Xiaomi Mi Band 6: conquistando pelo básico

Xiaomi Mi Band 6 tem tela AMOLED maior de 1,56 polegada, oxímetro (SpO2), 30 modos de treino, mas não avançou na bateria

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

É interessante acompanhar como a Mi Band vem sendo aprimorada a cada geração, com novidades significativas. Também é interessante o quanto a Xiaomi tenta manter a estratégia de baixo custo que faz o gadget ser ainda mais popular, tanto é que a Mi Band 6, lançada em março de 2021, já ultrapassou a marca de 3 milhões de unidades comercializadas. A nova geração ganhou um painel AMOLED maior, oxímetro (SpO2), mas ainda não traz GPS nem NFC.

Ela continua monitorando o seu sono, os batimentos cardíacos, o seu treino e tem uma bateria de 125 mAh que garante até 14 dias de uso. Será que vale a pena migrar para a nova versão? Eu testei a Mi Band 6 nas últimas semanas e conto a minha experiência de uso ao longo deste review.

Análise da Xiaomi Mi Band 6 em vídeo

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A Xiaomi Mi Band 6 foi adquirida pelo Tecnoblog no varejo. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design e tela

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Mi Band 6 não foge à regra de ser um produto direto ao ponto e mantém a proposta básica que vem dando certo durante todos esses anos. Ela é idêntica à Mi Band 5, tem correia de TPU, é resistente à água em até 5 AMT (50 metros) e o grande diferencial fica para a nova tela grande. O gadget continua leve, confortável e eu não senti incômodos durante os dias e as noites que passei com ele no pulso.

A variedade de cores é um ponto que faz a Mi Band 6 se destacar em relação aos concorrentes. São seis opções (preto, azul, laranja, marfim, amarelo e oliva), para atender quem busca algo mais despojado ou sério. Outro destaque é a flexibilidade de trocar a pulseira e substituir por versões de terceiros: você encontra modelos de metal, esportivo, de loop nylon trançada e até de aço.

Xiaomi Mi Band 5 e Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 5 e Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Mi Band 6 aposta no mesmo AMOLED, mas agora de 1,56 polegada e a resolução é de 486 x 152 pixels. Ela pode atingir até 450 nits de brilho, ou seja, nenhuma diferença em relação à Mi Band 5 que também consegue chegar nisso. A Xiaomi diz que esta versão entrega 50% mais espaço que a versão anterior de 1,1 polegada. Eu pude notar que os mostradores agora aproveitam melhor o espaço e há informações até mesmo nas bordas do aparelho, o que é realmente positivo. O brilho da tela é forte, a visualização sob a luz solar é satisfatória e os ícones são bem nítidos.

Recursos de saúde e rastreamento fitness

A smartband tem o básico para você monitorar o seu treino e uma parte da sua saúde, também. O gadget passou a oferecer 30 modos de treino, enquanto o modelo anterior ofertava apenas 11 atividades. Foram adicionados zumba, pilates, voleibol, basquete, alongamento, badminton, entre outros. Os mais tradicionais, corrida ao ar livre, caminhada, esteira, máquina de remo, natação, elíptico e ciclismo continuam à disposição no menu “Treino”. Em saúde, a Mi Band 6 é capaz de monitorar os batimentos cardíacos, o sono, estresse e a saturação de oxigênio no sangue (SpO2).

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O sensor de frequência cardíaca pode fazer análises a cada 1 minuto, 5, 10 ou 30 minutos. E a tecnologia de monitoramento da Xiaomi se mostra muito confiável. Em repouso, a frequência estava sempre em sincronia com a numeração apresentada pelo Apple Watch, que tem leitores precisos. Em uma caminhada curta ao ar livre, quando tenho 140 a 160 bpm, ambos os vestíveis entregavam resultados similares, com diferenças mínimas.

O oxímetro, que ficou ainda mais famoso por ajudar no monitoramento da COVID-19, é um recurso que a Xiaomi introduziu na Mi Band 6. Embora não apresentasse uma saturação inconsistente em algumas ocasiões, eu ainda não posso dizer que o sensor da smartband é totalmente confiável. Mexendo o braço, a pulseira continuava a medir o SpO2, sendo que era melhor alertar e pausar a análise. Além disso, a leitura é um pouco demorada, em alguns momentos.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Já o monitor de sono é uma das funções mais legais do dispositivo. Vinculado ao aplicativo Mi Fit, eu consigo ter métricas de sono leve, profundo, REM e até uma pontuação da minha noite, que ajuda a melhorar alguns hábitos. A Mi Band consegue fazer o acompanhamento do seu sono automaticamente, então você não precisa apertar nenhum botão antes de ir para a cama. No dia seguinte, basta abrir o aplicativo para analisar os dados extraídos.

O monitoramento de estresse, da mesma forma que o oxímetro, demora para apresentar uma conclusão, porém se mostra preciso. O recurso de respiração, muito útil naqueles momentos de exaustão, é bastante intuitivo. E para as mulheres, é possível usar o vestível para acompanhar o ciclo menstrual.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Como rastreador fitness, a pulseira da Xiaomi ainda não tem GPS dedicado, mas, quando vinculada ao smartphone por Bluetooth, você consegue ter acesso aos detalhes da sua caminhada ou corrida. Eu testei a Mi Band 6 no remo indoor a base d’água e ela me forneceu a taxa média de braçada, o número de calorias queimadas, a duração do treino e o tempo em pausa. Eu achei ótimo visualizar todas essas informações, porém observei os batimentos médios num ritmo diferente do que estou acostumado.

Na esteira, por 15 minutos, essa percepção muda e pude constatar que o acompanhamento é muito eficiente. Os dados de frequência cardíaca, de calorias queimadas e de ritmo médio eram equivalentes em comparação com o Apple Watch Series 6. Uma coisa que senti falta é a exibição dos batimentos cardíacos enquanto você pratica a atividade física, acompanhamento que eu gosto de fazer tanto no remo, na esteira e durante as caminhadas.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

No mais, ela ainda pode detectar automaticamente cinco exercícios: caminhada, corrida, ciclismo, elíptico e remo. No caso da caminhada, os sensores vão demorar para reconhecer, mas, no remo fiquei surpreso com a precisão. Às vezes, pode acontecer de o sensor se perder e criar situações engraçadas. Por exemplo, uma vez no supino máquina a Mi Band 6 de repente detectou que eu estava fazendo elíptico.

O PAI (Personal Activity Intelligence) é um dos principais recursos do produto da Xiaomi. Ele ajuda a monitorar a sua saúde cardíaca, analisando os períodos em que você mexe o corpo, e quanto mais exercícios praticar, mais pontos de PAI eu consigo, o que acaba motivando. Além disso, a própria Mi Band mantém um histórico das suas atividades.

Telas do aplicativo Mi Fit da Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Telas do aplicativo Mi Fit da Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O aplicativo Mi Fit, que reúne todos os números e informações de saúde/treino, não passou por nenhuma alteração, mas continua fácil de navegar e entrega tudo o que você precisa. Agora, a pulseira fitness também é compatível com o Xiaomi Wear, aplicativo que traz um layout um pouco mais moderno, logo, fica à sua escolha. Após o pareamento, eu consigo integrar tudo ao Apple Health ou ao Google Fit.

Recursos de smartwatch e bateria

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em recursos de smartwatch, a Mi Band 6 continua com as mesmas funcionalidades básicas já conhecidas. As notificações do seu celular podem ser espelhadas para a smartband; responder uma mensagem, no entanto, ainda é inviável. Também não é possível atender a uma ligação telefônica, mas eu posso silenciar ou rejeitar aquele chamador indesejado. No Android ou no iPhone, o atalho “Música” possibilita controlar uma faixa em qualquer plataforma de streaming de áudio, podendo avançar, retroceder e até controlar o volume. Enquanto eu praticava exercícios, um deslize para a esquerda me permitia ter acesso ao comando da música rapidamente.

E no passado eu critiquei a Xiaomi por não exibir caracteres especiais e emojis na Mi Band. Pois bem, a sexta geração, enfim, passou a mostrar ambos, o que me deixou muito feliz. No caso dos emojis, ela não vai apresentar todos, porém os principais são suportados. A versão global, testada pelo Tecnoblog, não traz NFC nem assistente de voz. Já a lista de mostradores continua ampla e um destaque em relação ao Galaxy Fit 2 são as watchfaces animadas, que a pulseira da Samsung não tem.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Quanto à autonomia, o gadget continua estacionado em 125 mAh, número inferior quando comparado com outros concorrentes, a exemplo da Huawei Band 6, que tem uma célula de 180 mAh. Segundo a Xiaomi, com apenas uma carga, você consegue ter até 14 dias de autonomia; é claro que esse número pode cair conforme o uso. Por exemplo, com todos os recursos ativados, registrando o meu treino e exibindo todas as notificações, eu consegui seis dias de uso. Já o tempo de alimentação, com um adaptador de tomada de 5 watts, foi de 1h35min, apenas ok.

Xiaomi Mi Band 6: vale a pena?

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Simplicidade, bons recursos e preço acessível são atributos que sempre marcaram a smartband mais popular do mercado. Felizmente, a Xiaomi Mi Band 6 permanece com essas características e é, hoje, um dos melhores gadgets do setor. No Brasil, quando analisamos o custo-benefício, os R$ 700 cobrados pela DL Eletrônicos abrem espaço para debates. Mas a Xiaomi quis manter o status de produto barato nesta geração, tanto que, na Europa, o dispositivo foi lançado por cerca de 45 euros — algo em torno de R$ 300, fazendo a conversão. Nós sabemos que as coisas no Brasil não estão nem são fáceis.

Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Mi Band 6 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Polêmicas à parte, a chinesa foi muito generosa com o atual vestível, entregando uma tela AMOLED maior que permite aproveitar os mostradores e atalhos, o oxímetro de pulso, ainda que não se mostre 100% confiável, chega num momento oportuno e, claro, você tem aqui mais de 20 modos de treino à disposição. A Mi Band 6 foi uma ótima companheira durante os treinos e o app Mi Fit mais uma vez agrada por apresentar métricas detalhadas das atividades, do sono e da frequência cardíaca. Contudo, eu esperava um avanço na autonomia e já passou da hora de trazer NFC para a versão global, não é?

Se você tem a Mi Band 2, 3 ou 4, então vale a pena fazer o upgrade para este novo modelo. Agora você me pergunta: vale migrar da 5 para a 6? Eu acredito que sim, mas depende. Se a telinha de 1,1 polegada não for mais suficiente e se faz questão de ter o oxímetro acessível, então é hora de atualizar a pulseira. Mas, atenção, esse upgrade só é recomendado caso encontre a Mi Band 6 por um preço bem vantajoso, abaixo dos R$ 400.

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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