Genshin Impact sofre ameaças de boicote por jogadores no Twitter

A comunidade de Genshin Impact denunciou casos de racismo, pedofilia, falta de segurança e problemas na monetização do jogo

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Genshin Impact ganha novo conteúdo ainda este mês (Imagem: Divulgação/miHoYo)

Genshin Impact (Imagem: Divulgação/miHoYo)

Genshin Impact e a desenvolvedora miHoYo começaram a receber ameaças de boicote no Twitter com a hashtag “#BoycottGenshin”, que entrou nos trending topics da plataforma nesta terça-feira (6). Nos tweets, alguns fãs apontam que o game ofende a cultura indígena, faz apologia à pedofilia e ainda tem problemas na segurança e no sistema de monetização. A miHoYo ainda não se pronunciou sobre o caso.

O boicote começou quando o usuário @venluvr postou um vídeo em que a miHoYo supostamente usava uma dança tradicional indígena como referência para animar o modelo do monstro “Hillichurl”. A gravação faz parte de um vídeo publicado no YouTube que apresenta uma tour pelos estúdios da desenvolvedora, na China.

O “Hillichurl” é um dos monstros que precisam ser derrotados pelos jogadores em Genshin Impact. A relação da cultura indígena com um inimigo ofendeu usuários, os quais acusaram a desenvolvedora de racismo. Além disso, a wiki oficial do game informa que toda a região de Natlan é inspirada nas tribos de índios da América pré-colombiana.

https://twitter.com/venluvr/status/1379248857486331904

A comunidade aproveitou a primeira denúncia para levantar outros pontos problemáticos sobre o Genshin Impact. Além das acusações de racismo, os fãs criticaram o colorismo em personagens do game. Kaeya e Xinyan, por exemplo, são retratados como “assustadores” ou “exóticos” em diálogos dentro do game por terem peles mais escuras que outros personagens.

As denúncias também mencionam apologia à pedofilia com a personagem Flora. No game, Flora é uma criança que vende flores na cidade de Mondstadt. Em um dos diálogos com o NPC (personagem não jogável) Ulfr, ele diz estar apaixonado pela menina e que vai “confessar seu amor com um barco de margaridas”.

Os último pontos levantados pela comunidade têm a ver com a segurança do jogo, que ainda não conta com sistema de verificação da conta em dois fatores, e com a monetização do game. De acordo com os fãs, a miHoYo havia adiado o lançamento do novo capítulo da história para que os jogadores continuassem gastando dinheiro no sistema de gacha.

Genshin Impact já faturou mais de US$ 1 bilhão no mobile

Genshin Impact é um dos jogos mais lucrativos do mundo. Desde que foi lançado em setembro de 2020, o game já faturou mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) só na versão para celulares Android e iPhone (iOS).

O sistema de gacha é responsável pela maior parte da receita do jogo da miHoYo. Para conseguir um personagem novo, os usuários podem gastar dinheiro real em uma espécie de “jogo de azar”. Esse recurso já foi alvo de críticas antes mesmo da campanha “#BoycottGenshin”, devido à aleatoriedade dos prêmios e às chances baixas de conseguir uma recompensa valiosa.

Com informações: The Gamer, IGN India, GameRant.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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