Copiar é mais rápido que inovar, dizem funcionários do Facebook

A troca de mensagens dentro do Facebook aconteceu no primeiro semestre de 2012, quatro anos antes do Instagram copiar o Snapchat

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook (Imagem: Anthony Quintano/Flickr)
Foto por Anthony Quintano/Flickr

Em e-mails internos do Facebook, divulgados pela Câmara dos Estados Unidos, funcionários revelaram que copiar é mais rápido do que inovar. A afirmação apareceu justamente quando o assunto de desenvolvimento de apps internos estava em voga, poucos anos antes do Instagram copiar o Snapchat.

A troca de mensagens aconteceu em 2012 e tem Mark Zuckerberg, diretor executivo do Facebook, na lista de remetentes. Em um dos momentos, o executivo dono do Facebook afirma que “na China existe uma forte cultura de clonar coisas de forma muito rápida e de criar diversos produtos no lugar de focar em apenas uma coisa por vez”.

Zuckerberg continua e diz que entende a queda na qualidade que copiar outros pode acarretar, mas afirma que o crescimento do mercado torna difícil identificar quem é o original e quem é o clone. Exemplos de recursos clonados pelo lado chinês estão em partes do Pinterest, Tumblr, Voxer que foram levados para outras plataformas do país asiático.

Outro executivo afirma que “copiar é definitivamente mais rápido”. Ele comenta que em 2007 conseguiu criar uma rede social na Índia muito parecida com o Facebook, com o trabalho de três ou cinco pessoas. “Os caras que copiam também não perdem tempo lançando produtos que eles notaram que não funcionam tão bem. Eles só copiam qualquer coisa que já funciona ou que pode gerar dinheiro”, complementa.

A conversa prossegue com um “eu adoraria ser muito mais agressivo e ágil ao copiar a interface dos concorrentes até a última milha”, com “vamos copiar o Pinterest!” saindo de um remetente que teve o nome removido no documento disponibilizado.

No final dois nomes estão na mensagem mais recente da lista: Roger e Snap. Muito provavelmente Snap é o Snapchat e o papo foi de 2012, quatro anos antes do Instagram lançar os stories que se apagam em 24 horas e que são literalmente uma cópia do mesmo recurso lá do Snapchat. Vale lembrar também que foi em 2012 que o Facebook comprou o Instagram por US$ 1 bilhão.

A mais recente cópia do Facebook também envolve o Instagram e é o Reels, que segue exatamente o mesmo formato de vídeos do TikTok.

Com informações: The Verge.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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