Samsung Isocell 2.0 prepara terreno para câmeras com mais de 100 MP

A Samsung conseguiu isolar mais luz dos pixels no Isocell 2.0, permitindo maior resolução no mesmo espaço físico do sensor

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Samsung Galaxy S21 Ultra (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Samsung Galaxy S21 Ultra, com Isocell HM3 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A Samsung divulgou, nesta quinta-feira (4), detalhes da tecnologia Isocell 2.0 que estará presente nos próximos smartphones da empresa asiática. O foco do novo método de construção do componente está em aumentar a capacidade de captura da luz, ao trocar parte do material que fica entre cada pixel.

Lançada em 2013, a tecnologia Isocell está dentro de muitos módulos de câmera de aparelhos da Samsung. Ela funciona basicamente com uma barreira física entre cada pixel do sensor, impedindo a mistura de cores na imagem final. Funciona assim: uma espécie de parede metálica é inserida entre cada coloração, para que a cor vermelha não “vaze” para o pixel logo ao lado e que representa outra tonalidade, como o azul ou verde que também utilizam a proteção.

A Samsung já melhorou a técnica ao colocar uma barreira que impede ainda mais luz invadindo outra cor, com o Isocell Plus. Nele a “parede” deixa de ser em metal e passa a, segundo a própria fabricante, “conter outro material”.

Com pixels protegidos, eles podem ser menores e este passo já é perceptível em aparelhos com mais de 100 megapixels no sensor. Agora a empresa coreana resolveu detalhar o Isocell 2.0, que melhorou ainda mais o trabalho de isolar as cores dentro de cada pixel.

A novidade desta tecnologia é a troca da parte inferior desta barreira, que agora absorve menos luz. Com a mudança, a promessa da Samsung é de aumentar consideravelmente a quantidade de luz que consegue entrar no sensor, após passar pelo filtro de cores dos pixels.

Isocell 2.0 poderá fazer sensores menores

Como consequência da maior quantidade de luz entrando, o Isocell 2.0 consegue diminuir ainda mais o tamanho físico de cada pixel, resultando em sensores com resolução ainda maior que o produzido pela empresa.

A Samsung não aponta quantidade de pixels específica para a resolução do sensor equipado com a tecnologia Isocell 2.0, mas desde agosto de 2019 a marca asiática conta com um módulo de câmera capaz de fotografar até 108 megapixels, presente desde aparelhos concorrentes como o Xiaomi Mi 10i, indo também para os seus próprios Galaxy S20 e Galaxy S21 Ultra.

No caso do sensor com 108 megapixels presente no Galaxy S21 Ultra, a empresa utilizou o ISOCELL HM3. Ele tem o mesmo tamanho da geração anterior, que está no S20 Ultra, com 1/1,33 polegada e pixels de 0,8 μm.

Com a capacidade de diminuir os pixels enquanto mantém a entrada de luz, a fabricante também poderá colocar este componente em um espaço ainda menor, ou então aumentar a resolução e seguir ocupando o mesmo na carcaça do aparelho – eu aposto mais no segundo cenário, perfeito para o marketing.

Ainda não existe previsão de lançamento do primeiro smartphone da empresa, ou de concorrentes, com esta nova tecnologia Isocell 2.0. Como a Samsung utiliza apenas dois espaços do ano para lançar seus principais aparelhos, sendo o primeiro semestre para a linha S e o segundo para a Note (que pode ser substituída pelos dobráveis), a marca coreana pode testar o sensor em um aparelho intermediário premium para só depois colocar em um topo de linha.

Pode parecer loucura, mas ela já fez isso no passado com a linha Galaxy A. O Galaxy Alpha recebeu corpo em metal antes dos primeiros Galaxy S ou Note. O Galaxy A80 foi o primeiro (e até agora único) celular com câmera giratória da marca.

Com informações: Samsung.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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