O que é bitrate e como ele afeta qualidade do streaming?

Descubra o que é bitrate, qual a diferença dele para velocidade de conexão, e como sua redução afeta serviços de streaming

Ronaldo Gogoni
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• Atualizado há 9 meses
Fluxo de dados / bitrate

O bitrate é uma medida de taxa de dados importante para determinar a qualidade de um arquivo. Quanto maior a taxa, maior a qualidade de uma música ou vídeo, por exemplo. Mais dados também significa maior tráfego na internet para transferi-los, o fez empresas de streaming mudar o fornecimento de serviços durante a quarentena.

Saiba o que é bitrate, como afeta a qualidade do streaming e por que as plataformas o diminuíram, devido ao aumento do uso durante a pandemia do novo coronavírus.

O que é?

O bitrate, que se traduz como “taxa de bits”, é uma medida usada para determinar a quantidade de dados transmitida durante um determinado período de tempo. Normalmente medida em kb/s (quilobits por segundo), ela é um indicador usado para saber quantos pacotes de 1.000 bits são transmitidos a cada segundo.

O bitrate é uma medida usada para todo o tipo de transmissão de dados, sejam eles arquivos via download, comandos em jogos multiplayer ou streaming de vídeo. Neste último caso, a quantidade de pacotes transmitida determina a qualidade final da mídia.

Bitrate não é velocidade de download/upload

É preciso entender que o bitrate não é a mesma coisa que a velocidade de download e upload em uma conexão à internet, embora estejam profundamente ligados entre si.

Em uma transmissão de vídeo por streaming, por exemplo, a velocidade de conexão pode ser mantida igual, sem redução em relação ao máximo contratado pelo cliente junto à operadora. O que pode acontecer, é a fornecedora do conteúdo reduzir ou aumentar o bitrate. Ou seja, a quantidade de pacotes transmitidos por segundo.

afra32 / streaming / Pixabay / bitrate

Como um bitrate baixo afeta a qualidade do streaming?

Falando especificamente de arquivos de áudio, você deve lembrar da época em que baixar arquivos MP3 era comum. Os usuários davam preferência a arquivos com um bitrate de 320 kb/s, ao invés do padrão, geralmente 128 kb/s ou 192 kb/s.

Isso acontece porque em um fluxo de 320 kb/s, são enviados mais pacotes de informação do que em 128 kb/s, e isso implica diretamente na qualidade do áudio de um arquivo MP3. Basicamente, arquivos com bitrate maior (320 kb/s) trazem mais frequências e detalhes sonoros, que são perdidos em uma taxa menor (128 kb/s).

O mesmo vale para streaming de áudio e vídeo. Com uma taxa de bits menor, perdem-se informações que impactam diretamente na qualidade de uma música, de um filme ou de uma série, mesmo que velocidade de transmissão e resolução sejam mantidas.

Um capítulo de uma série em 4K com bitrate menor apresentará uma qualidade inferior (tanto no vídeo quanto no som) a do mesmo episódio transmitido em uma taxa normal ou mais alta (ainda que ambos sejam 4K).

Como a quarentena levou à diminuição do bitrate

A pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), tem levado a população de todo o mundo a ficar em casa, obedecendo períodos de quarentena estabelecidos por diversos governos e pela OMS.

Sem poder sair de casa, as pessoas recorrem a serviços de streaming de vídeo, como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e YouTube, redes sociais como Facebook e Twitter, e acessam mais plataformas de jogos como PSN, Xbox Live e Nintendo Switch Online.

netflix tecnoblog

Esse aumento anormal no uso da internet causa estresse na infraestrutura não só desses serviços, que podem ficar lentos ou até sair do ar, dado o alto número de requisições (é basicamente como um ataque DDoS funciona, mas de modo não-intencional), mas também à internet como um todo, principalmente dos serviços essenciais.

Pensando em preservar o uso razoável da internet tanto por usuários, quanto por serviços essenciais durante a pandemia, empresas como Netflix, YouTube, Amazon Prime Video, Apple, Disney e Facebook, entre outras, reduziram o bitrate das transmissões de áudio e vídeo, para que a quantidade de dados transmitida seja menor.

Tal medida tem um menor impacto do que reduzir a resolução de conteúdos (medida tomada pela Globoplay, entre outras) ou a velocidade de downloads (colocada em prática pela Sony com a PSN), mas é fato que a qualidade final de um vídeo será inferior ao mesmo vídeo em uma situação normal. O que, dadas as circunstâncias, não é o caso no momento.

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Ronaldo Gogoni

Ronaldo Gogoni

Ex-autor

Ronaldo Gogoni é formado em Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia da Informação pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo). No Tecnoblog, fez parte do TB Responde, explicando conceitos de hardware, facilitando o uso de aplicativos e ensinando truques em jogos eletrônicos. Atento ao mundo científico, escreve artigos focados em ciência e tecnologia para o Meio Bit desde 2013.

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