O que é Phantom Power?

Descubra o que é phantom power, um método de alimentação para certos modelos de microfones, que não funcionam sem energia

Ronaldo Gogoni
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• Atualizado há 11 meses
Microfone (Imagem: Pexels/Pixabay)
Microfone (Imagem: Pexels/Pixabay)

O Phantom Power não tem nada a ver com assombrações, ou com o Espírito Que Anda, que é outro tipo de Fantasma. Trata-se de um método de alimentação de certos dispositivos de áudio, como alguns modelos de microfones, que dependem de uma corrente elétrica para funcionar. Neste artigo, você vai entender como o Phantom Power funciona.

O que é Phantom Power?

O Phantom Power é um tipo de alimentação de energia alternativa, que proporciona uma corrente contínua ao microfone condensador.

Como um microfone funciona

Basicamente existem dois tipos de microfones: os dinâmicos, que são similares aos alto falantes, e os de condensadores. Os primeiros, mais simples, funcionam captando o som emitido pela voz ou outros sons, que movimentam uma membrana interna. Esta, por sua vez, envolve um ímã, e as vibrações geram uma tensão que imita as condições sonoras captadas.

Esta tensão é enviada pelo cabo do microfone até a mesa de som, ou outro dispositivo receptor, como um computador ou celular, que irá reproduzi-la e converter de volta o resultado em informação, ou amplificar no caso da mesa.

Em um microfone de condensador ou capacitivo (também chamado microfone de eletreto), há uma malha fina de mylar que vibra ao captar os sons, que altera a indução elétrica dentro de sua estrutura. Esta malha é carregada permanentemente, mas para funcionar, o conjunto depende de um ou mais transistores.

Esses transistores precisam de uma corrente elétrica, assim, os microfones de condensadores precisam ser alimentados por uma fonte de energia.

Botão e luz indicadora do Phantom Power em mesa de som (Imagem: Jud McCranie/Wikimedia Commons)
Botão e luz indicadora do Phantom Power em mesa de som (Imagem: Jud McCranie/Wikimedia Commons)

Surge o Phantom Power

Equipamentos como microfones de condensadores não possuem uma conexão de energia aparente, apenas a clássica trifásica em suas bases, que é por onde passa a energia e as informações sonoras captadas. A mesa de som fica encarregada de alimentar o periférico, sem que o usuário precise fazer algo diferente de apenas plugar o microfone nela.

Entre os anos 1930 e 1950, os microfones dependiam de uma alimentação dedicada, e os equipamentos eram grandes e pesados. Em 1964, a fabricante alemã Schoeps Mikrofone introduziu o CMT 20, o primeiro do mundo a usar um sistema de alimentação através do cabo trifásico (na época, outra novidade) ligado diretamente à mesa de som, sem depender de outra entrada.

O microfone era alimentado por uma tensão de 8,5 V, e como não havia nenhuma outra entrada visível, era como se o CMT 20 funcionasse através de um método de alimentação “fantasma”, ou invisível. Foi assim que o método foi chamado de Phantom Power.

CMT 20, o primeiro microfone com Phantom Power (Imagem: Divulgação/Schoeps Mikrofone)
CMT 20, o primeiro microfone com Phantom Power (Imagem: Divulgação/Schoeps Mikrofone)

Outros usos

O Phantom Power não serve apenas para microfones. Outro dispositivo que usa o sistema de alimentação é a caixa DI, também conhecida como direct box. Este acessório serve para converter sinais não balanceados e de alta impedância, como os gerados pelos captadores de uma guitarra, em sinais equilibrados e com impedância mais baixa.

Uma DI permite passar cabos entre instrumentos e uma mesa de som por maiores distâncias sem que haja ruído, além de ser capaz de eliminar interferências elétricas e/ou eletromagnéticas, que causam distorções.

Assim como microfones de condensadores, DIs possuem componentes ativos que precisam ser alimentados para funcionarem, e da mesma forma, só precisam de uma conexão à mesa de som, sem que haja outra fonte dedicada.

Microfone de condensador (Imagem: Divulgação/Alctron)
Microfone de condensador (Imagem: Divulgação/Alctron)

Hoje, microfones com componentes ativos precisam de uma tensão de 48 V pelo cabo XLR. Modelos dinâmicos em geral não precisam de energia extra, com exceção de alguns específicos com saída baixa, que precisam de um pré-amplificador, que pode ou não ser ativo. Se for, ele é compatível com Phantom Power.

Por fim, microfones de fita ativos podem ser danificados se ligados a um pré-amplificador, embora necessitem de Phantom Power da mesa de som para funcionar; modelos passivos, por outro lado, podem ser danificados por cabos XLR de baixa qualidade ou com defeito.

Com informações: Shure, Sweetwater.

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Ronaldo Gogoni

Ronaldo Gogoni

Ex-autor

Ronaldo Gogoni é formado em Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia da Informação pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo). No Tecnoblog, fez parte do TB Responde, explicando conceitos de hardware, facilitando o uso de aplicativos e ensinando truques em jogos eletrônicos. Atento ao mundo científico, escreve artigos focados em ciência e tecnologia para o Meio Bit desde 2013.

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