eMule, antigo cliente P2P de arquivos, ganha nova versão

eMule se conecta às redes eDonkey e Kad, separadas do BitTorrent, para compartilhamento de arquivos P2P (peer-to-peer)

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
eMule

O BitTorrent se tornou a rede P2P (peer-to-peer) mais famosa para compartilhamento de arquivos, mas existem alternativas que também surgiram no início dos anos 2000 e seguem ativas até hoje. É o caso da rede eDonkey, cujo principal cliente é o eMule: ele vem sendo desenvolvido de forma comunitária e está prestes a ganhar uma nova versão estável.

O eMule foi abandonado na versão 0.50a em 2010. Mas, desde 2017, o desenvolvedor entusiasta conhecido como “irwir” vem atualizando o software de forma não-oficial com correções de segurança e usabilidade — ele possui código aberto.

Pulando para 2020, temos a versão 0.60a (release candidate) com mais novidades. “Internamente, as mudanças são extensas”, diz o fórum oficial do eMule. “Há melhorias e otimizações de segurança; além disso, alguns bugs e regressões foram corrigidos.”

O eMule finalmente está sendo compilado em 64 bits, além de ter uma versão em 32 bits. Usuários de longa data vão notar que é possível usar conexões HTTPS para baixar arquivos server.met, nodes.dat, filtros de IP e DLLs de idioma.

Outra mudança: o programa usa ofuscação por padrão ao se conectar com servidores P2P pela primeira vez, para evitar que a operadora limite as velocidades de download e upload. O programa também recebeu alterações na implementação do Windows UPnP.

Como funciona o eMule?

eMule

A rede eDonkey opera de forma diferente do BitTorrent: é necessário se conectar a um servidor para encontrar os arquivos sendo compartilhados pelos participantes. Esses servidores podem ser encontrados através de uma busca no Google.

Então, o usuário deverá inserir o endereço IP correspondente, ou o link para um arquivo server.met. O eMule também tem suporte à rede Kad, que funciona de maneira parecida: você se conecta a um endereço IP ou registra um arquivo nodes.dat.

Feito isso, é possível usar os controles na parte superior do eMule para realizar uma busca (Search), conferir seus downloads e uploads (Transfers), participar de um chat via IRC e receber mensagens privadas. Por enquanto, a interface está disponível somente em inglês.

Os anos 2000 foram um período fértil para redes P2P: foi quando surgiram BitTorrent, eDonkey, Gnutella e Freenet, todas ativas. Há algumas baixas ao longo do caminho — o Napster é o maior exemplo — mas essa tecnologia deixou um forte impacto na internet como a conhecemos hoje.

É possível baixar o eMule para Windows através do GitHub.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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