Intel faz acusações sobre desempenho do AMD Ryzen 4000 em notebooks

Intel sugere que AMD usa “truque” para chips Ryzen 4000 terem resultado melhor com bateria do que processadores Core

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
APU Ryzen 4000 com arquitetura Zen 2 (imagem: divulgação/AMD)
Processador da linha Ryzen 4000 (imagem: divulgação/AMD)

A rivalidade entre Intel e AMD é histórica, mas poucas vezes as disputas entre as duas resultaram em acusações diretas de uma parte contra a outra. Isso aconteceu recentemente: a Intel fez uma apresentação para mostrar que a AMD reduz o desempenho dos chips Ryzen 4000 (Zen 2) para fazer a bateria do laptop durar mais, o que faz os processadores Core de 11ª geração (Tiger Lake) levarem a pior no comparativo.

Ryan Shrout, estrategista de performance da Intel, é quem conduziu a apresentação. O evento foi realizado na sexta-feira (20) para um grupo de jornalistas. Vários slides com benchmarks foram mostrados para indicar que os chips AMD Ryzen 4000 apresentam discrepâncias nos resultados quando os testes são feitos com os laptops com e sem bateria (na tomada).

Basicamente, os testes apontam que os processadores Ryzen 4000 são ligeiramente mais eficientes nos benchmarks que avaliam o consumo de energia do que os chips Core de 11ª geração, mas que esse feito é auxiliado por um “truque”: as unidades Zen 2 reduzem seu desempenho quando o notebook está funcionando só com a bateria, ou seja, não está ligado à tomada.

Já os processadores Tiger Lake mantêm o nível de performance diante das mesmas circunstâncias e, por isso, a Intel dá a entender que a AMD sacrifica o processamento em prol de poupar a bateria.

Mas, se é assim, a queda de performance seria rapidamente sentida pelo usuário, certo? Não, necessariamente. De acordo com a Intel, existe uma razão para a degradação não ser notada pelo usuário ou prejudicar os resultados dos chips nos benchmarks.

A empresa explica que, quando um processador Ryzen 4000 é submetido a uma carga de trabalho alta, o chip demora algo entre sete e 10 segundos para ativar a sua potência máxima (boost) enquanto que, nos chips Tiger Lake, esse atraso não existe, o que resulta inclusive no acionamento imediato da velocidade máxima das ventoinhas.

Slide que mostra o "atraso" de chips Ryzen 7 (imagem: Intel)

Slide que mostra o “atraso” de chips Ryzen 7 (imagem: Intel)

O que se tem, então, não é exatamente uma degradação do desempenho, mas um atraso na ativação da capacidade máxima do processador que dura poucos segundos, mas que é suficiente para preservar a bateria.

Por que o atraso acontece?

Isso tudo não quer dizer que a AMD está trapaceando, no entanto. O ExtremeTech destaca que os fabricantes de PCs podem ajustar parâmetros de performance dos chips Ryzen, inclusive o tempo de ativação da capacidade máxima de processamento. Isso significa que o tal atraso pode ser configurado de acordo com a atividade para a qual o laptop foi desenvolvido (jogos ou produtividade, por exemplo).

Além disso, é necessário levar em conta que essa pode ser simplesmente uma característica de arquitetura que visa melhorar a eficiência energética do chip. Se a abordagem em questão não faz o desempenho do processador como um todo cair a ponto de prejudicar a execução da aplicação, o usuário não terá com o que se preocupar.

De todo modo, seguimos na expectativa de que a AMD se pronuncie sobre o assunto.

Com informações: Ars Technica.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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