Twitter avança em plano para descentralização de redes sociais com Bluesky

Projeto "Bluesky", para a descentralização do Twitter e de outras redes sociais, dá primeiro grande passo e contrata Jay Graber como líder

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Twitter no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

O ambicioso projeto que visa transformar o Twitter e mais redes sociais em descentralizadas deu o seu primeiro grande passo nesta semana. Chamado de “Bluesky”, a iniciativa pioneira ganhou uma líder, a desenvolvedora cripto Jay Graber, ex-engenheira de software da criptomoeda Zcash e fundadora da startup de eventos sociais Happening. Ela irá orientar como o projeto, que hoje ainda é uma ideia pouco concreta, se desenvolverá no futuro.

O Bluesky foi inicialmente anunciado dois anos atrás. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, revelou o ambicioso plano de criar um protocolo descentralizado para redes sociais ainda em 2019. Em uma série de tweets, o executivo explicou que é uma organização dedicada a construir uma tecnologia que visa fundamentalmente mudar a forma como as plataformas sociais operam.

Bluesky combate monopólios da internet

Jay Graber liderará o Bluesky e atualmente está focada na contratação e criação do grupo como uma entidade independente fora do Twitter. Embora a Internet tenha sido construída como uma rede descentralizada, o que significa que ninguém a possui, uma grande parte do tráfego da web hoje é controlada por grandes motores de busca e empresas de mídia social, como a Alphabet’s Google e Facebook, que decidem cada uma das regras de suas plataformas, como o tipo de conteúdo permitido.

“No ano passado, trabalhei em estreita colaboração com um grupo de idealizadores e construtores do ecossistema social descentralizado. Publicamos uma análise do ecossistema em janeiro e meu próximo passo será contratar pessoal para a equipe do Bluesky”, disse Graber no Twitter.

Twitter seria primeiro cliente do Bluesky

O Bluesky surge exatamente para retomar essa idealização descentralizada da internet voltada para redes sociais, trazendo uma nova tecnologia para isso. Ainda não há detalhes sobre como tudo isso funcionaria tecnicamente, mas a ideia é que o Twitter e outros se tornem clientes do Bluesky e reconstruam suas plataformas sobre o novo protocolo, afirmou Dorsey em 2019.

“Finalmente, novas tecnologias surgiram para tornar uma abordagem descentralizada mais viável. O Blockchain aponta para uma série de soluções descentralizadas para hospedagem aberta e durável, governança e até monetização. Há muito trabalho a ser feito, mas os fundamentos estão aí”, explicou o CEO do Twitter.

Essencialmente, isso permitirá um modelo colaborativo na construção de algoritmos de conteúdo que promovam melhor a “conversa saudável” e reduzam a carga sobre as empresas individuais em questões de filtragem de discursos nocivos, como abuso verbal e discriminação nas redes sociais.

Dorsey disse em depoimento por escrito a um comitê da Câmara dos EUA em março que o projeto é “complexo e sem precedentes”. Por isso, o Bluesky deve ainda levar anos para ser construído.

Com informações: Reuters, Techcrunch

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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