por Felipe Neto, ator e vlogger

Pediram para que eu escrevesse aqui no TB analisando a situação atual dos vlogs no Brasil, ao que prontamente recusei, afinal de contas, longe de mim querer ser um “analista de mídias sociais”. Essa função é deveras importante e necessita de um altíssimo grau de estudo para eu sair falando como se tivesse passado por toda essa intensa capacitação hercúlea.

Por isso, vou apenas dar a minha opinião de insider (curioso: eu sempre usei outsider, mas é a primeira vez em que tento encaixar o antônimo). Em outras palavras, a opinião de quem faz, não de quem vê e, bem… Saca tudo sobre o assunto, sabe?

(YouTube)

Todos os dias recebo diversos e-mails com a mesma pergunta: Como fazer um vlog de sucesso? Vou divulgar minha resposta oficial pela primeira vez. Preparados?

Não faço a caceta da menor ideia!

Algum analista super estudado dirá para você que tem a fórmula do sucesso, mas isso não passa de pura babaquice. Caso soubesse de verdade, estaria utilizando sua fórmula para ganhar dinheiro, e não para pagar de Messias.

O único fato absoluto que tenho em mente é que, quanto mais você pensar “quero fazer sucesso”, menores serão as suas chances. Posso estar enganado, mas analisando a trajetória de todos os youtubers de destaque no cenário nacional e internacional, o único grande fator em comum que pude observar foi exatamente que todos começaram de forma despretensiosa, puramente para se divertir e fazer um projeto verdadeiro e original.

É isso que o público compra quando percebe que você não está fazendo com o objetivo dos flashes e da grana, mas porque realmente gosta e se diverte, além de transmitir alguma coisa que valha.

Qual será o futuro dos vlogs? Quando essa moda irá acabar? Essas são outras perguntas que eu recebo com frequência. Bem, eu juro que não desenvolvi meus poderes mediúnicos e as cartas cismam e me dizer apenas “valete, valete, valete”, mas o que eu posso dizer é que, se seguir o que aconteceu e acontece nos Estados Unidos, os vloggers ainda têm aí pelo menos uns dois anos de estabilidade, pois é o cenário atual por lá.

É lógico que todo esse burburinho irá acabar; o ápice é agora: prêmio na MTV, Jô Soares, entrevistas em vários canais, revistas e jornais. Tudo porque é uma grande novidade. Pela primeira vez na história, pessoas estão conseguindo sair do completo anonimato para uma exposição a milhões de pessoas utilizando apenas a Internet. Isso é novo, isso dá matéria, mas isso tem prazo de validade.

Portanto não, eu não sei qual será o futuro dos vlogs, não sei por quanto tempo as manchetes irão durar e não faço ideia se a audiência se manterá estável a cada vídeo publicado. A única coisa que eu sei é que encaro o YouTube como uma grande janela, que fez com que minha vida se transformasse por completo e agora me abre oportunidades que jamais imaginaria ter.

O YouTube foi o início. Agora é trabalhar para criar a estabilidade em outro setor, mas mantendo o que me projetou: os vídeos e a liberdade que a internet proporciona. Mas se o que você quer é realmente ficar famoso e mais nada, não poderei ajudar. Sugiro a Geisy Arruda.

Felipe Neto | Ator profissional e escritor de botequim, é o autor dos vídeos dos programas Não Faz Sentido e Felipe Neto Vlog, dentro do YouTube. Está no Twitter: @felipeneto.

Aviso | As opiniões do autor do texto não refletem necessariamente as do Tecnoblog.

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