TikTok violou regra do Google para rastrear usuários de Android

O TikTok coletou por pelo menos 15 meses o endereço MAC de usuários, um identificador único que pode ser usado para fins publicitários

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
TikTok

Em meio à sua iminente proibição nos Estados Unidos, o TikTok pode ser obrigado a lidar com mais problemas devido à coleta indevida de dados. O Wall Street Journal revelou que a rede social chinesa descumpriu regras do Google ao rastrear milhões de usuários de Android por meio do endereço MAC, um identificador único de dispositivos que permite acompanhar a atividade no celular e pode ser usado para fins publicitários.

O TikTok manteve a coleta por pelo menos 15 meses e só interrompeu a prática com uma atualização em novembro de 2019. A rede social não informava que esses dados eram capturados, violando o que é determinado pelo Google. A Play Store prevê que o que dados como endereços MAC sejam ligados a identificadores para publicidade sem o consentimento explícito dos usuários.

Quando era aberto pela primeira vez em um celular, o TikTok coletava tanto um identificador de usuários para publicidade, quanto o endereço MAC. Esse identificador para publicidade era alterado caso o usuário desintalasse o aplicativo e o instalasse novamente no mesmo aparelho. Com o endereço MAC, que não é alterado por conta própria, a plataforma poderia ligar o identificador antigo ao novo e, assim, manter o histórico da conta para direcionar anúncios com mais precisão.

O endereço MAC (Media Access Control) é um código de 12 dígitos que permite identificar dispositivos de rede, como o celular. A Apple impede aplicativos de coletarem esse dado desde 2013. A empresa foi seguida pelo Google, que restringiu o acesso em 2015. O TikTok, no entanto, seguiu coletando a informação por conta de uma brecha no Android.

O que dizem TikTok e Google

O Google afirmou ao veículo que está apurando as informações reveladas pela reportagem, mas não explicou por que a rede social conseguiu coletar o endereço MAC mesmo depois da restrição.

O TikTok não explicou o motivo para a captura desses dados e informou que sua versão atual não faz mais isso. A plataforma indicou que está “comprometida com a privacidade e a segurança da comunidade do TikTok” e que, assim como outras redes sociais, atualiza constantemente seu aplicativo para “acompanhar os desafios de segurança em evolução”.

A revelação sobre a coleta indevida de dados acontece após o governo dos Estados Unidos emitir uma ordem executiva que determina a proibição do TikTok no país a partir de 20 de setembro. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na decisão que a plataforma representa uma ameaça à segurança nacional e que permitiria à China o rastreamento de funcionários e prestadores de serviços do governo americano.

O TikTok afirma que não compartilha dados com a China, mas a pressão dos EUA pode fazer a plataforma ser vendida para uma empresa americana. Uma das interessadas é a Microsoft, que confirmou o desejo de comprar a operação do serviço em cinco países, incluindo os EUA, mas já considera assumir o controle em todo o mundo.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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