Elon Musk vai doar US$ 100 mi para tecnologia de captura de carbono

Elon Musk quer incentivar tecnologias que ajudam a retirar dióxido de carbono da atmosfera com prêmio de US$ 100 milhões

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Elon Musk (Imagem: Dan Taylor/Heisenberg Media)
Elon Musk (imagem: Dan Taylor/Heisenberg Media)

O homem mais rico do mundo decidiu abraçar uma causa nobre nesta semana: via Twitter, Elon Musk prometeu doar US$ 100 milhões como prêmio para a melhor tecnologia de captura de carbono que surgir. O empresário promete dar mais detalhes sobre a ideia na próxima semana.

Na primeira olhada, a mensagem pode soar provocativa, como se Musk quisesse dizer que é tão difícil tornar uma tecnologia do tipo viável que ele lançou um valor alto porque sabe que nenhum projeto conseguirá alcançar o prêmio.

Mas tudo indica que Musk está mesmo falando sério: ao TechCrunch, uma fonte familiarizada à iniciativa revelou que, para conceder o prêmio, Musk se juntou à Xprize Foundation, organização sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento de projetos tecnológicos benéficos à humanidade.

Presumivelmente, o que Elon Musk pretende é incentivar o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), isto é, de projetos que possam evitar que o dióxido de carbono emitido por várias fontes (como uma fábrica) circulem livremente por aí.

A ideia não é nova. Há anos que empresas ou pesquisas acadêmicas tentam evitar que gases oriundos da queima de combustível fóssil, por exemplo, cheguem à atmosfera e causem os problemas que já conhecemos bem, como mudanças climáticas e aumento de doenças causadas por poluição.

O problema é que, via de regra, projetos de CCS têm alto custo, pelo menos na fase de implantação, o que dificulta a adoção ou o aperfeiçoamento de tecnologias do tipo.

Se a maior dificuldade é de ordem financeira, os US$ 100 milhões prometidos por Elon Musk podem realmente impulsionar programas de CCS já existentes, mas que não têm escala, ou tirar do papel projetos com o mesmo fim.

De acordo com o TechCrunch, uma iniciativa que pode ser beneficiada é a da LanzaTech. O projeto da startup não é, necessariamente, de captura e armazenamento de carbono, mas tem um propósito tão ou mais interessante: converter gases poluentes em etanol que pode ser usado em vários produtos. Bactérias específicas são utilizadas no processo de conversão.

Outro projeto visto como promissor é o da Climeworks, que desenvolveu um sistema de filtros que faz captura direta de dióxido de carbono do ar. O material é então armazenado e pode ser vendido para aplicação em fertilizantes, por exemplo.

De todo modo, convém esperarmos pelo anúncio de Musk na próxima semana para termos uma ideia clara sobre os critérios e objetivos.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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