Fone Bluetooth Huawei FreeBuds 4i: som envolvente com um bom ANC

Apesar dos problemas de integração com o app, o Huawei FreeBuds 4i é um ótimo fone intermediário com som e ANC decentes

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Huawei aposta em fones de ouvido Bluetooth de gama média há algum tempo, porém sempre tinha algo para decepcionar o consumidor. Som tímido, autonomia fraca e integração problemática marcaram os modelos anteriores. Parece, no entanto, que a fase ruim está indo embora e a empresa promete avanços significativos com o Huawei FreeBuds 4i. Além de ganhar um novo design, o fone de ouvido tem mais bateria, uma nova opção de cor e Bluetooth 5.2.

Assim como as gerações passadas, os dispositivos têm tecnologia de cancelamento ativo de ruído, que sempre ganhou notas altas pelo excelente desempenho. O FreeBuds 3i foi uma decepção, mas será que o modelo atual agrada? Eu testei o Huawei FreeBuds 4i em casa, na rua, na academia e no metrô, e compartilho a minha opinião sobre o produto neste review.

Análise do Huawei FreeBuds 4i em vídeo

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O FreeBuds 4i foi fornecido pela Huawei por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design, conforto e case

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Huawei Freebuds 4i tem um design compacto e moderno que me conquistou logo de início. É claro que esse visual parece familiar, afinal seria até estranho se a Huawei optasse por não copiar os vestíveis da Apple. Polêmicas à parte, a chinesa continua se sobressaindo por investir em materiais de qualidade e, mesmo pertencendo à categoria de intermediários, o 4i passa a sensação de ser topo de linha.

Eu, no entanto, não sou muito fã de fones com perninha. Contudo, a redução feita pela Huawei na geração atual me agradou bastante. A empresa também acertou ao disponibilizar uma versão vermelha que é bem bonita, ao menos é o que parece nas fotos de divulgação. Outras opções em branco e preto estão disponíveis no Brasil.

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Com relação ao conforto, em nenhum momento eu me vi reclamando de incômodos. Em várias situações, eu pude usá-los tranquilamente na rua, durante uma caminhada, e na academia sem notar pressão ou sensação de que eles iam cair o tempo todo. Para quem pratica exercícios físicos, assim como 3i, os fones atuais contam com a certificação IPX4, portanto são resistentes a respingos.

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O estojo, por sua vez, passou por uma mudança e segue a linguagem dos atuais vestíveis. Ele está mais compacto e menor em relação aos modelos anteriores, mas permanece com o material brilhante e de qualidade que já vimos no passado. Na parte inferior está a entrada USB-C de alimentação, na frente há um LED, enquanto na lateral direita está alocado um botão de emparelhamento.

Recursos e conectividade

Para configurar os fones, a chinesa disponibiliza o aplicativo Huawei AI Life, para Android e iPhone (iOS). Na App Store, de cinco estrelas, o app da Huawei tem 1,6 de nota e há muitos relatos de pessoas que não conseguiram conectar os fones ao aplicativo. Isso também aconteceu comigo nos dois sistemas e o problema só foi solucionado após a atualização de firmware que deve ser feita apenas no computador, baixando um programa chamado Audio Assistant Tool. Eu só descobri isso, pois alguns usuários compartilharam o caminho das pedras na própria loja de aplicativos. Huawei, por que você não informa isso em nenhum lugar?

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Após passar raiva, instalar o programa e, enfim, conectar os vestíveis, você consegue usar o app para checar o nível da bateria dos fones e case, configurar o cancelamento ativo de ruído, ativar e desativar a detecção de uso e alterar os comandos de gestos. No entanto, não há uma opção para conseguir controlar o volume da música pelo próprio dispositivo. Equalizador é outro recurso que ficou de fora do Huawei AI Life.

Eles têm Bluetooth 5.2 e, como eu já esperava, o alcance e a estabilidade são excelentes. Ao longo dos testes, mesmo com algumas interferências externas (em casa, na rua e no metrô), os gadgsts tocaram normalmente sem perder a conexão.

Qualidade de som e microfone

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Agora precisamos falar da grande evolução na parte do som. O desempenho sonoro do Huawei FreeBuds Lite era completamente sem energia e tendia a embolar facilmente — era um desastre; o FreeBuds 3i apresentava uma performance ok, mas a ausência de graves ainda me incomodava. No FreeBuds 4i, a sonoridade chegou no nível ideal considerando a sua categoria, tanto que a empresa obteve notas positivas nessa área em diversas análises na mídia especializada em outros países.

A empresa soube equilibrar bem, entregando um som vivo, com graves marcantes, mas sem exagerar na intensidade. Os médios soam balanceados, enquanto agudos podem atuar com um pouco estridência, mesmo em volumes baixos. Por exemplo, Nothing’s Gonna Stop Us Now, do Starship, pode ser escutada no FreeBuds 4i com vigor: os sons agudos ganham muito espaço, assim como o vocal. Os graves ficam em segundo plano, mas não somem. A separação dos instrumentos não é espetacular como em fones mais premium, porém gostei como o modelo da Huawei tenta separar cada um; eu consegui identificar vários deles ao longo da faixa.

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Já o rock Beggin‘, dos italianos Måneskin, é reproduzida com bastante energia, contudo soa um pouco poluída no auge, durante o refrão, quando a bateria, a guitarra e o vocalista passam a pressionar mais. É uma embolação que, na prática, não vai incomodar os ouvidos menos apurados. Em conclusão, este é um fone que tem tudo para agradar quem geralmente curte um pop, hip-hop, R&B e eletrônica.

A qualidade do microfone me deixou surpreso e posso dizer que é um dos melhores que eu já testei num modelo Bluetooth. Os componentes não conseguem eliminar o ruído externo, mas, mesmo com barulho de fundo, a outra pessoa vai te ouvir sem dificuldades. Durante os testes eu não precisei aumentar a voz, pois tive a impressão dos fones elevaram um pouco o tom, facilitando a compreensão.

Cancelamento de ruído e bateria

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A tecnologia de cancelamento ativo de ruído da Huawei sempre funcionou muito bem e não seria diferente com o FreeBuds 4i. Eu testei o recurso em várias situações e, mais uma vez, gostei do desempenho. O recurso é muito eficiente na hora de bloquear os sons do cotidiano, como o barulho de motos e caminhões. No metrô de São Paulo, eu percebi que os fones foram capazes de reduzir bastante as vozes das pessoas que estavam no vagão e até o ruído intenso da estação foi diminuído.

Na academia, ao longo do treino, eu pude notar que o 4i conseguiu blindar eficientemente da música alta do local e de algumas máquinas. Já o modo ambiente, chamado de “Modo de Percepção” pela empresa, foi muito útil enquanto eu estava na rua para ouvir o barulho à minha volta, atuando sem problemas.

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na bateria, a autonomia passou de 3 para 10 horas com o ANC desativado e 7 horas com a tecnologia ligada. Por aqui, com o cancelamento ativo de ruído, eu consegui ouvir músicas por 7h24min, um resultado muito bom. A empresa ainda fala que uma carga rápida de 10 minutos pode fazer os fones tocarem por 4 horas.

Huawei FreeBuds 4i: vale a pena?

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Huawei FreeBuds 4i é um fone Bluetooth com cancelamento ativo de ruído que me deixa muito dividido. A minha primeira observação vai para o som: nessa área, parece que a empresa resolveu todos os problemas, entregando agora uma sonoridade agradável, com graves deliciosos e médios e agudos brilhantes, que cativam. É uma assinatura acertada e que não encontramos nos antecessores. A segunda observação é o cancelamento de ruído, que eu já esperava um bom desempenho, tendo em vista que os FreeBuds anteriores sempre agradaram nesse quesito.

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Huawei Freebuds 4i (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Mas os problemas de conectividade, com o aplicativo Huawei AI Life, estraga a experiência de uso. Obrigar a pessoa a baixar um software no computador para conseguir usar o aplicativo é um erro gritante. Pior ainda é não deixar isso claro para o consumidor, fazendo-o ficar perdido sem saber o porquê dos fones não conectarem. Além disso, a empresa poderia entregar mais recursos no Huawei AI Life nesta nova geração.

Ainda assim, eu vejo que o FreeBuds 4i pode, facilmente, conquistar muitas pessoas devido à boa sonoridade — no principal ponto ele não deixa a desejar. Custando cerca de R$ 600 em agosto de 2021, quando o review foi publicado, este modelo intermediário é um forte rival do Realme Buds Air Pro e do Samsung Galaxy Buds+ , e pode valer a pena, principalmente quando a Huawei resolver esses pequenos problemas.

Fone Bluetooth Huawei FreeBuds 4i

Prós

  • Fone tem design leve e confortável
  • Sonoridade melhorou consideravelmente
  • Enfim, a Huawei deu uma atenção maior para a autonomia

Contras

  • Aplicativo não funciona de primeiro e depende de atualização externa
  • Huawei AI Life merecia novas funções e equalizador
Nota Final 8.7
Agudos
9
Bateria
9
Conectividade
7
Conforto
10
Design
9
Graves
9
Isolamento
9
Médios
8
Recursos
8

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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