Marvel’s Avengers: mais quadrinhos, menos cinema [Preview]

Na prévia de Marvel’s Avengers você descobre o que esperar do game dos Vingadores, que será lançado em setembro nos consoles e PC

Felipe Vinha
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• Atualizado há 4 dias
Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Quem me conhece há pouco tempo ou me segue nas redes sociais já deve ter notado minha grande paixão por quadrinhos. E é sempre legal poder somar uma paixão à outra, como é o caso de ter a oportunidade de avaliar uma prévia do game Marvel’s Avengers, em nome do Tecnoblog. Este não é só um dos games mais aguardados do ano, como também um novo passo no mercado do entretenimento para a famosa equipe de heróis, após o fim da saga cinematográfica em Vingadores: Ultimato, de 2019.

Este teste foi realizado com a fase beta de Marvel’s Avengers, lançada pela Square Enix primeiro no PS4, com certa antecedência, que depois será aberta a todos os jogadores não só no console da Sony, mas também no Xbox One.

Além de conter pequenas partes do jogo recortadas para dar uma ideia melhor do produto final aos usuários, o beta também trouxe algumas boas porções que devem estar no game final, como colecionáveis, loja com itens cosméticos para os personagens e um segmento generoso do enredo com os heróis principais.

Vale lembrar que Marvel’s Avengers será lançado em pouco menos de um mês, em 4 de setembro, então talvez seja possível afirmar que boa parte do que está no beta vai se refletir no conteúdo final.

Tudo leva aos Vingadores

O beta começa em uma parte do enredo que, aparentemente, também é o início do jogo em si. Uma narração da jovem Kamala Khan, que mais tarde se torna a heroína Miss Marvel, fala um pouco sobre os Vingadores e em como eles são importantes para o mundo – mas algo dá errado.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Ao que tudo indica, uma nova força terrorista surge em meio a uma comemoração envolvendo os Vingadores e a cidade de São Francisco, nos EUA, enquanto a famosa Golden Gate está a um fio de cair e os heróis precisam fazer de tudo para salvar vidas.

Em poucos minutos, tudo é entregue ao caos e a equipe precisa agir, o que transfere o controle para as mãos do jogador, aos poucos, enquanto vamos conhecendo cada um dos personagens presentes nesta introdução.

Controles únicos

Thor, Hulk, Capitão América, Homem de Ferro e Viúva Negra são os primeiros, e até então únicos, personagens que controlamos no início da aventura. Cada um tem suas próprias particularidades de controle e isso fica claro na introdução, que também serve de tutorial.

Hulk é uma força de destruição em massa. É um pouco lento, mas tem golpes pesados e fortes. Já Capitão América se garante em combos, lembrando bastante o sistema de lutas que foi visto na série Batman Arkham. Por sua vez, Homem de Ferro pode voar livremente pelo cenário e ataca com projéteis, carregados ou automáticos, capaz de perseguir inimigos.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Viúva Negra e Thor parecem ser uma mescla dos outros heróis. Enquanto Thor também é bruto como Hulk, é, ao mesmo tempo, mais ágil e usa o martelo Mjölnir para lidar com os inimigos em área. Viúva Negra se assemelha ao Capitão com seu sistema de combos, mas também se garante com equipamentos tecnológicos que atordoam inimigos e armas de fogo.

A versatilidade de cada herói deixa claro que Marvel’s Avengers não é um jogo para ser aproveitado com um personagem só até o fim.

Isso não quer dizer, porém, que cada personagem soe como “um game totalmente diferente” graças a controles únicos. Pelo contrário. Mais adiante fica claro que todos possuem semelhanças aqui ou ali, como o sistema de ataques especiais, que é basicamente o mesmo para todo mundo. Mas há um esforço claro em tornar os heróis diferenciados.

Então… É Destiny?

Muito se falou sobre Marvel’s Avengers ser um “jogo como serviço”. Isto é, um “jogo vivo”, com atualizações constantes, sem necessariamente depender de uma sequência e com fases que são sempre geradas em mapas diversos, para aproveitar com amigos via multiplayer.

Sim, Marvel’s Avengers se assemelha a Destiny – e outros similares.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Depois da longa introdução, que conta ainda com uma fase inicial dividida entre Miss Marvel e Hulk, somos colocados dentro do Quimera, a base dos Vingadores, para selecionarmos missões e evoluir os personagens.

Tudo isso se assemelha muito com o game da Activision Blizzard, mas não é exatamente algo ruim. Afinal, ser altamente inspirado não é um problema, desde que não seja uma cópia exata ou, em outras palavras, um plágio sem o menor pudor.

E, na verdade, Marvel’s Avengers consegue apresentar uma certa personalidade. Não só por ser em terceira pessoa e com vários personagens diferentes – o que, por si só, seria um jogo com várias classes, contra apenas três de Destiny, sem entrar em mérito de subclasses –, mas também por fazer bom uso de personagens já muito conhecidos dos cinemas e histórias em quadrinhos.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Também é possível equipar personagens com itens que encontramos pelo mapa, melhorar equipamentos já existentes, treinar e testar o que funciona melhor com cada herói

Não parece faltar conteúdo

Marvel’s Avengers, no beta, liberou uma boa quantidade de dinheiro fictício para que os fãs possam comprar conteúdo na loja online do jogo, antes que ele seja lançado e sem gastar um centavo sequer de seu precioso dinheiro real.

E o conteúdo, por enquanto, é bem completinho, entre pagos e gratuitos, encontrados pelas fases. Há roupas extras para os personagens, gibis colecionáveis, plaquinhas de identificação para jogar online. Nestes termos, Avengers parece ser um jogo que vai durar um bom tempo antes de esgotarmos os recursos interativos – com a possibilidade de sempre ter mais coisa vinda de atualização.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Outro ponto que pode ser interessante será o conteúdo pós-lançamento. Heróis como Gavião Arqueiro e Homem-Aranha (este apenas no PS4) já estão confirmados como DLC e serão gratuitos. Marvel’s Avengers parece seguir o caminho de Overwatch neste sentido, oferecendo heróis extras sem custo adicional, ainda que os cosméticos sejam cobrados.

Já as fases são um pouco preocupantes, pelo menos no beta. Elas parecem um pouco repetitivas e correm o perigo de soar monótonas. Faltou uma variedade de inimigos, desafios que vão além de “alcance o ponto X do mapa” ou “defenda sua base de inimigos”. Claro que por ser um recorte do game completo, não dá para cravar, com certeza, que o jogo final será todo assim, mas ainda é motivo de preocupação.

Outra possível preocupação está na estabilidade dos servidores. Não foi raro ter quedas de conexão e falhas para iniciar uma partida na companhia de outros participantes. Mas, como se trata de um beta, frustrações assim ainda são passíveis e aceitáveis, já que a proposta é testar o game para arrumar a casa antes de ser lançado.

O futuro do jogo

Decidi não abordar, nesta prévia, pequenos detalhes técnicos e polêmicos como gráficos e dublagem, mas vale alguma menção e uma certa torcida para ver como o resultado do trabalho nestes dois aspectos vai ficar na versão final.

Em termos de visual, Avengers não fica para trás dos principais jogos de ação do momento, ainda que alguns jogadores possam se incomodar com uma certa lentidão em alguns cenários mais tumultuados.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Mas o game foi duramente criticado em sua revelação por apresentar gráficos que pareciam defasados e, sinceramente, isso não condiz muito com o que é visto no beta. A conferir no jogo completo, mas Marvel’s Avengers parece ser um game visualmente decente.

Minha maior bronca fica mesmo com o trabalho de áudio em português. Não consigo entender e aceitar a necessidade de traduzir todo o jogo, mas manter nomes dos heróis e equipes em inglês. Vingadores viram Avengers, Homem de Ferro vira Iron Man, Viúva Negra é Black Widow.

Se fossem personagens desconhecidos do grande público eu não reclamaria muito, mas são figuras que existem no mundo e no Brasil há muitos anos, com centenas de revistas publicadas nas bancas, desenhos animados, filmes – tudo com o nome traduzido.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

Esta foi uma falha vista em Marvel’s Spider-Man e Marvel’s Iron Man VR, ambos do PS4, e agora se repete em Marvel’s Avengers. Parece existir um padrão, mas é um padrão ruim.

Conclusão: Marvel’s Avengers

Comecei esta prévia falando sobre meu amor pelos personagens e pelos quadrinhos. E é verdade. Marvel’s Avengers é um produto inspirado por outro, os gibis dos Vingadores, ainda que o apelo maior seja a popularidade que os heróis conquistaram nos cinemas.

Mas o jogo, ao menos no beta, passa um forte apelo para quem gosta também das HQs dos heróis. A começar pelos vilões da IMA (Ideias Mecânicas Avançadas), que pouquíssimo foram vistos nos cinemas, apenas como uma quase ponta no péssimo Homem de Ferro 3.

Já sabemos também que MODOK será um dos grandes vilões da história, e ele também é inédito nos cinemas. Kamala Khan é outra que está para estrear no universo audiovisual. Além disso, os colecionáveis usam artes e capas das HQs originais, o que é sempre um deleite de homenagens e referências.

Marvel’s Avengers / Reprodução / Felipe Vinha

O beta mostrou que, ao menos inicialmente, Marvel’s Avengers quer, sim, os fãs do cinema, mas não vai se separar por completo das suas raízes. Arrisco dizer até que quem é leitor de longa data pode se sentir mais confortável e se divertir mais com o game.

Agora é esperar pelo lançamento, em 4 de setembro, no PS4, Xbox One e PC. Vale lembrar que o jogo também está garantido no PS5 e Xbox Series X, mas a data destas versões ainda não foi revelada.

E você, pretende testar o beta antes de lançar? Comente o que espera do jogo!

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Felipe Vinha

Felipe Vinha

Ex-autor

Felipe Vinha é jornalista com formação técnica em Informática. Já cobriu grandes eventos relacionados a jogos, como a E3, BlizzCon e finais mundiais de League of Legends. Em 2021, ganhou o Prêmio Microinfluenciadores Digitais na categoria entretenimento. Foi autor no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo principalmente sobre games e entretenimento. Passou pelos principais veículos do ramo, e também é apresentador especializado em cultura pop.

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