Fundador do Telegram desmente três mitos sobre o app

Pavel Durov revela que o mensageiro é alvo de bots propagadores de fake news em redes sociais e faz acusações ao Facebook

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Telegram (Imagem: Christian Wiediger / Unsplash)
Telegram (Imagem: Christian Wiediger / Unsplash)

O fundador do Telegram, Pavel Durov, fez um pronunciamento nesta sexta-feira (08), em seu canal no mensageiro. No comunicado, o empreendedor desmente três mitos sobre o aplicativo – dentre eles o de que o programa é russo. Além disso, Parov afirma que o Telegram é vítima de bots que propagam fake news nas redes sociais.

O post é majoritariamente uma provocação ao Facebook, e ecoa em um contexto no qual muitos usuários afirmam que pretendem deixar o WhatsApp devido à última atualização nos Termos de Serviço do mensageiro.

Entretanto, Durov traz algumas outras informações importantes sobre o Telegram, que visam desmentir fake news que estariam sendo disseminadas por bots.

Mito 1: “Telegram não é open-source”

A primeira informação relevante diz respeito ao código do Telegram. Durov garante que todos os apps clientes do Telegram são open-source desde 2013, e que seus processos de criptografia e API são revisados “milhares de vezes” por especialistas em segurança – além de serem documentados para auditorias.

Ele ainda alfineta o WhatsApp ao dizer que o app supostamente “ofusca” seu código para dificultar a verificação de seus processos de criptografia e privacidade.

Mito 2: “Telegram é um aplicativo russo”

É comum encontrar memes e comentários irônicos relacionados à origem russa do Telegram, além de acusações de que as informações dos usuários seriam interceptadas pelo governo do país. Mas, ao contrário do que muitos pensam e propagam nas redes sociais, o Telegram não tem servidores ou escritórios na Rússia.

Sua sede atual fica em Dubai. De acordo com Durov, o Telegram foi bloqueado em território russo de 2018 a 2020. Em 2017, o app teve que pagar multa por se recusar a fornecer dados ao governo russo.

Mito 3: “O Telegram não está criptografado”

A bandeira mais defendida por Durov é a de privacidade e segurança de dados. E é claro que ele não deixaria de reforçar que o Telegram conta com criptografia desde seu lançamento. O fundador do mensageiro ressalta ainda alguns recursos bastante populares, como os chats secretos com criptografia de ponta-a-ponta e o armazenamento em nuvem.

Durov acusa Facebook de manipular informações sobre WhatsApp

Além de defender a sua plataforma, o fundador do Telegram aproveitou a publicação para fazer algumas acusações mais pesadas ao Facebook, no entanto, as informações vieram sem grande embasamento.

Em primeiro lugar, o empreendedor sugere que a empresa de Mark Zuckerberg estaria destinando verbas de Marketing para editar artigos na Wikipédia, com o intuito de manipular informações sobre o WhatsApp.

De fato, é possível identificar que houve edições feitas por usuários pagos por meio de uma nota na antiga página destinada ao mensageiro, mas a própria Wikipédia afirma que não encontrou nenhum problema de imparcialidade ou publicidade nestas alterações e, portanto, removeu o antigo aviso sobre as potenciais edições.

Versão antiga da página do WhatsApp na Wikipédia

Versão antiga da página do WhatsApp na Wikipédia (Imagem: Reprodução)

Por fim, Durov afirma (novamente sem fornecer alguma comprovação) que o Facebook teria um departamento inteiro dedicado a “estudar” o segredo para a popularidade do Telegram:

Ouvi dizer que o Facebook tem um departamento inteiro dedicado a descobrir por que o Telegram é tão popular. Imagine dezenas de funcionários trabalhando exatamente nisso em tempo integral.

Estou feliz por economizar dezenas de milhões de dólares no Facebook e dar nosso segredo de graça: respeite seus usuários.

Pavel Durov, fundador do Telegram

A disputa entre os mensageiros pode ficar ainda mais acirrada: o Telegram mantém ritmo de crescimento e conta com 500 milhões de usuários. O mensageiro foi frequentemente usado como uma espécie de “refúgio” quando o WhatsApp sofreu com bloqueios no Brasil há alguns anos.

Atualmente, a plataforma criada por Durov se concentra em encontrar meios para gerar receita  – o que deve acontecer por meio de anúncios em canais públicos.

Com informações: Pavel Durov (via Telegram)

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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