TIM testa dividir 2G com Vivo e defende desligamento de redes antigas

Operadora deve expandir rede 2G dividida com a Vivo para mais municípios; TIM tem dúvidas se 2G será desligado antes que 3G

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Imagem: albertoadan/Pixabay
TIM defende otimização da rede 2G e enxerga desligamento de tecnologias antigas (Imagem: albertoadan/Pixabay)

A TIM mantém um piloto com a Vivo para compartilhamento da rede 2G (GSM) em alguns municípios, e planeja expandir a estratégia para mais cidades ao longo de 2021. A operadora defende que as redes antigas devem ser desligadas em algum momento e quer discussões com a Anatel para poder concentrar esforços no 4G e 5G.

De acordo com o diretor de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville, a parceria com a Vivo permitiu o desligamento do 2G em alguns municípios. As empresas não deixam os usuários da tecnologia antiga desassistidos, uma vez que o sinal GSM continua sendo emitido pela operadora parceira.

Atualmente, 50 cidades possuem sinal GSM compartilhado; a TIM é responsável pelo 2G em 25 municípios, enquanto a Vivo fica com outros 25. A operadora diz que o acordo permite otimizar o uso de espectro e liberar capacidade para outras tecnologias. As empresas planejam expandir a divisão da rede para 348 cidades cada.

3G pode ser desligado em vez de 2G

Capdeville lembrou que o TIM atualmente possui as tecnologias 2G, 3G, 4G e 5G DSS, e que há um caminho traçado para o 5G. Ele defende uma discussão com a Anatel para viabilizar o desligamento de padrões antigos, o que permitiria concentrar esforços nas redes mais modernas (4G e 5G).

Leonrdo Capdeville, diretor de tecnologia da TIM (Imagem: Reprodução)

Leonrdo Capdeville, diretor de tecnologia da TIM (Imagem: Reprodução)

Para o executivo, ainda há dúvidas se o 2G é a tecnologia que deve ser desligada, já que o 3G é mais parecido com o 4G. A TIM tem uma posição mais confortável para fazer essa transição por ter suporte a VoLTE (chamadas de voz no 4G) em quase toda a rede, enquanto algumas concorrentes ainda não adotaram o padrão de forma massiva (Claro e Oi, estou olhando para vocês!).

De acordo com os dados da Anatel, 85% dos terminais registrados pela TIM são compatíveis com 4G. O 3G aparece logo em seguida com 8,2%, enquanto 6,8% dos dispositivos permanecem no 2G.

É importante lembrar que o 2G ainda é amplamente usado por dispositivos de Internet das Coisas, como rastreadores veiculares, sensores e máquinas de cartão de crédito. Manter a rede GSM funcionando é algo estratégico para as operadoras, que também investem em outras tecnologias mais modernas como NB-IoT e LTE CAT-M.

Várias cidades da TIM não têm rede 2G ou 3G

A TIM tem 4.121 municípios cobertos com 4G, mas isso não significa que todos esses locais são atendidos com tecnologias antigas. O 3G, por exemplo, está em 3.533 cidades, enquanto o 2G atende 3.476 localidades.

A ampla adoção do VoLTE permite que a TIM atue em novos municípios sem se preocupar com a instalação de tecnologias antigas. A operadora planeja cobrir todas as cidades brasileiras com 4G até o final de 2023.

T-Mobile vai desligar 3G antes do 2G nos Estados Unidos

Embora o caminho natural indicasse o desligamento do GSM, várias operadoras de outros países optaram por um movimento diferente. A T-Mobile dos Estados Unidos, por exemplo, planeja desligar sua rede 3G por completo até outubro de 2021, enquanto o 2G ficará ativo até dezembro de 2022.

Em diversas regiões, a T-Mobile já desligou o 3G em prol do LTE, mas manteve o 2G ativo. Além do 4G, a operadora também investe no 5G em frequências baixas, médias e de ondas milimétricas (mmWave).

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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