Xiaomi lança cão-robô CyberDog, com supercomputador e navegação inteligente

Cão-robô CyberDog da Xiaomi tem mini supercomputador de inteligência artificial da Nvidia e sistema de navegação que permite o desvio simultâneo de obstáculos

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
CyberDog, robô da Xiaomi (imagem: divulgação/Xiaomi)
CyberDog, o mais novo lançamento da Xiaomi (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

Recentemente, a Xiaomi ultrapassou a Apple como a marca líder em vendas de celulares no mundo inteiro. A chinesa está prestes a lançar a linha Redmi 10, que teve inclusive imagens vazadas antes da hora. Mas a novidade anunciada pela empresa não é mais um smartphone ou tablet, e sim um robô-cachorro: o CyberDog. Ele virá equipado com um mini supercomputador que faz 21 trilhões de operações por segundo e um sistema de desvio instantâneo de obstáculos.

Em comunicado ao mercado feito nesta terça-feira (10), a Xiaomi faz um aceno aos fãs com o lançamento do bio-robô CyberDog: eles poderão ajudar a desenvolver o robô cão por meio de cocriação ou competição, segundo a empresa.

Cão-robô da Xiaomi vai simular cães de carne e osso

O cão cibernético em si terá capacidade para simular efeitos de seres vivos de carne e osso, com 11 sensores de movimento que captam qualquer gesto realizado. Isso inclui sensores sensíveis ao toque, câmeras, dispositivos ultrassônicos, módulos de GPS (posicionamento de geolocalização via satélite). A Xiaomi avisa que isso fará com que o CyberDog reaja de acordo com mudanças no ambiente em que se encontra.

Por trás da “visão” do cachorro cibernético estão câmeras programadas por Inteligência Artificial (IA), com uma lente grande angular olho de peixe para binóculos. Em complemento ao hardware, o CyberDog vai navegar usando um sistema SLAM (Localização e Mapeamento Instantâneo), capaz de detectar e rastrear objetos.

Por meio desse sistema SLAM, o robô pode criar mapas e soluções para contornar obstáculos em tempo real, encontrando novas rotas para o destino final.

Além dos sensores, o “olho” do CyberDog tem um módulo de profundidade Intel RealSense D450, que faz a leitura de sons e imagens captadas pelo cão-robô.

CyberDog terá mini supercomputador de IA da Nvidia

Para manter esse pet altamente tecnológico sob funcionamento, a Xiaomi o equipou com um mini supercomputador de IA Nvidia Jetson Xavier NX, com poder de processamento de 21 TOPS — métrica usada para medir quantos TeraBytes de cálculos podem ser feitos por um chip de inteligência artificial. Esse dispositivo da Nvidia é composto por:

  • 384 Núcleos CUDA
  • 48 núcleos Tensor
  • Uma CPU 6 Carmel Arm
  • 2 aceleradores de aprendizagem profunda (NVDLA)

Apesar de depender do poder de processamento do mini supercomputador da norte-americana, a Xiaomi decidiu desenvolver os motores servo usados no robô internamente.

Segundo a chinesa, esses motores conferem um movimento de grande “velocidade, agilidade e com um alto alcance de movimentos” ao CyberDog.

Os motores servo têm poder de torque de 32 Newtons por metro (N/m), e completam 220 rotações por minuto (rpm). Graças à potência, o CyberDog é capaz de produzir movimentos em velocidades de 11 km/h. Ele também pode fazer ações mais complicadas, como dar um mortal — sim, igual aos robôs da Boston Dynamics.

Xiaomi avisa como dono pode adestrar o CyberDog

O CyberDog pode ser adestrado por seu dono humano. O treinamento do “pet” com poder de processamento potente é feito por meio de assistentes de voz: o dono pode usar uma palavra passe para despertar o robô. Outra opção é usar o app do CyberDog para smartphones. A Xiaomi não mencionou em quais dispositivos ele pode ser instalado.

CyberDog pode ser adestrado usando comandos de voz (Imagem:Divulgação/Xiaomi)

CyberDog pode ser adestrado usando comandos de voz (Imagem:Divulgação/Xiaomi)

A empresa diz que o CyberDog pode ser usado para tarefas e diz que “há possibilidades infinitas” nas interações que se pode ter com o pet. Mas ele também é bem capaz de aprender sozinho, por meio do reconhecimento de postura e do rosto do dono. Assim, ele é capaz de acompanhá-lo e atravessar obstáculos para segui-lo.

Para aumentar a integração de equipamentos de desenvolvedores terceiros, a Xiaomi equipou o CyberDog com 3 entradas USB tipo-C e 1 entrada HDMI. A companhia espera que essas comportas sejam usadas para a instalação de câmeras panorâmicas, lanternas de busca, sensores de movimento e mais; um uso que seria feito por equipes de socorristas ou até militares.

Fabricante lança mil unidades do cão-robô no mercado

O foco da Xiaomi ao desenvolver o CyberDog é incentivar a colaboração com fãs, engenheiros e especialistas em robótica. A companhia vai colocar à venda mil unidades do cachorro cibernético por 10 mil iuanes — algo em torno de R$ 8 mil.

O CyberDog, segundo a fabricante, é construído com base em algoritmos de fonte aberta, e a ideia é que ele seja testado nos próximos meses por mil donos. Uma comunidade especial foi criada justamente para acompanhar e monitorar o feedback do CyberDog, a Xiaomi Open Source Community.

Por fim, a própria Xiaomi promete que vai criar um laboratório de robótica especializado para dar apoio ao projeto de inovação de engenheiros que quiserem colaborar no desenvolvimento do CyberDog.

Quem sabe, em breve, será possível levar o CyberDog para passear no Cybertruck, offroad elétrico e autônomo da Tesla.

Com informações: Xiaomi

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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