Primeira corretora de bitcoin da China fecha após repressão do governo

Primeira corretora de bitcoin (BTC) da China encerra atividades com a criptomoeda diante da crescente repressão do governo

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 6 meses
China vem tomando medidas contra bitcoin e outras criptomoedas (Imagem: RABAUZ/Pixabay)
Corretora BTCChina encerra operações com bitcoin no país (Imagem: RABAUZ/Pixabay)

A BTCChina, a primeira corretora de criptomoedas a operar na China, anunciou que encerrará todas as suas atividades relacionadas ao bitcoin (BTC) e outros ativos digitais no país diante da crescente repressão de Pequim. Em maio, o governo chinês impôs novas proibições sobre serviços e transações com moedas digitais e mais recentemente lançou extensas operações contra mineradores, fechando dezenas de instalações dedicadas à atividade.

A empresa anunciou que “saiu completamente dos negócios relacionados ao bitcoin” e que vendeu a sua participação na bolsa de criptomoedas da Cingapura ZG. A BTCChina foi a primeira corretora a oferecer a negociação de moedas digitais no país em 2011, quando o conceito ainda era muito novo e estranho para todo o mundo.

Na época, a exchange fundada por Huang Xiaoyu e Yang Linke tinha como missão ajudar a disseminar o bitcoin e seu ideal para os chineses, o que posteriormente se tornou um produto financeiro diante da volatilidade de preços e perspectiva de valorização. Antes do início das proibições sobre ativos digitais na China em 2017, a corretora chegou a ser responsável por 80% de todas as negociações da criptomoeda no mundo.

China reforça repressão a criptomoedas e mineração

Pequim proibiu todas as negociações de moedas digitais no país em 2017, o que fez a BTCChina parar suas atividades primárias e migrar para investimentos em bolsas de bitcoin no exterior. Na época, grandes e importes exchanges que nasceram na China migraram para Hong Kong e para outros países, como a Binance.

Em seu último comunicado, a BTCChina disse que estava saindo do mercado de bitcoin “em resposta às políticas do governo chinês” contra criptomoedas e sua mineração. Pequim considera os ativos digitais um risco para a estabilidade financeira do país e uma concorrência para sua moeda digital do banco central (CBDC), que está próxima de uma implementação nacional.

Outras corretoras também vêm abandonando ou restringindo seus negócios na China. A Okcoin, outra antiga exchange Chinesa, anunciou sua dissolução na semana passada, indicando que seria reformulada e que migraria para outro país. Já a Huobi atualizou suas ofertas de serviços e produtos para se proteger da repressão do governo, proibindo chineses de negociar qualquer derivativo de criptoativos.

Com informações: South China Morning Post, The Block

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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