ARM anuncia transição para pôr fim a apps de Android em 32 bits

ARM licencia design para processadores de celulares Android, incluindo Qualcomm Snapdragon, Samsung Exynos e MediaTek

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Estande da ARM (foto: Facebook/ARM)

A ARM avisou nesta quarta-feira (7) que seus futuros designs de processador não terão suporte a instruções de 32 bits nos núcleos Cortex mais poderosos. Esta transição, que deve começar em 2022, deve ajudar a aumentar o desempenho em 30% comparado à geração atual. A empresa, que está em processo de aquisição pela Nvidia, licencia sua tecnologia para chips da Qualcomm, Samsung e MediaTek usados em celulares Android.

Funciona assim: a ARM projeta designs de processadores para celular e os licencia para terceiros. Eles geralmente usam a arquitetura big.LITTLE, composta de núcleos mais potentes acompanhados por núcleos que consomem menos energia para tarefas simples.

Os núcleos mais poderosos da ARM perderão suporte a 32 bits na geração de 2022, chamada internamente de Makalu. Enquanto isso, os núcleos mais simples como o Cortex-A55 continuarão a rodar instruções desse tipo; neste caso, a transição deve levar mais tempo.

ARM

Ainda assim, a ARM está dando o aviso com bastante antecedência para não pegar os desenvolvedores de surpresa. Ela recomenda que os apps e jogos sejam adaptados o quanto antes para 64 bits, e diz que isso traz benefícios como tempos de carregamento mais rápidos, gráficos mais fluidos e recursos de segurança aprimorados.

CPUs de 64 bits podem ter desempenho maior por conseguirem encontrar, mover e processar volumes maiores de dados em um intervalo de tempo menor do que um chip de 32 bits. É algo crucial para tarefas mais pesadas como inteligência artificial, jogos imersivos para celular, ou até mesmo exibição de imagens em telas de altíssima definição.

Google exige apps de 64 bits no Android

ARM Cortex-A78

Desde agosto de 2019, o Google exige que apps enviados à Play Store tenham versões de 64 bits. (Eles podem manter versões de 32 bits também.) Segundo a ARM, apenas 60% dos aplicativos rodam em 64 bits; no entanto, a maior parte das exceções está em mercados como a China, que tem suas lojas próprias.

O Android ganhou suporte a 64 bits na versão 5.0 Lollipop em 2014, mas ainda pode funcionar em modo legado se o processador não tiver suporte; o sistema também roda apps de 32 bits. O Google talvez mude de ideia agora que a ARM anunciou seus planos.

A Apple, que faz seus próprios processadores, já passou por essa transição há alguns anos. Ela passou a exigir em 2015 que todos os aplicativos enviados à App Store rodassem em 64 bits; e removeu suporte a apps de 32 bits no iOS 11, em 2017.

Com informações: ARM, Android Authority.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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