Stretch, novo robô da Boston Dynamics, vai trabalhar em centros de distribuição

Robô da Boston Dynamics teve design reformulado do zero para cortar custos e atender demandas operacionais em depósitos

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Robô Stretch, da Boston Dynamics (Imagem: Divulgação/Boston Dynamics)
Robô Stretch, da Boston Dynamics (Imagem: Divulgação/Boston Dynamics)

Após o lançamento do Spot, cão robótico que pode inspecionar áreas remotas e até mesmo abrir portas, a Boston Dynamics se prepara para colocar mais um robô comercial no mercado – o Stretch. A máquina é projetada para movimentar caixas em centros de distribuição, descarregando caminhões, movendo produtos no estoque e, até mesmo, criando pedidos.

Segundo o vice-presidente de engenharia de produto da Boston Dynamics, Kevin Blankespoor, a empresa está indo para onde os clientes estão. O executivo afirma que houve grande demanda por este tipo de robô quando um vídeo do projeto Atlas, um robô humanóide bípede, foi divulgado – no entanto, segundo ele, esse não seria o tipo ideal de robô para armazéns no momento, especialmente por conta do preço alto.

Mas a Boston Dynamics poderia fazer algo por esses comerciantes: criar um robô específico para trabalhar em armazéns, mais simples, mas eficiente para o transporte de carga. A partir desta ideia, a companhia criou não somente o Stretch, mas também uma nova divisão focada em depósitos.

Stretch tem design mais simples e assertivo

Antes de efetivamente desenvolver o robô Stretch, a Boston Dynamics fez alguns experimentos com o robô Handle, que tinha duas “pernas”, com rodas em vez de pés, e dois braços. Tratava-se de uma máquina ágil, mas talvez complexa demais para a demanda. Em uma segunda versão, o Handle passou a ter apenas uma garra a vácuo, utilizada para levantar caixas.

Esse robô chegou a ser testado com clientes na descarga de produtos e se saiu bem ao mover caixas em paletes, dentro de armazéns amplos. A limitação ficava para realizar a movimentação ao descarregar um caminhão.

“Ficou claro que, para Handle, manobrar em um espaço apertado era complicado. Poderíamos fazer o trabalho e descarregar todas as caixas, mas basicamente demorava muito. Cada vez que Handle pegava uma caixa, ela tinha que rolar de volta para o meio do caminhão para que pudesse girar sem colisões, rolar para frente, e colocar a caixa”, explicou Blankespoor.

Handle (topo) e Stretch (embaixo) (Imagem: Divulgação/Boston Dynamics)

Handle (topo) e Stretch (embaixo) (Imagem: Divulgação/Boston Dynamics)

Com o Stretch, as partes mais complexas e desnecessárias do design foram descartadas. A começar pela base, o robô foi redesenhado para se tornar mais estável: em vez de pernas, temos agora uma plataforma plana projetada para não tombar e não precisar de um contrapeso, com rodas que se movem em qualquer direção. Suas dimensões são similares às de um palete padrão, facilitando o encaixe e movimentação dentro dos depósitos e em caminhões.

A nova base também comporta uma bateria maior, que promete autonomia para até oito horas de trabalho (o equivalente a um turno completo), ou 16 horas com a opção “alcance estendido”.

A máquina ganhou um braço giratório com uma garra para agarrar facilmente as caixas e movimentá-las em 360º ao redor da base. De acordo com a Boston Dynamics, é possível mover até 800 caixas por hora. Na mesma base do “braço”, há uma grande torre com os sensores 2D e de profundidade, responsáveis por fornecer as habilidades de visão e detecção de caixas do robô.

Base modular abre ainda mais possibilidades

Além das funções principais, a base giratória do Stretch é modular, permitindo a conexão de outros acessórios diversos, como uma correia transportadora, um carrinho de palete, câmeras extras ou um leitor de código de barras, por exemplo.

A previsão é de que o robô comece a ser vendido em 2022 – por enquanto, o Stretch está em fase de testes com um protótipo avançado, mas que ainda requer ajustes.

Com informações: Ars Technica

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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