Netflix tem queda drástica em novos assinantes enquanto pandemia desacelera

Atraso em produções, flexibilização das medidas de isolamento social e fortalecimento da concorrência levam à Netflix a uma queda de 85% em novos assinantes

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
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Netflix (Imagem: Thibault Penin/Unsplash)

A enorme onda de fartura no streaming — e, em especial, para a Netflix — vem diminuindo à medida que a pandemia desacelera em algumas partes do mundo. O retrato desse novo cenário pôde ser visto nesta terça-feira (20), quando a líder no setor divulgou seu relatório de lucros para o segundo trimestre. A companhia registrou apenas 1,5 milhão de novos assinantes no período, uma queda de 85% ano a ano.

O número de novos clientes é baixo, mas ainda está acima das previsões de Wall Street, que era de 1,15 milhão de novos usuários pagos. A adição foi 61% menor do que no primeiro trimestre, quando a empresa conseguiu 3,98 milhões de novas contas.

Além de estar captando menos assinaturas, a Netflix também perdeu cerca de 430 mil assinantes somente nos Estados Unidos e Canadá no segundo trimestre.

A falta de material novo também teve impacto para o resultado, já que muitas produções foram atrasadas devido às restrições relacionadas à COVID-19, deixando a empresa com um ritmo menos acelerado de lançamentos este ano.

Em compensação, houve aumento de 760 mil na América Latina, 190 mil na Europa, Oriente Médio e África, e 1,02 milhão na Ásia.

Analistas chamam atenção para impacto da concorrência

Apesar de a Netflix ter mencionado que o comportamento está de acordo com o mercado — já que, segundo a Nielsen, o streaming representa apenas 27% do tempo de tela nos Estados Unidos — analistas afirmam que a concorrência teve impacto sobre a empresa.

Além da adoção de medidas mais flexíveis de isolamento em decorrência da vacinação contra o novo coronavírus, o que possibilita às pessoas aproveitarem outras opções de entretenimento para além de suas telas, a Netflix enfrenta o surgimento e fortalecimento de concorrentes, como o Disney+ e HBO Max.

“A competição nos Estados Unidos parece ter finalmente chegado de forma significativa devido ao pano de fundo de tantos novos aplicativos de streaming e a fusão da Discovery e da Warner Media, já que a Netflix perdeu assinantes na região dos Estados Unidos e Canadá pela primeira vez em muitos trimestres ”, disse Joe McCormack, analista sênior da empresa de pesquisa de investimentos Third Bridge, segundo o LA Times.

Netflix vai apostar em jogos competir pelo tempo de tela

A Netflix acena para o setor de games há um tempo, e já experimentou conteúdo interativo com alguns títulos, como Black Mirror: Bandersnatch, que permitia ao usuário decidir o rumo da história. Agora, a empresa está dando mais um passo para diversificar seu conteúdo na área de jogos.

Na última semana, a gigante do streaming anunciou a contratação de Mike Verdu, que trabalhou em empresas como Electronics Arts e Facebook, para comandar o novo projeto. Hoje, a companhia revelou que está em período inicial de expansão e deverá focar em jogos mobile neste primeiro momento.

Apesar do menor número de assinantes, a Netflix registrou aumento de receita em 19% e teve lucro líquido de US$ 1,35 bilhão. A empresa afirmou que planeja gastar US$ 17 bilhões em conteúdo este ano.

Com informações: LA Times.

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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