SMIC, maior fabricante de chips da China, recebe sanções dos EUA

Para governo dos Estados Unidos, fabricante de semicondutores SMIC tem envolvimento com forças militares chinesas

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos
Fábrica da SMIC (imagem: divulgação/SMIC)
Fábrica da SMIC (imagem: divulgação/SMIC)

Nesta semana, a chinesa Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) entrou para uma lista de empresas que, no entendimento do governo dos Estados Unidos, tem relações obscuras com forças militares chinesas. A companhia é simplesmente a maior fabricante de chips da China.

A decisão não chega a surpreender. Já tem algum tempo que o governo dos Estados Unidos exige que empresas americanas obtenham uma licença para fazer negócios com a SMIC justamente por considerar que a companhia é controlada ou tem envolvimento com forças militares chinesas.

Embora, hoje, a SMIC não tenha estrutura para produzir chips avançados, a empresa vem recebendo investimentos do governo da China como parte dos esforços do país para depender menos de tecnologias americanas no segmento de semicondutores.

Mas esses esforços só dão resultado no longo prazo. Por ora, as restrições contra a SMIC são bastante prejudiciais porque podem impedir a companhia de adquirir equipamentos de origem americana para as instalações de suas fábricas.

Outras companhias chinesas, como a estatal de petróleo e gás CNOOC, também foram incluídas na lista que, agora, passa a contar com 35 nomes. Elas podem sofrer restrições de vários tipos.

Só para dar um exemplo, recentemente, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que impede investidores americanos de comprar ações das companhias listadas a partir do final de 2021.

A SMIC vinha sendo considerada como fornecedora em potencial de chips para a Huawei que, por conta das restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos, não pode mais obter processadores de companhias como Qualcomm ou encomendar semicondutores a fabricantes como TSMC. A inclusão da SMIC na lista pode atrapalhar esses planos.

Em carta direcionada a investidores, a SMIC afirma que se opõe fortemente à medida e que ela reflete um grande mal-entendimento por parte do governo dos Estados Unidos sobre a finalidade de seus negócios e tecnologias.

Já o Ministério das Relações Exteriores da China declarou que “os Estados Unidos devem parar de abusar dos conceitos de potência nacional e segurança nacional para prejudicar a atuação de empresas estrangeiras”.

Com informações: Reuters, Android Police.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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