos Estados Unidos em 19 de junho, mas o fechamento das salas devido à pandemia de COVID-19 obrigou a empresa a cancelar a estreia e vender os direitos do filme. A Apple não comenta os detalhes da negociação, mas a imprensa aponta que a dona do Apple TV+ terá direitos sobre a produção por 15 anos.

O Deadline afirma que Greyhound foi responsável pelo melhor fim de semana de lançamento no Apple TV+, com números comparáveis a um “grande sucesso de bilheteria nos cinemas”. Além disso, 30% do público que assistiu ao filme era formado por usuários novos, indicando que a produção pode ter atraído assinantes à plataforma de streaming da Apple.

Greyound

De acordo com a Fast Company, a Apple planeja lançar uma dezena de filmes por ano no Apple TV+, com uma média de uma produção por mês. “Entre dois e quatro desses [filmes] seriam obras estilo blockbuster, como Greyhound e Emancipation”, diz o veículo.

Estrelado por Will Smith e dirigido por Antoine Fuqua, Emancipation conta a história de Peter, um escravo fugitivo que superou caçadores e os pântanos da Louisiana, no sul dos Estados Unidos, em uma jornada ao norte para se unir ao exército que batalhou contra o fim da escravidão durante a Guerra Civil. A Apple teria pago US$ 120 milhões pela produção, depois de disputar com Warner Bros, Universal e outros estúdios.

Trata-se de uma mudança visível de estratégia. Quando o Apple TV+ foi anunciado, a empresa focou em séries de TV com famosos como Jennifer Aniston, Steven Spielberg e Oprah Winfrey. Como lembra a Fast Company, “enquanto isso, os filmes pareciam, na melhor das hipóteses, uma desculpa para os executivos da Apple fazerem o circuito dos festivais de cinema e marcarem convites para shows de premiação”.

A Apple não comenta publicamente suas estratégias para o Apple TV+. O pessoal da Netflix já deve estar de olho.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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