Elon Musk nega ataques de fúria e afirma que dá “feedback claro e sincero”

Musk participou de um interrogatório sobre a compra da SolarCity pela Tesla em 2016, e foi questionado por decisões unilaterais e comportamento intimidador

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Elon Musk, CEO da Tesla (Imagem: Oberhaus/Flickr)
Elon Musk nega ataques de fúria contra funcionários da Tesla (Imagem: Daniel Oberhaus/Flickr)

Elon Musk é uma das figuras mais excêntricas da atualidade e seu temperamento explosivo já foi alvo de muitas críticas ao longo dos anos. O bilionário tem a fama de tratar mal funcionários em determinadas ocasiões, com supostos ataques de fúria — entretanto, de acordo com Musk, a reputação seria exagerada. Ele afirma que tudo não passa de um “feedback claro e sincero”.

A declaração veio durante uma sessão realizada nesta segunda-feira (12), na qual Elon Musk depôs para defender a compra da SolarCity pela Tesla em 2016 —  na época da aquisição, Musk tinha participação de 22% na Tesla e 22% na SolarCity, empresa fundada por seus primos, o que despertou acusações por parte de acionistas de que o empresário só estaria visando salvar seu próprio investimento.

A má reputação de Musk em relação a funcionários teria levado o juiz a procurar indícios de que o empresário poderia ter feito ameaças a membros do conselho, ou de que diretores sentiram que não poderiam questioná-lo, afirmaram especialistas.

No tribunal em Delaware, Musk negou que demite funcionários com ataques de fúria. Segundo a Bloomberg, ele teria sugerido que apenas dá “um feedback claro e sincero que pode ser interpretado como escárnio”.

O bilionário também afirmou que  apesar de o conselho da Tesla controlar a empresa, a companhia “morreria” se ele não fosse o presidente executivo. O título de “tecnorei” da Tesla, anunciado por Musk em  também foi questionado.

“Bem, eu tenho senso de humor”, respondeu Musk.

Mas o advogado adversário não estava para brincadeiras: “Você não fez isso apenas como uma piada em um tweet”, disse Randall Baron. “Você realmente envolveu advogados para elaborar um processo à SEC, e você fez isso unilateralmente. Não houve reunião de conselho.”

Musk tem histórico de ameaças públicas e outras polêmicas

Durante o início da produção do Tesla Model 3, Elon Musk foi acusado de ter ataques de fúria — na época, um porta-voz da Tesla chegou a denunciar a situação à Wired. Um dos engenheiros contratados pela empresa teria sido chamado de “idiota” (entre outros termos pejorativos) após uma pane em um dos módulos mecanizados da linha de produção, e demitido a gritos. Segundo o veículo, Musk demitia pessoas ou as intimidava, e a situação teria sido recorrente.

No início de 2021, a Tesla foi acusada de violar a lei trabalhista dos Estados Unidos por demitir um sindicalista em 2017 e por tweets publicados por Musk que continham potenciais ameaças a funcionários caso eles decidissem se unir em um sindicato.

No interrogatório desta segunda-feira, Musk chamou o advogado Randall Baron de “ser humano mau”, por trabalhar em escritórios de advocacia que estariam envolvidos em escândalos criminais. Os acionistas da Tesla buscam recuperar os US$ 2,6 bilhões envolvidos na aquisição da fabricante de painéis solares. As sessões continuarão na terça-feira (13).

Com informações: Business Insider.

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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