Nvidia limita desempenho da RTX 3060 para quem minera criptomoeda

Novas placas Nvidia GeForce RTX 3060 virão com driver que cortará pela metade desempenho da mineração de ether

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 7 meses
Placa de vídeo NVIDIA GeForce RTX 3060 (Imagem: Divulgação/NVIDIA)
Placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 3060 (Imagem: Divulgação/Nvidia)

A fabricante de GPUs Nvidia vem enfrentando um problema de escassez de sua placa de vídeo GeForce RTX 3060. Um dos fatores que levaram a isso é o seu crescente uso por mineradores de criptomoedas, principalmente de ether (ETH). Diante disso, a empresa anunciou nesta quinta-feira (18) que cortará a eficiência de extração de ethereum pela metade.

A Nvidia tem como objetivo deixar o produto menos atraente para mineradores. Atualmente, o ether é a criptomoeda mais forte do mercado que ainda permite a mineração através de GPUs. Porém, o público gamer vem sofrendo com a falta de estoque da GeForce RTX 3060 e com seus preços cada vez mais altos diante da demanda crescente.

Nvidia reitera que fabrica GPU para jogadores

O compromisso da fabricante é com jogadores e ela deixa isso cada vez mais claro. As novas placas RTX sairão de fábrica com um driver que é capaz de detectar o algoritmo de mineração de ether e então reduzir a taxa de hash (referente à eficiência de mineração) pela metade. Essas novas GPUs serão lançadas no dia 25 de fevereiro.

“Somos jogadores por completo. Somos obcecados por novos recursos de jogos, novas arquiteturas, novos games e tecnologia. Projetamos as GPUs GeForce para jogadores, e os eles estão clamando por mais”, afirmou a fabricante em comunicado.

Mesmo sendo essencialmente arquitetadas para jogos, as GPUs da Nvidia são programáveis para realizarem atividades diversas, “desde simulação de clima e sequenciamento de genes até deep learning e robótica”, de acordo com a empresa. A mineração de criptomoedas é um desses usos, porém esse setor está consumindo mais do que a fabricante imaginou.

“Os drivers do software RTX 3060 são projetados para detectar atributos específicos do algoritmo de mineração de criptomoeda ethereum e limitar a taxa de hash, ou eficiência de mineração de criptomoeda, em cerca de 50 por cento”, afirmou a Nvidia.

CMPs voltarão a ser produzidas pela Nvidia

Mesmo atrapalhando o público gamer, o consumo de GPUs Nvidia por mineradores deram bons resultados financeiros para a empresa. Por isso, a fabricante não excluirá todo um setor de consumidores de seus planos.

A Nvidia também anunciou o retorno de modelos dedicados exclusivamente a extração de ether. “Para atender às necessidades específicas da mineração ethereum, estamos anunciando a linha de produtos Nvidia CMP, ou Cryptocurrency Mining Processor, para mineração profissional.”

Esses modelos não possuem saídas gráficas e por isso são mais baratos. Contudo, eles não deverão perder desempenho algum na mineração de criptomoedas em comparação à série RTX, muito pelo contrário. São placas adaptadas e deverão fornecer maior otimização para a atividade. A Nvidia já produziu esse tipo de produto no passado, mas foi descontinuado quando a demanda desapareceu.

Essa é uma solução que a Nvidia encontrou para agradar ambos os mercados de mineradores e de jogadores. “Elas (CMPs) não atendem às especificações exigidas de uma GPU GeForce e, portanto, não afetam a disponibilidade de placas gráficas para os jogadores”, concluiu a fabricante. Contudo, a empresa não deu uma previsão para o lançamento desses novos modelos de mineração.

Com informações: Engadget

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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