Bolsonaro e ministro usam 5G “puro” pela 1ª vez em rede da Nokia

Rede 5G no formato Standalone foi montada por Nokia e Vivo para videochamada; leilão da Anatel deve ocorrer em 2021

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Videochamada realizada entre Fábio Faria e Bolsonaro foi feita com 5G Standalone (Imagem: Reprodução/TV Brasil)

Videochamada realizada entre Fábio Faria e Bolsonaro foi feita com 5G Standalone (Imagem: Reprodução/TV Brasil)

O leilão de frequências da Anatel ainda não aconteceu, mas a tecnologia 5G foi colocada à prova nesta sexta-feira (9) com uma videochamada entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria. Uma rede foi montada com equipamentos da Nokia, e o governo afirma que se trata da primeira ligação utilizando o 5G Standalone na América Latina.

Para a cerimônia da videochamada, o ministro estava localizado na sede da Nokia em São Paulo, enquanto o presidente da República se encontrava no Palácio do Planalto, em Brasília. Faria afirma que se trata da primeira rede de 5G “puro”, diferente da tecnologia com compartilhamento de espectro que foi adotada por Claro, TIM e Vivo.

A chamada de vídeo foi feita através de smartphones Motorola Edge, que continham adesivos da operadora Vivo na traseira do aparelho. O ministério das Comunicações não divulgou qual a frequência foi utilizada, quanto de espectro foi dedicado e qual o aplicativo utilizado para a ligação.

Celular usado por Bolsonaro tem indicador de rede 5G; sinal estava fraco (Imagem: Reprodução/TV Brasil)

Celular usado por Bolsonaro tem indicador de rede 5G; sinal da Vivo estava fraco (Imagem: Reprodução/TV Brasil)

O ministro Faria destacou que a antena utilizada para o 5G é cinco vezes menor que o equipamento para o 4G, além de ser mais leve e possuir melhor eficiência energética. Ele ainda disse que o leilão do 5G será importante para “acabar com o deserto digital” do Brasil, que atualmente possui cerca de 45 milhões de pessoas sem acesso à internet, localizadas principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Nokia rivaliza com Huawei e Ericsson pelo 5G no Brasil

A Nokia aproveitou o dia de hoje para anunciar um acordo com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A fornecedora de telecomunicações irá implantar um laboratório de 5G na instituição de ensino.

A medida ocorre um dia após a Huawei anunciar um acordo com o Senai: a fabricante chinesa irá oferecer cursos com certificação para o setor de tecnologia e comunicações, e irá instalar laboratórios para capacitação de profissionais para o mercado.

Em março, a Ericsson inaugurou na cidade de São José dos Campos (SP) sua primeira linha de produção de placas 5G da América Latina. Os equipamentos devem atender o mercado brasileiro e de outros países.

Huawei fica de fora da rede privativa do governo

As operadoras brasileiras temiam um possível banimento aos equipamentos da Huawei no Brasil, mas as restrições não foram impostas para as teles na portaria do ministério das Comunicações com as diretrizes para o edital do 5G.

Por outro lado, o governo quer a criação de uma rede privativa para utilização exclusiva de órgãos públicos federais. O documento estabelece que serão aceitos equipamentos de empresas que observem “padrões de governança corporativa compatíveis com os exigidos no mercado acionário brasileiro”.

O ministro Fábio Faria afirmou em uma audiência na Câmara dos Deputados que os equipamentos da Huawei não cumprem os requisitos da rede privativa do governo. As operadoras vendedoras do leilão do 5G deverão custear uma rede 4G em Brasília e construir fibra óptica para conectar as demais regiões brasileiras.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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