Review Monitor Samsung Odyssey G7: muita curva e taxa de atualização

A Samsung é generosa nas especificações do Odyssey G7 ao entregar resolução 2K e 240 Hz, em monitor com curvatura tão fechada

André Fogaça
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• Atualizado há 9 meses
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Não faz muito tempo que a Samsung entrou de cabeça no mundo gamer dos PCs, entregando uma linha de notebooks bastante interessante e que também deu nome para monitores. É o caso do Odyssey G7, que tem 27 polegadas, taxa de atualização marcada em 240 Hz, brilho elevado e reproduz tudo em 2K, em display que é bastante curvo.

Será que tudo isso resulta em uma jogatina mais confortável para os olhos? Indo além, será que gastar tanto dinheiro em um monitor gamer também faz bem para quando você precisa trabalhar justamente para pagar toda essa grana? Eu usei o Odyssey G7 nas últimas semanas e te conto minha experiência nos próximos parágrafos.

Análise do Samsung Odyssey G7 em vídeo

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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O monitor Odyssey G7 foi fornecido pela Samsung por empréstimo. O produto será devolvido à empresa após os testes.

Design e conexões

Este é um monitor gamer, mas nem por isso a Samsung decidiu que ele precisa ser uma árvore de natal, ou então ter mais destaque na mesa que o próprio computador logo ao lado. Esse, na verdade, é um pensamento que já permeia até mesmo os notebooks Odyssey. Por aqui o monitor Odyssey G7 é um pouco sóbrio e conta com visual já característico de outros da própria Samsung: isso significa base preta e traseira com linhas passeando por todos os lados.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Para lembrar o usuário que o monitor é gamer, a Samsung colocou um conjunto de LEDs no ponto de fixação da base, junto de outros dois logo nos limites das laterais, mais para baixo e um LED centralizado que fica aceso quando a tela está desligada ou o tempo todo, você escolhe. Mas, sério, o que chama atenção de verdade é a curvatura do conjunto.

Este é um dos monitores com curvatura mais fechada do mercado, em 1000R e isso significa conforto visual, ou deveria significar. Com apenas 27 polegadas e tão perto dos olhos, eu não notei nenhuma vantagem significativa na curvatura. Na verdade, por usar este tipo de tela pela primeira vez, eu levei um tempão para me acostumar que linhas longas aparecem torcidas, mas que na verdade são retas mesmo.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

A base que segura o monitor é bem generosa e ocupa um espaço considerável na mesa, muito mais que meu monitor de trabalho que é de tamanho semelhante, sendo um ultrawide de 29 polegadas. Por aqui, na mesa, a base ocupou mais de um terço do espaço, mas esse não foi um problema de verdade, já que os pés são abertos. Eu me incomodei mesmo foi com a facilidade que o monitor treme.

Ao digitar o texto desse review a tela fica balançando de forma perceptível, e olha que eu nem bato nas teclas com muita força. Falando ainda da sustentação, o único ponto de apoio serve como esconderijo dos cabos e tem suporte pra fone de ouvido. É bacana, mas ele fica atrás e eu não usei em momento algum. Seria mais interessante do lado.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

É até possível ajustar a posição da tela de diversas formas, deixando o display de pé se você quiser ver vídeos filmados com o smartphone nesta orientação, sem as barras pretas.

As conexões ficam todas no fundo, sendo uma HDMI 2.0, duas USB 3.0 com carregamento rápido, duas portas DisplayPort 1.4, junto de conexão para fones de ouvido ou caixas de som e a tomada, que utiliza um pequeno tijolo como fonte do lado de fora. Dá para ligar duas fontes de imagem ao mesmo tempo e dividir a tela, mas como o 16:9 não é tão largo assim, a experiência não será das melhores. Este recurso é uma belezinha nas 42 polegadas em 32:9 de outro monitor da própria Samsung, mas não aqui.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Qualidade de imagem

Agora, um monitor serve para imagem e se ele escorrega em alguns poucos pontos negativos no acabamento, nas especificações ele é um deleite. Começando pelo painel VA curvo e com brilho forte, ele tem picos de 600 nits, tempo de resposta de apenas 1 milissegundo e taxa de atualização que pode chegar em 240 Hz, em resolução 2K (2.560 x 1.440 pixels), resultando em mais ou menos 110 pixels por polegada.

Tudo isso com bordas bem finas na frente, entregando uma imersão interessante para o gamer ou mesmo para quem usa o monitor pro trabalho.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Nos testes que fiz, notei pouco ou quase nenhum color bending e os ângulos de visão são pequenos, dentro do esperado para um tipo de tela curvada para o centro e que tem painel VA, não IPS. É um problema? Óbvio que não, o monitor é um produto para ser usado sozinho, principalmente para o gamer que não joga um coop dividindo a mesma tela com um amigo.

A reprodução de cores tende para uma saturação mais elevada e a tecnologia QLED acaba entregando bons resultados, logo quando o Odyssey G7 é tirado da caixa, mas você tem controle total nos ajustes se preferir mais ou menos força nesse ponto.

Também não notei grandes problemas com o brilho na minha unidade de testes, que já passou por outras pessoas antes de chegar aqui. Abrindo uma imagem completamente branca, só o canto inferior esquerdo parecia ter menos luz.

Falando em brilho, o HDR600 está presente e o valor máximo da intensidade de luz é bem alto. O contraste me agradou, mas você pode alterar em vários níveis em um ajuste chamado Black Equalizer, que pode ajudar quando o jogador está em um game mais escuro. O local dimming utiliza algumas zonas e ele é competente, mas você pode desligar o recurso se não curtir.

Nos ajustes também dá para mudar a velocidade de atualização da tela, aumentar ou diminuir o input lag e ligar o G-Sync para as placas da Nvidia ou FreeSync das GPUs AMD.

Com as soluções para tirar o tearing ativadas, muitos ajustes deixam de existir, incluindo o controle de saturação, taxa de atualização, contraste e o brilho dinâmico. Na minha GPU Nvidia eu não notei falhas com o G-Sync ativado, então ele funciona direitinho.

Vale a pena?

Se você procura um monitor 2K com 240 Hz, de 27 polegadas e com curvatura generosa, junto de tempo de resposta baixíssimo, eu já sei que dinheiro não é um problema sério na sua vida. Pensando por este ponto, eu acredito que o Samsung Odyssey G7 vai suprir as necessidades de quem quer jogar com mais recursos na mão.

Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Samsung Odyssey G7 (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Ele é grande e ocupa bastante espaço na mesa, tenha isso em mente. O painel VA com tecnologia QLED é competente e o lado gamer dele é menos gritante, mas ainda assim dá para iluminar a mesa, mouse e teclado com os LEDs espalhados pela carcaça. As conexões são generosas e só me incomodou o quanto ele balança enquanto eu digito.

Se você abre mão de alguns recursos focados no público gamer como o tempo de resposta baixíssimo e os 240 Hz de taxa de atualização, pensando mais no monitor como uma ferramenta de trabalho, eu recomendo o Dell U2719D. Ele tem ângulo de visão maior e é mais barato que o Samsung Odyssey G7, mas tem cara de executivo engravatado.

Eu falei Dell e não outro Samsung justamente pela falta de opções da empresa coreana no mercado brasileiro. Em seu site ela só tem o Odyssey G7 como representante dos monitores 2K, mesmo quando “gamer” não é levado em conta nos filtros da marca.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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