Pat Gelsinger só irá substituir Bob Swan como CEO da Intel em 15 de fevereiro, mas o mercado já alimenta grandes expectativas sobre a nova gestão. O próprio executivo contribui para isso: em declaração recente, Gelsinger afirmou que a companhia irá recuperar a “coroa” na produção de chips, isto é, a liderança do setor de semicondutores.
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Processador Rocket Lake-S (imagem: divulgação/Intel)
É preciso contextualizar. A Intel continua liderando a produção de chips para os segmentos de PCs e servidores com linhas como Core e Xeon. A AMD vem crescendo de modo notável nos mesmos mercados, mas está longe de alcançar o nível de penetração que a Intel tem.
Mas, quando olhamos para o setor de semicondutores como um todo, a liderança na produção fica para a TSMC. Pudera: a companhia fabrica chips para companhias como AMD, Apple, Qualcomm e Nvidia, só para citar os principais nomes.
Em volume de produção, a TSMC certamente continuará na liderança, dada a sua base de clientes. Mas Gelsinger espera que a Intel assuma ao menos a “liderança inquestionável em tecnologia de processo [de fabricação]”.
As declarações de Gelsinger soam um tanto contraditórias: a própria Intel já sinalizou que pretende terceirizar parte de sua produção de semicondutores e a TSMC é um dos nomes mais considerados para isso. Outro é o da Samsung. A Intel já tem conversado com as duas empresas.
Gelsinger sabe disso e, aparentemente, não descarta essa estratégia. Por outro lado, o executivo dá a entender que pretende manter a maior parte da produção dentro de casa: “estou confiante de que a maioria dos produtos de 2023 será fabricada internamente”, disse.
2023 tem tudo para ser um ano marcante para a Intel, pois, até lá, a companhia já deverá estar com a produção de processadores de 7 nanômetros a todo vapor.
Mas esse também é um ponto de desconfiança: se a Intel demorou para colocar seus primeiros chips de 10 nanômetros no mercado, o que garante que a produção de unidades de 7 nanômetros não enfrentará problemas similares?
Há algum otimismo. Swan, o CEO de saída, declarou nesta semana que os problemas que fizeram a Intel adiar a previsão de lançamento dos chips de 7 nanômetros de 2022 para 2023 foram resolvidos.
Como que para reforçar esse clima de otimismo, Gelsinger afirmou, também recentemente, que “grandes companhias são capazes de se recuperar de períodos difíceis e desafiadores”.
ARM também é ameaça
Mas esse é apenas um dos desafios que a gestão de Pat Gelsinger terá que lidar. Outro é a relevância que chips com arquitetura ARM estão ganhando no mercado. Até certo ponto, a recepção positiva que os Macs com chip M1 (Apple Silicon) estão tendo sugerem que a tecnologia ARM também poderá ter sucesso no segmento de PCs.
Com informações: CNET.
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Uma boa saída pra Intel seria pular processos de fabricação. Terceirizar parte dos 7nm e 5nm e já focar no desenvolvimento de 3nm seria uma saída para alcançar os rivais no médio prazo.