Sindicato quer que fábrica de celulares da LG Brasil seja estatizada

Grupo pede que fábrica de Taubaté seja controlada por trabalhadores para produção de celulares de marca brasileira

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 7 meses
Fábrica da LG em Taubaté (SP) (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Fábrica da LG em Taubaté (SP) (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)

O plano da LG de encerrar sua produção no estado de São Paulo é alvo de manifestações de trabalhadores. Parte deles defende a estatização da fábrica de Taubaté pelo governo federal. Esta é a proposta do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que inclui trabalhadores das fornecedoras da marca sul-coreana.

Em assembleia realizada em Caçapava na segunda-feira (26), a entidade decidiu manter a greve contra o fechamento da fábrica. A reunião foi realizada por profissionais, em sua maioria mulheres, de três empresas que prestam serviços para a LG: Sun Tech, de São José dos Campos; Blue Tech e 3C, de Caçapava. Ao todo, as empresas têm 430 funcionários.

A paralisação de trabalhadores das empresas fornecedoras da LG ocorre desde 6 de abril. O grupo defende que, se a empresa seguir com o plano de fechar as portas, a unidade de Taubaté deve ser estatizada pelo governo federal e controlada pelos trabalhadores, que passariam a produzir celulares de marca brasileira.

“Seguimos defendendo a união entre os sindicatos e os trabalhadores da LG e de suas fornecedoras para manter os postos de trabalho em nossa região. Se a companhia mantiver sua postura de encerrar as atividades, precisamos exigir das autoridades que deixem os metalúrgicos produzirem”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves.

No início de abril, ele alegou que a medida é plenamente executável. “Possuímos a tecnologia, maquinário e o capital humano com capacitação técnica necessários para desenvolvermos celulares com marca nacional”, apontou.

Trabalhadores de fornecedoras da LG decidiram manter greve (Imagem: Roosevelt Cássio)
Trabalhadores de fornecedoras da LG decidiram manter greve (Imagem: Roosevelt Cássio)

LG só negocia com funcionários diretos

As manifestações também envolvem a decisão da LG de não negociar com trabalhadores de suas fornecedoras. Os funcionários afirmam que Sun Tech, Blue Tech e 3C têm suas atividades voltadas para atender às demandas da sul-coreana. Com a decisão de fechar a fábrica de Taubaté, profissionais destas três empresas também seriam prejudicados.

No momento, a LG negocia sua saída somente com funcionários diretos. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), o encerramento da produção levará à demissão de 700 trabalhadores da fábrica. O sindicato tem negociado com a empresa uma indenização aos profissionais, mas não chegou a um acordo.

A LG teve recusadas as propostas apresentadas em 12 e 19 de abril. Na mais recente, a empresa sugeriu pagar, além de verbas rescisórias, uma compensação de R$ 9.350 a R$ 51.000, de acordo com o tempo de serviço do funcionário. A medida previa ainda pontos como PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e plano médico até 31 de janeiro de 2022.

Com a decisão de rejeitar a proposta, os trabalhadores retomaram na segunda-feira (26) a greve feita de forma intercalada desde 26 de março. A LG pretende transferir sua produção de notebooks e monitores para a Zona Franca de Manaus, onde afirma que terá incentivos fiscais.

Com informações: SindMetau, SindMetalSJC.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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