Linux Foundation: empresas lutam para preencher vagas de open source

Relatório da Linux Foundation e edX mostra que demanda por profissionais com habilidades em código aberto (open source) nunca esteve tão alta

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Computador com Ubuntu Linux (imagem: divulgação/Lenovo)

A Linux Foundation divulgou nesta semana a edição 2021 de seu relatório sobre empregos na área de código aberto. Feito em parceria com a plataforma de cursos abertos edX, o estudo aponta que, nesta fase em que a economia de vários países tenta se recuperar dos efeitos da pandemia de COVID-19, empresas lutam para preencher vagas relacionadas a open source.

O levantamento foi feito com base em entrevistas com 200 gestores responsáveis por contratações e 750 profissionais que trabalham com código aberto em empresas de várias partes do mundo, inclusive na América do Sul.

De modo geral, a percepção é a de que a demanda por profissionais habilitados para trabalhar com open source nunca esteve tão alta. Nada menos que 92% dos gestores admitiram enfrentar dificuldades para encontrar talentos na área em número suficiente.

Parte do problema se deve ao fato de a busca por esses profissionais estar aumentando. 50% das organizações entrevistadas confirmaram um aumento no número de cargos na área em 2021.

Para muitas delas, qualificar equipes atuais tem sido uma forma de amenizar o problema. 88% das organizações afirmaram ter disponibilidade para pagar por certificações de funcionários e 58% disseram que aumentaram os investimentos em treinamento.

Não surpreende. Embora formações universitárias continuem sendo importantes, certificações ou habilidades específicas em TI são prioridades crescentes para grande parte das empresas.

Habilidades e áreas mais demandadas

A pesquisa da Linux Foundation e edX também mostra que conhecimentos em tecnologias para nuvens estão entre as habilidades mais requisitadas por 46% das organizações consultadas.

Para 35% delas, conhecimentos em desenvolvimento ou administração em Linux também são importantes, mas é a primeira vez que habilidades em nuvens aparecem no topo da lista de prioridades — saber o básico de Linux para implementar ou manter uma estrutura nas nuvens já é praticamente um requisito essencial.

Conhecimentos em tecnologias de rede (26%), práticas de DevOps (24%) e aspectos de segurança (23%) são outras habilidades que aparecem na lista.

Em consonância com isso, os gestores entrevistados apontaram quais áreas relacionadas a open source são as mais consideradas nas contratações em 2021:

  • Tecnologias para nuvens ou contêineres: importante para 41%
  • Linux: 32%
  • Tecnologias para redes: 31%
  • Segurança: 28%
  • Inteligência artificial / aprendizagem de máquina: 18%
  • Tecnologias para armazenamento de dados: 17%
  • Computação de borda (edge computing): 17%
  • Tecnologias para a web: 16%

Para a Linux Foundation, a pesquisa mostra que os profissionais devem aproveitar o momento para buscar aprimoramentos, enquanto as empresas devem ser mais abertas a programas de treinamento e certificação:

É o momento de os profissionais aprimorarem as suas habilidades, aproveitando treinamentos e exames de certificação para comprovar domínio nessas tecnologias. Os dados do relatório deste ano demonstram que as suas carreiras dependem disso mais do que nunca.

Para as organizações, isso significa que elas precisam ser mais responsivas às demandas de treinamento e certificação de suas equipes — porque as empresas concorrentes são agressivas sobre priorizar treinamento, contratação e retenção [de funcionários].

O relatório completo da Linux Foundation pode ser visto aqui.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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